Ponto de vista de Atlantis, parte 2
As defesas da cidade-estado continuaram se provando eficazes por mais duas semanas, impedindo a entrada dos piratas, que permaneceram firmes em seu cerco. Com recursos para apenas mais uma semana, até mesmo alguns dos generais estavam começando a pensar que a rendição era a única saída, Lhenah, por sua vez, se recusava a desistir da capital. No dia 17 de Ifrit, logo após o nascer do sol, o som de um berrante ecoou pelos mares do norte, Lhenah ao correr até a sacada vê uma linha de navios no horizonte, mesmo distante seus generais conseguem identificar o formato dos navios sendo dos piratas, mas ao conseguir visualizar melhor as velas e a bandeira hasteada uma lágrima desce dos olhos da rainha. Os brasões piratas haviam sido tampados pela pintura em tinta azul de dois machados e uma lança no meio, já a bandeira que balançava forte no vento estava completa; os dois machados cruzados, a lança no meio, e o elmo embaixo. Os Aasgardianos chegaram.
Os generais começaram a discutir sobre como os Aasgardianos conseguiram derrotar os piratas e tomar seus navios, mas Lhenah não estava escutando, tudo que importava para ela é que lhe foi dada uma nova esperança de defender seu povo. Demorou um pouco para ela se recompor, mas assim que seus aliados se aproximaram, Lhenah ordenou a todos os seus soldados e generais assumirem seus postos de batalha, inclusive ela mesma tomou seu lugar na balista de um de seus portos-fortes. Agora, ao invés de apenas se defender de possíveis ataques, às ordens dela foram de atacar os navios piratas e auxiliar os Aasgardianos. A batalha foi longa, navios sendo destruídos por balistas e magias com seus tripulantes sendo jogados ao mar, os que chegavam a distância de abordagem eram banhados pelo sangue dos soldados batalhando com espadas e machados. Este confronto foi totalmente diferente dos anteriores, os Aasgardianos agora tinham os navios superiores dos piratas, experiência de combate contra eles, excitação de uma batalha grandiosa que a tempo não sentiam, mas sua principal arma foi o elemento surpresa. Hoje se sabe que Henry havia ordenado que seus capitães mantivessem a ilha de Aasgard sob cerco, e impedir os Aasgardianos de chegarem em sua costa, porém tais capitães ficaram superconfiantes com todas as suas vitórias e decidiram invadir a ilha a pé, esquecendo que essa é a maior força da raça de gelo, que o provaram novamente neste combate. Os navios piratas que foram abordados pelos Aasgardianos foram totalmente dizimados, pois de todas as raças que compunham os piratas, incluindo seus escravos, apenas os Orcs, Trolls e outros Aasgardianos conseguiam confrontá-los, porém as duas primeiras contavam com poucos representantes.
Morgan viu sua frota ser dizimada pela primeira vez desde que se rebelou, e foi forçado a recuar. Lhenah sabia que não podia deixar seu primo escapar, então ordenou que os navios atracados o seguissem, e pediu o mesmo aos Aasgardianos, porém um terceiro grupo surgiu naquele momento, os Dragões Azuis. As gigantescas criaturas emergiram de seu oceano e ficaram sobrevoando Atlantis e as frotas, o que acabou distanciando os navios de Morgan. Eles surgiram furiosos, instaurando terror em todos que presenciaram, apenas um era o suficiente para destruir ¼ de Atlantis apenas pousando nela, e naquele dia havia 10 sobrevoando a capital, bloqueando a luz do sol, e lançando suas sombras que cobriam dúzias de navios por vez. Um deles exigiu uma explicação para toda a imundice que estava sendo jogada em seu oceano. No primeiro confronto dos piratas contra as defesas de Atlantis, os navios guerrearam no oceano nordeste a cidade-estado, porém, quando os Aasgardianos chegaram, eles empurraram os piratas para o sul, e boa parte do confronto ocorreu no oceano ao sudeste de Atlantis, entrando na região acima do grande coral que os Dragões Azuis habitam, os destroços e corpos jogados no oceano afundaram até chegar no coral, poluindo a casa dos dragões. Lhenah e os líderes Aasgardianos explicaram a situação, mas não foi o suficiente para os acalmar. A sorte deles é que os Dragões Azuis seguem uma política de “primeira infração”, como essa foi a primeira vez que as raças os incomodaram, eles partiram apenas com um aviso, mas não haverá uma segunda chance, caso qualquer uma das raças habitantes do Continente Azul voltasse a incomodar, eles irão tomar ações drásticas e sem aviso. Foi neste momento que o grande oceano sudeste a Atlantis foi nomeado como Oceano dos Dragões, e até hoje muitos navegadores temem se aventurar por aquelas águas.
Após os dragões retornarem para o seu coral, os Atlantes e Aasgardianos celebraram sua vitória, Lhenah permitiu a reabertura de todas as atividades da capital e convidou seus aliados para banquetes, isto alegrou bastante os comerciantes locais, pois Aasgardianos tem um apetite gigantesco, e com todos os espólios que haviam conquistado dos piratas, eles também puderam comprar bastante. Porém a rainha ainda não queria dar a Crise Pirata como encerrada, já que Henry havia escapado após a aparição dos dragões, em um jantar com o rei Aasgardiano, Odin Aesir, ele alertou que mesmo enfraquecido, seu primo não deveria ser subestimado, pois ele era um mago Atlante Tier 7, e todos sabem o quão perigoso é um Atlante Tier 7 no Continente Azul, se confrontado em um oceano, ele terá praticamente mana infinita, e nem mesmo dúzias de soldados Aasgardianos poderiam o derrotar em uma batalha direta, era preciso alguém de mesmo poder para ir atrás dele. No final, ambos os líderes tinham súditos que se encaixavam nos requerimentos, e foram mandados a procura de Henry Morgan.
