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Nível Zero, Sorte Zero, Paciência Zero

Nível Zero, Sorte Zero, Paciência Zero

May 08, 2025

Há muitos anos, um ser desconhecido apareceu. Ele se autoproclamava deus — e desde então, todos os anos, escolhe aleatoriamente jovens entre 10 e 20 anos para serem enviados a um mundo brutal. Seu único mandamento:

“Derrotem os 100 andares da Torre. Só assim retornarão.”

Ninguém sabe o motivo. Ninguém sabe como. Só sabem que acontece.

Esta história, porém, não começa com esse deus de cabelos azuis, sempre elegante e enigmático. Começa com Nort — um garoto magro, de cabelos negros bagunçados e olhos roxos, que parecia sempre meio distraído. Dezesseis anos. Hoje, como em todo ano, era o dia da Escolha.

No caminho para a escola, ele cruzou com o senhor Carlos, o zelador da rua.

— Oi, senhor Carlos! — disse Nort com o mesmo sorriso relaxado de sempre.

Carlos ergueu os olhos do chão e o encarou por um segundo.

— Ah... Oi, Nort. Hoje é o dia, hein? Será que dessa vez você vai ser escolhido?

Nort deu de ombros, sorrindo.

— Até parece, né?

E saiu correndo.

Chegando à escola, foi direto para o pavilhão esportivo. Era lá que todos os alunos se reuniam nesse dia — o dia da Seleção. Uma multidão de vozes baixas preenchia o espaço, cada um especulando, ansioso:

— Já vai começar?
— Será que esse ano chamam mais meninas?
— E se eu for escolhido... será que volto?

O ar estava pesado. Até que... ele apareceu.

Ele. O deus.

Como sempre, surgiu no ar sem aviso. Cabelos azul-claros brilhando, traje de gala impecável, olhos tão calmos quanto ameaçadores. Sua presença silenciou o mundo.

— Olá, meus jovens de todo o mundo... — sua voz ecoava não só ali, mas em cada escola, casa, cidade onde os escolhidos pudessem estar. — Hoje escolherei os meus campeões. Sem enrolação, vocês já sabem como funciona. Quem for escolhido... vai brilhar. Não preciso repetir os procedimentos, certo? Todos já estão cansados disso.

Um estalo de dedos.

— Boa sorte.

E então, a luz começou. Feixes dourados rasgavam o céu. Em meio à gritaria e confusão, um deles caiu direto sobre Nort.

— O quê?! Não! NÃO!

Ele tentou correr, mas era inútil. Seu corpo flutuava, envolvido por uma energia que não obedecia à gravidade.

— Professor! Avise minha mãe!

Essas foram suas últimas palavras antes de desaparecer do mundo.

Nort havia sido escolhido.

Nort abriu os olhos.

O céu era incrivelmente azul. Uma brisa suave soprava pela colina verde onde ele havia despertado. Tudo parecia... calmo. Bonito, até.

Até ele olhar pra cima.

Lá estava ela — uma torre tão colossal que parecia atravessar o céu. Impossível ver o topo. Impossível acreditar que aquilo era real.

— Porra... que merda. — murmurou Nort, se levantando. — Esse deus é um arrombado mesmo...

De repente, um painel flutuante surgiu na frente dele, com uma interface brilhante e letras douradas:

MISSÃO ATIVA: Recolha de Habilidade Única
Encontre sua Habilidade Única.
Habilidades únicas são raras e exclusivamente suas: podem incluir imortalidade, cura avançada, manipulação de elementos e mais.

Nort leu, bufando.

— Tá de sacanagem, né? Que descrição bosta é essa? Enfia essa explicação no... ah, foda-se. Vamos logo com essa missão ridícula.

Ele clicou em “Aceitar Missão”.

Instantaneamente, o mundo ao redor se distorceu. Em segundos, ele estava em outro lugar: uma arena velha, rachada, tomada por ruínas. O chão tremia. O ar cheirava a sangue e poeira.

Outro aviso do sistema apareceu:

MISSÃO ATUALIZADA: Sobreviva e encontre o portão de saída.

— A NÃO! AAAAH! — gritou Nort, ao perceber que não estava sozinho.

Seus berros ecoaram pelo campo destruído — e, claro, chamaram atenção de monstros próximos. Dezenas deles começaram a se mover na direção dele.

— Droga... — disse Nort, recuando. — Espera... os nomes deles estão amarelos? Que porra é essa agora?

Mais uma janela do sistema se abriu:

INFO DO SISTEMA:
Nome VERDE: monstro mais fraco que você.
Nome AMARELO: monstro mais forte.

Nome laranja: perigos.

Nome VERMELHO: corra.

Nome ROXO: prepare um testamento.

Nort engoliu em seco.

— Beleza... então esses aí são mais fortes que eu. Maravilha. Melhor correr, então.

