Durante o decorrer dos anos a humanidade passou a evoluir, desenvolver e raciocinar como seres únicos na terra. Nas primeiras eras quando existiam homens das cavernas, haviam também criaturas incontroláveis e ferozes que não podiam ser domadas como também eram difíceis de matar.
Esse inconveniente quase extinguiu a raça humana matando todos os fracos, tanto homens quanto mulheres. No fim, os mais fortes que sobraram e que eram poucos, acabaram desenvolvendo técnicas básicas de luta que logo se tornariam avançadas ao decorrer dos anos.
Naquela época o termo "caçador" ainda não existia no nosso vocabulário atual, entretanto, mais importante que isso foi o acerto dos homens e mulheres em treinarem intensamente, procriando e expandindo territórios afastando cada vez mais os monstros das áreas que tinham tomado posse.
A humanidade então se reerguia novamente, montando uma era de impérios, com reis e rainhas, pequenos vilarejos espalhados pelo mundo. Com vários sucessores aventureiros passando a tocha para outras gerações, ensinando técnicas e contando histórias e experiências de suas aventuras.
Após um tempo foi chegada a conclusão de que se deveria abrir algumas academias ao redor do mundo para homens e mulheres que queriam se transformar em aventureiros ou, defensores de seus respectivos vilarejos. Como a espécie humana era a única que evoluía de forma promissora, os monstros acabaram sendo deixados no chinelo ficando cada vez mais escassos e difíceis o surgimento deles.
Atualmente, cerca de 40% da humanidade controla toda a terra, enquanto 60% é composta de floresta e animais selvagens que servem como fonte de alimento para as pessoas, incluindo os monstros que se escondem e se adaptaram a viver lá. Pouco se sabe o que os monstros fazem, como se alimentam, se conseguem procriar ou coisas do tipo, já que nenhum explorador e aventureiro desse tipo de local revelou o que existe dentro dessas florestas.
Como é quase nulo a chance de algum ser humano que vive em um vilarejo sofrer um ataque das criaturas que vivem nas sombras, as academias acabaram ficando restritas apenas para pessoas nobres e de influência, proibindo o aprendizado sobre tal assunto aos plebeus. Mas como ordem de segurança, em cada vilarejo tem que haver no mínimo 2 guerreiros altamente treinados e profissionais para proteger o lugar tanto de monstros quanto de aventureiros com más intenções, que chegam a ser piores que as próprias criaturas………
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Vila Élfica - Scolli
"E então? Ainda não acharam o problema?", um idoso perguntava acariciando sua longa barba branca que chegava até o seu umbigo, vestido com um longo manto verde com os bordões mais escuros.
"E-estamos fazendo o possível senhor", diz um dos elfos segurando um mapa na procura de algo.
"Sabe quantos meses fazem que não possuímos mais a água dos rios? O risco que corremos diariamente em acabar dando de cara com aqueles macacos sem pelos?", uma indignação vinha de sua voz.
"Como não podemos garantir que isso não é obra dos humanos?" pergunta um jovem elfo que tinha um cabelo curto tal como os de um índio, com três sardas em cada bochecha, dentes da frente um pouco grandes e um óculos.
"Adolf, o que humanos ganhariam com isso?" questiona o garoto.
"Não sei, me diga você, por que acha que eles não teriam feito isso?" confronta.
"Se ponha no seu lugar seu moleque! Tem ideia de com quem está falando?" um dos elfos adultos que estava na sala pergunta lhe diferindo um tapa na cabeça.
"Não se preocupe Osley, ele é um garotinho bastante problemático" responde.
"Resolveremos a questão da água em breve senhor", diz o que está com o mapa em mãos.
"Assim espero" respondeu dando dois tapinhas em seus ombros, indo embora daquela pequena sala que fazia parte de uma grande árvore.
A vila élfica era um local secreto na floresta que não podia ser invadido por simples humanos, era um lugar - se não o mais - bonito do território de Suspensyst. Árvores eram suas casas, modernizadas em um local bastante ensolarado e verde onde no centro havia uma pequena corrente de água, antes de todo o problema acontecer.
