A História Parte 7
Junto de seus novos aliados, os Aasgardianos exploraram aquela nova ilha, chamada pelos Atlantes de “Ilha Berço”, o que foi bom para renovar os ânimos, pois haviam novas criaturas selvagens fortes o bastante para melhorarem suas técnicas de lutas, e novas fontes de materiais preciosos. O conhecimento compartilhado por Laára também contribuiu no crescimento da raça como um todo. Após meses de exploração eles encontraram uma outra raça inteligente; os povos Anfíbios. Eles construíram sua cidade no lado oposto da ilha, a brecha entre as cadeias de montanhas na costa oeste. Essa raça, nomeada graças a sua grande semelhança às criaturas anfíbias selvagens, se mostrou primitiva em relação aos conhecimentos de ambos os Atlantes e os Aasgardianos, mas também se mostraram bastante receptivos. Por pouco os guerreiros de gelo não os atacou, sendo convencidos a “perguntar primeiro, socar depois”, pelos emissários Atlantes. O idioma falado por eles era ainda mais similar ao idioma Atlante do que o Aasgardiano era, e a comunicação entre aquelas duas raças foi relativamente fácil, mas entediante.
Após várias conversas entre os Povos Anfíbios e os Atlantes, não demorou para chegarem em um acordo, adicionando mais uma raça para a aliança. Com as novas informações dadas pelos Anfíbios, as duas grandes raças encontraram novos recursos para explorarem, como as criaturas que viviam naquele novo turbulento oceano, nomeado de Oceano Furioso, que se provaram ser uma fonte de alimento, materiais para fabricação de armas e armaduras, mas o mais importante; um dos maiores desafios de combate. Apesar da grande vontade de caçar aquelas criaturas, o Aasgardianos não possuíam conhecimentos de navegação, e muito menos embarcações, para navegar naquele Oceano. Isso somou a um outro problema, o transporte das novas riquezas, por meios terrestres demorava, e por sofrer com os ataques das criaturas selvagens, nem sempre chegavam com todo o conteúdo que inicialmente carregavam, graças ao acordo inicial, as forças Aasgardianas se dividiram para proteger as caravanas Atlantes, e o número de soldados não era muito grande. O transporte marítimo, por mais “excitante” que seja, era ainda mais arriscado, os navios tinham que navegar muito próximos da ilha, pois havia uma pequena área de águas calmas antes de chegar até a parte turbulenta do oceano, em contrapartida aquelas águas eram cheias de pilares de rochas, deslizamento de pedras pelas costas das montanhas, e criaturas aéreas que faziam seus ninhos nas montanhas, além de tudo o tempo gasto para dar a volta na ilha era maior do que o tempo das caravanas terrestres demoravam para cruzar a ilha.
Odin juntamente de Laára, criaram uma solução para o problema de transporte. No meio da ilha havia uma grande falha, que abriu espaço para um estreito rio que passa por entre cânion, ligando o Oceano de Atlantis com o Oceano Furioso. Se aquela brecha fosse grande o suficiente para passarem navios, resolveria o problema de transporte de riquezas, então a rainha e o rei mostraram todo o poder do sangue real. Odin utilizou de uma poderosa magia que o fortaleceu o suficiente para abrir a falha e separar a ilha em duas partes, enquanto a rainha Atlante descobriu que podia transferir sua energia para o ele, aumentando o poder dele, além de controlar as águas. Este processo também serviria um outro propósito, separar a parte mais selvagem e perigosa da ilha, da parte na qual as criaturas eram mais fracas, criando uma zona para os soldados recém formados irem ganhando experiência, e uma para que os veteranos pudessem desafiar suas habilidades e evoluir todas as técnicas de combate Aasgardianas. Não foi do dia para a noite que isto aconteceu, foram vários dias de trabalho conjunto entre as grandes raças, que resultou na Brecha dos Mercadores, como é conhecida atualmente. Além da brecha, havia agora duas ilhas distintas, o que forçou a renomeação conhecida atualmente; no norte da bracha a Ilha de Comércio, e no sul a Ilha Selvagem. Mas este ato gerou consequências não planejadas, mas que mudou bastante a vida das raças envolvidas.
O Encontro com os Dragões
A enorme quantidade de energia mágica gasta para fazer a divisão das ilhas chamou a atenção dos Dragões Elementais da Água, que viviam em sua cidade-coral no oceano próximo a Atlantis. Logo após a conclusão do processo, os dragões emergiram e se revelaram, o que causou surpresa, medo, curiosidade, interesse, e outras emoções tanto nos Aasgardianos quanto nos Atlantes. Tanto Odin e Laara perceberam logo de cara que os dragões eram criaturas com um poder além do que eles imaginavam ser possível, naquela época o rei Aaesir mal tinha começado a entender todo aquele poder que havia conquistado em sua jornada, e ambos sabiam que deveriam respeitar aquelas criaturas impressionantes. Os dragões por sua vez, logo identificaram a energia do rei e da rainha, e foi neste momento que eles ensinaram sobre os outros continentes e sobre o poder especial do sangue real.