Ele virou as costas e disparou, ouvindo os grunhidos se aproximando. Enquanto corria, mais uma janela do sistema pipocou:

Você gastou sua Ajuda Única com a pergunta sobre a cor dos nomes dos monstros.

— TÁ BRINCANDO?! — gritou Nort. — EU ODEIO ESSE MUNDO!

E sumiu entre os corredores quebrados da arena, correndo pela própria vida — sem habilidade, sem arma, sem nada... além da raiva.

Depois de correr por horas, Nort se jogou atrás de uma pedra, ofegante.

— Porra... — resmungou. — Eu nunca xinguei tanto na minha vida. E olha que eu nem era disso...

O silêncio momentâneo só fazia o desespero pesar mais.

— Tava tão feliz com minha vida pacífica... minha mãe, meus irmãos, meu pai... Como será que eles tão agora?

Ele fechou os olhos por um segundo. Mas não dava pra fraquejar. Se queria sair dali, teria que lutar.

— Certo. Se eu quiser sair daqui, vou ter que matar uns monstrinhos.

Abriu o sistema, esperando encontrar algo útil. Nada. Sem pontos. Sem habilidades. Sem tutorial decente.

— Nem um pontinho pra distribuir? Cadê o RPG nessa merda?

Pensou por alguns segundos, então olhou ao lado: uma barra de ferro velha no chão.

— Tá. Vou pegar isso. O primeiro monstrinho com cara de trouxa que aparecer... vai virar estatística.

Se levantou, respirou fundo... e saiu de trás da pedra.

Logo à frente, um grupo de goblins roncava em círculo.

— É tudo ou nada. Já tô morto mesmo.

Correu direto neles, gritando, e acertou o primeiro goblin no meio da cara. O bicho caiu com um grunhido, largando uma espada. Nort não pensou duas vezes e a pegou.

[Espada de Ferro Enferrujada]
Raridade: Comum
Durabilidade: 60%

— Agora é só imitar os filmes de espadachim, né? Ksk...

Lutou com tudo o que tinha — golpeava e fugia, batia e corria, tentando não ser cercado. A luta durou horas, ou talvez parecesse assim por conta da adrenalina. Até que o último goblin caiu.

Você matou 5 Goblins (Nv.1). Faltam 10 para alcançar o nível 1.

— Pera aí... tô no nível zero? Isso nem devia existir! Que tipo de deus corno inventou esse sistema?!

Notou então que havia algo brilhando onde os goblins caíram: núcleos de mana.

— Pra que isso serve?

Todos os seres vivos possuem um núcleo de mana. Você também. Pode unir núcleos para fortalecer o seu.

— Unir, né? Tá. Vamos ver se comer resolve...

Sem pensar muito, ele engoliu cinco núcleos de uma vez.

Imediatamente, o corpo dele entrou em colapso. Náusea. Tontura. Dores intensas. Mas, antes de desmaiar, ele viu a notificação:

Mana aumentada: 50/100

Apagou.

Quando acordou, um dia havia se passado. Com dificuldade, se levantou... e voltou à luta. Goblins, goblins, mais goblins. Atacar. Fugir. Sobreviver.

Depois de vários dias...

Você alcançou o Nível 1!
Pontos disponíveis: 5

— Finalmente! Vamo ver... força, agilidade, sentidos, vida, inteligência... — pensou por um segundo. — Tudo em agilidade. Preciso correr, não bater.

Continuou lutando, dia após dia. Subiu de nível devagar. Agora era nível 5, com todos os atributos base em 5.

— Só subi quatro níveis e ainda peno pra matar goblins. Alguns são nível 3, outros 10... E aquele slime ali? Nível 10? Por quê?!

Mas nada se comparava ao que ele viu adiante:

Um esqueleto armado, com olhos vermelhos e armadura rachada. Acima do nome:

[Nv.20 – Cor laranja]

— Ah, ótimo... É agora que eu viro piada póstuma.

Exausto, Nort caminhou mais um pouco, até ver algo à distância: uma porta imensa, cravada entre dois pilares de pedra.

Correu até ela, esperança brotando... até ver a notificação:

Nível mínimo para entrada: 10

Ele parou. Olhou pro céu.

— Sério?! Já cansei disso. Minhas costas doem.

Sentou no chão, respirando fundo.

A Torre não ia ser fácil. Mas ele também não era mais o mesmo moleque que caiu aqui sem nada.

— Minha espada só tem 10% de durabilidade... ótimo, — murmurou Nort, olhando a lâmina toda lascada em sua mão. — E agora essa mana saindo do chão e entrando em mim? Mas eu nem fiz nada!

Então ele se lembrou: seu medidor de mana estava cheio — 100/100.

Um pensamento estranho cruzou sua mente. E se...?