Anos melhores estavam por vir para os Atlantes, sua relação com os Aasgardianos foi fortalecida, um novo acordo comercial entre as grandes raças foi feito, com a raça de gelo treinando melhor os soldados e guardas Atlantes, em troca de terem prioridade na venda de novos artefatos mágicos que a raça de água for desenvolvendo. Lhenah abriu as portas da capital para receberem turistas novamente, também se atualizou sobre os acontecimentos do resto do mundo, como por exemplo a construção das estações de teleporte. Uma boa consequência da crise pirata foi que todas as mudanças defensivas feitas por ela, agora podiam ser utilizadas para melhor proteger e garantir uma maior segurança na capital, o que possibilitou Lhenah a permitir que outras raças morassem na cidade, e haviam muitos que desejavam trabalhar em Atlantis. Em relação a segurança nos mares, seus navios agora patrulhavam todas as rotas comerciais. Ainda no ano de 1908, no dia 22 de Geb, nasceu a filha de Lhenah, que casou com um de seus generais, chamada de Sarah Atlas.
Vinte anos depois, Henry ainda não havia sido encontrado, algumas tripulações piratas atuavam independentes, mas sem oferecer grandes problemas para Atlantis, apenas alguns ataques a navios aleatórios. Lhenah estava preocupada, pois este tempo foi ainda maior do que o tempo que seu primo teve para preparar seu primeiro ataque, mas pelo menos desta vez ela estava preparada muito melhor. Naquele ano, 1928, ela descobriu que estava grávida novamente, e foi convidada por Skadi Jeger para celebrar em seu palácio. Skadi é uma diplomata Aasgardiana que morou em Atlantis por muitos anos, e durante este tempo ela se tornou amiga íntima da princesa Sarah. Lhenah aceitou o convite, mas ao invés de utilizar do teletransporte para ir até a capital Aasgardiana, seu marido, o general Seri, sugeriu que eles fizessem a viagem na inauguração do grande N.C.A Lhenah (Navio de Comércio Atlante), o primeiro navio cruzeiro criado, e nomeado em homenagem a rainha. Com a capacidade de levar 3.500 pessoas, este navio foi construído com o propósito de visitar as partes mais bonitas do Continente Azul sem a necessidade de atracar. Seri achou que uma viagem dessa podia ser uma boa maneira de descansar a cabeça de Lhenah e recarregar suas energias. Lhenah não gostou da ideia, e não queria deixar a cidade sem sua rainha ou rei por muito tempo, e que Henry ainda era uma ameaça, ela eventualmente foi convencida por Seri. Lhenah ordenou que Sarah permanecesse na cidade, e governasse durante sua ausência, apesar de querer muito ir no cruzeiro junto de sua família, Sarah não teve opção.
No dia 10 de Fujin de 1928, o N.C.A Lhenah partiu em sua viagem de inauguração, tendo a família real como passageiros. No dia 14, enquanto navegava pelo Mar Pesqueiro, ele foi atacado. Os sobreviventes contam que durante a noite, um assustador navio emergiu das águas, sua aparência era de uma embarcação naufragada a anos, coberto por uma aura preta, junto dele surgiram várias das gigantescas criaturas marinhas que rapidamente destruíram os navios que escoltavam o cruzeiro, e suas próprias defesas. Dos canhões do “navio-zumbi” como foi chamado, dispararam grandes correntes que prenderam as duas embarcações, criaturas marinhas e piratas de várias raças saíram dele e logo renderam o N.C.A Lhenah, mas o mais impactante foi que toda a tripulação era zumbi, e no comando estava Henry Morgan. Após ter todo o cruzeiro sob seu controle, ele exigiu que a família real se rendesse em troca de deixar as outras pessoas partirem ilesas, Lhenah e Seri concordaram, e foram levados por Henry, que cumpriu sua palavra e liberou o cruzeiro, depois seu navio pirata submergiu novamente e desapareceu.
Sarah ficou chocada com a notícia, e mais ainda com o fato de que ela havia se tornado a rainha de uma raça inteira, e ela não estava pronta. Desesperada ela pediu ajuda a sua melhor amiga e mentora, Skadi, que a aconselhou durante os primeiros dias de seu governo. Muitas perguntas surgiram sobre como que Henry estava controlando uma tripulação, e navio, zumbi, mas de acordo com os relatórios daqueles presentes no acontecimento, mais especificamente a aura preta no navio e nos tripulantes, só poderia haver uma explicação; um Phanton estava ajudando ele. Skadi contactou o rei Loki Katsumoto da raça Phanton, que disse que havia vários de sua raça que agiam por conta própria, e não tinha como saber exatamente quem era aquele Phanton especificamente. Skadi conseguiu reunir alguns caçadores-exploradores Atlantes e Aasgardianos de Tier 7 ou maior, e os adicionar nas tripulações de dois navios de guerras para fazerem uma busca por todo o Continente Azul. Após uma semana, uma mensagem chega para Sarah, uma carta escrita por Henry, dizendo que ela deveria escrever um documento oficial passando o comando de Atlantis para ele, e ir sozinha até a Ilha da Tempestade, no sul do Continente Azul, entregar para ele. Se ela se recusasse, ele iria matar a rainha e o rei.
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