Os dragões acreditam que aqueles que possuem o sangue real fazem parte de uma linhagem direta dos Guardiões da Mana, na qual o sangue se manteve puro o suficiente para conservar o poder, parte ou até total, de seus antepassados. É graças a este sangue especial que Odin e Laára possuía um poder diferenciado dos demais de suas respectivas raças, além da característica física que os distinguiam; os olhos reais; sem pupila, íris da cor do elemento mágico, que parece estar em movimento como se fosse um líquido, contornada por uma grossa linha preta com traços finos sendo puxados para o centro do olho, como se houvesse um vórtex no meio. A partir desta informação que começou a cultura de veneração as famílias reais compartilhada pelas grandes raças, até então o povo seguia seus reis e rainhas pelos seus atos e pelo seu grande poder, mas agora eles passaram a serem vistos como seres superiores. A existência dos Aasgardianos gerou tumulto entre os dragões, pois não existiu um Guardião da Mana de Gelo, e Odin foi chamado para uma conversa direta. O encontro com o rei e os dragões demorou vários dias, e os detalhes foram mantidos em segredo por muito tempo, apenas recentemente que o príncipe Thor pediu ao seu pai tornar este conhecimento público, pois poderia ter relação com as condições especiais do nascimento de sua filha. Assim, o que foi revelado é; os Dragões acreditam que o sangue Aasgardiano compartilha do mesmo ancestral do sangue Atlante, o Guardião da Água, porém por fatores ainda desconhecidos, ele sofreu alterações que resultaram na diferença entre as raças, e como as magias de Gelo levam uma clara vantagem às magis de Água, pode ser um sinal de que os Aasgardianos são uma raça que evoluiu a partir dos Atlantes. Este conceito de “evolução” gerou bastante discussão, pois os magos da Água argumentam que apesar da vantagem elemental, há várias características da raça de Gelo que demonstram um retrocesso, ao invés de uma melhora. Até hoje essa discussão perdura, mas o que não se pode negar é que ambas são “primas”.
Nos anos seguintes os Aasgardianos e Atlantes descobriram o resto do Continente Azul, mesmo apesar das diferenças de como cada um age, as duas raças cresceram graças a sua aliança, e principalmente ao conhecimento dado pelos dragões. Aqueles foram tempos relativamente pacíficos, os Aasgardianos protegiam as rotas marítimas de comércio, para que os Atlantes pudessem focar em seus estudos mágicos e sobre o mundo em geral, tarefa que muitos consideravam entediantes, em comparação aos encarregados da exploração, que sempre estavam a lutar contra novas criaturas selvagens. O próximo grande evento que afetou as grandes raças foi no ano de 1670, com elas tendo conhecimento umas das outras, surgiu a necessidade de poderem se comunicar, e o Império dos Dragões, como um todo, viu o potencial na interação das raças, e tudo de bom que poderia trazer a Yggdrasil, então eles levantaram uma enorme passagem de pedra entre o sudoeste do Continente Verde com o norte do Continente Vermelho, e entre o sul do Continente Vermelho com o nordeste do Continente Azul, essa passagem serviu como uma ponte para que as raças civilizadas destes continentes pudessem trocar conhecimento e recursos entre elas. Porém este mesmo feito não era possível de repetir para os Continentes Branco e Preto, tanto pela distância destes em relação aos outros, e pelas condições geográficas de cada um, então o Império dos Dragões desenvolveram magias que possibilitaram o transporte aéreo, no qual os próprios dragões voavam entre os continentes carregando passageiros de todas as raças.
Com a possibilidade de visitar outras cidades em continentes diferentes, os Aasgardianos tinham a sua frente aquilo que mais queriam; terras para explorar, e inúmeros desafios inéditos para afiarem ainda mais seu conhecimento bélico. Até aquele momento, nunca havia tido tanta empolgação e preparação como estava sendo para a campanha de descobrimento de Yggdrasil. Deu até briga, literalmente, entre os soldados para decidirem quem iria participar nesta exploração, e quem iria ficar no Continente Azul para realizar as tarefas já existentes. Após resolverem tudo, o maior exército Aasgardiano, até aquele momento, iniciou aquilo que seria a maior expedição da raça em terras estrangeiras, e não foram apenas soldados, mas vários outros cidadãos encarregados de tarefas básicas e essenciais, juntos eles formaram os Stifinnulver, os lobos desbravadores de Midgard. Dos irmãos Aesir, Odin foi o que liderou a campanha, pois Vili havia adoecido, e não tinha forças para uma jornada árdua como aquela.
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