O velho ao qual acabara de discutir com um jovem elfo era Hambar, o mediador e controlador daquela comunidade. Presente em grandes batalhas por territórios e ser reconhecido por ter lutado ao lado dos reis mundiais Steven e Alexa.
"Papai você viu o Adolf?" uma voz feminina perguntava sem estar presente no local.
"Aquele pestinha metido a inteligente estava me confrontando agora pouco" respondia de forma calma, procurando pela tal voz.
"Eu estava pensando se eu não poderia...", a jovem fica relutante em terminar sua frase, mas seu pai já imaginava do que se tratava barrando-a na porta de seu quarto.
"Não", falou de uma forma seca e séria enquanto a encarava nos olhos.
"Mas papai!" insistia fazendo birra.
"Você não é mais uma criança Clara, sabe muito bem dos perigos de sair da área élfica. Sabe como os humanos são repugnantes e desprezíveis, principalmente os denominados "aventureiros" e "exploradores", o Adolf voltou a colocar essa ideia na sua cabeça?" pergunta indignado fechando a porta ficando com ela no quarto.
"Não, ele não colocou nada na minha cabeça", diz mostrando indignação enquanto evitava contato visual.
"Por que é que você quer tanto ir para o lado de fora minha filha?" pergunta em um suspiro de paciência.
"Vocês sempre falam que humanos são isso, humanos são aquilo, que é a pior raça existente no nosso mundo e que conseguem ser piores que monstros. Eu tenho certeza que dizem isso para não querer que mantenhamos contato com eles, por quê?".
"Você realmente não deixou esses pensamentos ingênuos, mesmo já tendo 12 anos de idade. Sabe que mulheres amadurecem mais rápido que os homens, não sabe? Principalmente elfas".
"Pai, não vem com esse papinho pra me enrolar, você sempre diz que isso tudo é pra me proteger e também proteger a todos da nossa raça. Até quando acha que vai conseguir segurar nosso povo da experiência de se encontrar com a raça humana?".
"Enquanto eu estiver vivo, escute bem, enquanto eu estiver aqui nesse mundo respirando, enxergando e ouvindo você jamais pisará fora dos selos de Scolli", responde grosseiramente saindo do quarto de sua filha, trancando-a.
A filha de Hambar era uma garota energética e de certa forma inteligente, por mais que não aceitasse a cultura élfica no mundo atual. Sua filha já estava entrando na puberdade, ele sabia que haveria o dia em que ela se rebelaria e começaria a tomar suas decisões por conta própria, como se soubesse de tudo sobre o mundo.
Não poderia impedir disso acontecer, mas poderia segurá-la o máximo que pudesse dentro de seu território, pelo menos enquanto tivesse a menoridade. Só o pensamento de que logo sua filha completaria 18 anos deixava-o assombrado, com medo do seu futuro e em como poderia ser afetado de acordo com as decisões que tomaria.
Clara era uma garotinha com um olhar inocente, mas que guardava anos de experiência em combate de batalhas simuladas com outros de sua espécie. Desde novos, ambos os sexos são treinados com arcos e flechas, em fazer armadilhas, em como sobreviver na mata caso precise e a ser estrategista - mesmo que fosse muito pouco os que tinham esse mérito -, eram preparados pra tudo.
Clara tinha cabelos loiros, olhos azuis e andava sempre arrumada e limpa, mas guardava consigo uma arma branca portável. Ela era um ano mais velha que Adolf, que era seu melhor amigo desde sempre, ambos cresceram juntos.
"Hambar? Os elfos patrulheiros querem falar com você", sua esposa vinha até ele avisando rapidamente.
"Os patrulheiros?" perguntava confuso, não esperava nenhuma visita desse tipo em sua residência.
Hambar se reúne com o trio em sua sala, enquanto sua esposa preparava um chá na cozinha, os patrulheiros mostravam estar receosos e nervosos.
"O que querem me contar?" perguntava indo direto ao ponto vendo seus rostos apavorados.
"Acho que não conseguimos colocar em palavras senhor, seria melhor se você mesmo fosse ver" diz o que está sentado no sofá ao seu lado.
