Queridíssimo diário! Finalmente aconteceu! Dei um enorme passo rumo à minha maturidade como mulher.
Bom... Ok, falta muito ainda para falarmos em “maturidade, maturidaaaade – na verdade, não foi nada sensato e maduro ter dado este passo numa barraca de plástico no meio do mato, com uma garrafa de vinho vagabundo ao lado. Mas o importante é que eu dei. E gostei . E quero dar de novo.
Tudo começou quando o Pano (Maurão, mas Pano é mais bonitinho. Ele curtiu o apelido - !!!, talvez porque eu ainda não tenha contado o porquê dele) voltou com a Lu da vilinha, feliz da vida e rindo que nem um idiota.
Ok, rolou um ciúme.. deu pra notar, né? Claro que nunca vou admitir isso, só conto pra você. Se você contar para ele juro que rasgo todas as suas páginas com requintes de crueldade, ou pior, desenho coraçõezinhos nas suas margens. Enfim, fiquei com ciúmes. Nada mais natural para quem vê o namorado surgindo do meio do mato abraçado com uma garota (sua amiga. Detalhe) e uma garrafa de Sangue de Boi.
Sangue de Boi... Se demorassem mais um pouco ia rolar é Sangue de Vaca.
Foi exatamente o que eu disse à Lu assim que chegaram.
Vamos dizer que isso gerou um certo clima e alguns segundos de silêncio, mas graças a deus o Personal Bob veio nos salvar falando alguma asneira típica de quem está chapado. Bom, asneira não... depois até entendi o que ele queria dizer com aquele papo de estrelas imaginadas e sermos todos uma coisa só, e sermos aquela estrela também e tal, já que logo depois deste evento ficamos um tempão sentados e abraçados, rindo e filosofando, bem em frente daqueles dois filhos da puta.
Bateu uma fome e o Pano foi fazer o rango. Um clássico dos acampamentos, disse ele: Ravioli Hero e salsicha tipo Viena. Foi nessa hora que eu cheguei perto dele.
“Pô, o que é que eu fiz pra você ficar tão estranha comigo?” – Foi a primeira coisa que ele disse. Taí uma estratégia importante: “estranha” é uma palavra mágica: se o cara não está entendendo seu sentimento naquele momento (ciúmes), aproveite e não esclareça nada – deixe o “estranha” confundir a cabeça dele e perturbar seu coração, e aí peça o quiser e ele o fará, tentando entender o que se passa com você.
“Nada. Está tudo bem. Estava só conversando com o Bob. Ele é tããão legal”. Pronto, foi o golpe fatal: confusão + dose extra de ciúmes. Foi nossa primeira DR. Aliás minha primeira DR na vida – aprendi o que é discutir a relação e foi então que aprendi também sua consequência mais lógica e saudável: o sexo.
Falamos um monte de coisas, aproveitei o ciúmes dele para descarregar o meu, até que chamei ele no truco e pedi para ele me provar seu amor por mim.
6, marreco! Ele me pediu o mesmo.
Mas como provar um sentimento tão abstrato e abrangente como o amor?
Vamos pra barraca que eu te mostro. Foi o que ele me respondeu.
Para viver essa experiência tive que me despir de muitos tabus e preconceitos. Depois disso, me despir do sutiã e da calcinha foi só um passo.
Ficamos horas nos beijando, sem fazer nada. Só nos esfregando, como sempre, só que, pela primeira vez, sem roupa.
Nos beijamos, abraçamos, apertamos daqui, apertamos dali até que...upa! Escorregou e bola oito na caçapa do meio! Foi assim, de susto. No começo doeu, mas – como tudo na vida – a gente vai se acostumando e, quando acaba, fica querendo de novo.
Depois que rolou, ainda ficamos abraçados e conversando até altas horas. É engraçado como os papéis se invertem depois do sexo: o Pano ficou todo meloso e romântico, e eu, me sentindo a fodona.
Dizem que a vida da gente muda depois disso. Acho que só vou saber mesmo à partir de amanhã, o dia seguinte. De qualquer forma, pelo menos acho que nunca mais vou andar do mesmo jeito novamente.
Comments (1)
See all