Sem pensar muito, correu em direção ao esqueleto de nível 20. Ele pulou, gritou e golpeou com tudo — a espada se partiu no impacto. Mas Nort não parou.

Instintivamente, moldou sua mana como uma corda invisível, amarrando as pernas do esqueleto. O bicho perdeu o equilíbrio, cambaleando.

— FUNCIONOU?! HA! — riu, já abrindo o sistema e convocando uma porção de espadas descartáveis.

Uma por uma, foi atacando o esqueleto. Cada arma quebrava. Sua mana ia descendo. Mas ele não parava.

90%.
50%.
10%...

— Ainda tenho 1%. Agora é no soco mesmo.

E foi. Com os punhos nus, bateu no esqueleto com tudo que tinha. Sua mão sangrava, cada golpe afundava mais nos ossos do inimigo. Ele gritava, chorava, lembrando da sua família, do mundo que perdeu, do quanto não queria estar ali.

Até que, com um estalo seco, o esqueleto caiu em pedaços.

Nort caiu de joelhos, respirando pesado. Havia um núcleo de mana no chão — nível 2.

Sem pensar, engoliu.

O efeito foi quase imediato: sua mana pulou para 120/200, e seu corpo entrou em colapso. Ele desmaiou ali mesmo.

Quando acordou, uma notificação flutuava diante de seus olhos:

Level Up!
Nível 8 alcançado!

— Desmaiei... Que dor de cabeça, véi... — se levantou, cambaleando. — Mas... tô no nível 8.

Antes que pudesse comemorar, foi cercado por goblins.

Dezenas deles.

Mas desta vez, Nort sorriu.

— Vocês ainda dão trabalho, mas... não vou morrer aqui. Vou voltar pro meu mundo, pegar minha habilidade única... e depois entrar na Torre.

Partiu pra cima. Espada em mãos, começou a eliminar um por um. Às vezes fugia, às vezes encarava de frente. Lutava com técnica, mas principalmente com raiva.

Dias se passaram.

Nível Atual: 15
Atributos:
Força: 11
Agilidade: 11
Sentidos: 11
Vida: 11
Inteligência: 11
Mana: 200/200

— Aaaaaah! Que canseira! Isso é pior que grindar em MMORPG! Esses goblins dão uma experiência miserável... — reclamou. — Nem ferrando que vou matar outro esqueleto...

Exausto, voltou àquela porta gigante. Respirou fundo. Colocou a mão na maçaneta.

Ela se abriu.

Entrou. A porta se fechou sozinha atrás dele.

Uma nova janela do sistema surgiu.

Missão Final: Obtenção da Habilidade Única
Derrote o Chefe do Portão.
Inimigo: Slime do Pântano
Nível da Ameaça: 19

Nort encarou o monstro emergindo da névoa.

Um slime gigantesco, esverdeado e pulsante, com olhos pretos e uma aura tóxica.

O nome dele estava amarelo.

Nort estalou os dedos, confiante.

— Amarelo? Moleza.

Ele sorriu — e correu pro inferno mais uma vez.

Nort caiu de joelhos, coberto por uma gosma verde brilhante. Seu corpo inteiro tremia, o cabelo grudado na testa e o rosto com uma mistura de sangue seco, suor e... slime.

— Se eu não pegar uma gripe alienígena depois disso, é milagre, — murmurou.

O slime gigante do Pântano estava morto — finalmente.

Missão concluída.
Nível atual: 17.
Atributos:
Força: 13
Agilidade: 13
Sentidos: 13
Vida: 13
Inteligência: 13
Mana: 200/200

Mesmo depois de engolir o núcleo do boss, sua mana não passou do limite. Mas não foi isso que o deixou surpreso.

Foi o sistema que apareceu logo depois, com letras douradas e animações exageradas de fogos de artifício.

Parabéns, Jogador.
Habilidade Única Adquirida.
→ "Transformação de Mana: Imagina!"
Você possui a capacidade de absorver mana e transformá-la no que quiser.
Sua imaginação é o limite.

Nort leu aquilo três vezes.

— Minha... imaginação...?

Olhou para as mãos sujas de gosma.

Pensou numa lâmina. Um arco. Um escudo. Um foguete. Um dragão? Uma pizza?

A mente dele borbulhava com ideias absurdas, mas o corpo... o corpo só queria dormir.

— Heh... foda-se o dragão... só queria um banho e minha cama...

Seus olhos pesaram, e dessa vez ele não tentou lutar contra o sono.

Ele simplesmente apagou.

Mas algo dizia que, ao acordar, nada mais seria o mesmo.


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Nort

Creator

mundo de merda deus de merda palavras do nosso protagonista

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Nesse mundo brutal, a única promessa feita por essa entidade é clara:

"Derrotem os 100 andares da Torre. Só então, serão livres."
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