"Como?" perguntava levantando uma de suas sobrancelhas.
"Bem--"
"É uma criatura nova senhor, uma criatura que nunca havíamos visto antes em nossas vidas" um dos que estavam em pé interrompe-o.
"Vieram aqui para relatar de uma criatura nova ao invés de vigiarem qualquer tipo de invasão humana?", perguntava enfurecido.
"Entendo o estresse do senhor, mas antes de qualquer coisa, poderia nos seguir? Por favor?", o que estava mais perto da porta pergunta abrindo-a.
"Aqui está o chá" dizia a senhora que trazia xícaras em uma bandeja.
"Querida, não, não é necessário e nem é uma boa ocasião", dizia seu marido saindo junto com os patrulheiros sem olhar para trás.
"Quando vimos a criatura ela estava na água senhor, naquele rio que vem da vila de carvalho, poucos metros da nossa área".
"Era essa a causa da falta de água?" pergunta.
"Creio que não senhor, mas ainda assim não deixa de ser preocupante".
"O que tem de tão preocupante em uma criatura que vive na água?".
"Em nenhum momento dissemos que ele vive na água".
Isso o confunde, mas decide ignorar por hora e analisar com os próprios olhos o monstro que os elfos patrulheiros acabaram encontrando no rio. É um caminho demorado, já que precisam cortar caminho pela floresta evitando assim um encontro nada amigável com algum explorador ou aventureiro.
"E então? Onde está?" perguntava impaciente já procurando pelo tal monstro.
"Aqui senhor" dizia o elfo a sua frente apontando para a beirada do rio aos seus pés.
Hambar já imaginava que apenas havia gastado seu precioso tempo seguindo patrulheiros que poderiam muito bem ter apenas se enganado sobre alguma criatura, ele ia em passos apressados até a beirada quando seus olhos verdes se arregalaram em espanto.
"Tirem isso da água" ordenou.
"Esse que é o mais assustador e estranho senhor Hamber, essa criatura pega fogo entrando em contato com o sol. Fizemos isso antes de contactarmos o senhor, não percebe as queimaduras?".
"Hum..." se ajoelhava de frente para o corpo morto do monstro analisando-o. "Que espécime mais esquisito", concluiu.
A criatura possuía asas de aproximadamente 2,5 metros, tinha uma coloração azul escura ou até poderia ter sido causada pela queimadura. Sua coluna vertebral estava exposta, tinha pernas curtas e um corpo de mesmo tamanho, uma completa aberração desconhecida.
"Acha que pode ser uma nova espécie?" um dos elfos pergunta assustado.
"Tudo é possível, mas isso é muito estranho, eu nunca vi esse tipo de monstro em toda a minha vida" relatava enquanto abria a mandíbula do animal, qual possuía pequenos dentes bastante afiados. "Contaram para mais alguém sobre isso?".
"Negativo".
"Ótimo, mantenham assim por enquanto" falava abrindo as pálpebras do monstro que também possuía olhos verdes. "Isso pode servir como um material de pesquisa, dêem um jeito de levar essa coisa até o selo sem que ele queime mais do que já está, entenderam?".
"Sim..."
"O que diabos é essa coisa?" se perguntava em sua mente ainda sem acreditar.
Pouco se sabe sobre as criaturas que habitam o mundo em que os humanos vivem, tendo que se adaptarem para sobreviver, foi criado diversas academias de combate para formar aventureiros, tanto para explorarem o mundo quanto para protegê-lo de ameaças iminentes.
Beta é um garoto de 10 anos que sonha ser um explorador, qual convive com seus melhores amigos em seu humilde vilarejo. Entretanto, algo anormal parece estar acontecendo com os monstros daquele mundo, sendo mais ágeis e perspicazes que o normal, além de novas criaturas estarem sendo descobertas ou, decidindo mostrar sua existência para a raça humana.
Uma aventura espera pelo garoto, que tem o objetivo de erradicar seja o que for que esteja dando força e inteligência para esses monstros frios e sanguinários. Para isso ele está disposto a ir até os 2 reinos mais influentes em todo o planeta terra.
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