Como o próximo Element só nasceria bem depois, Cosmos foi consultar a Element Original da Terra, a mais nova dentre eles. Talvez por sua juventude, ainda poderia tomar o posto de Element da Terra nos Novos Elements.
Ela se teletransporta para lá e já é bem recebida pelos nativos, que são conhecidos pela bondade.
- Obrigada pela recepção! – agradece Cosmos - Onde está Catrina? Gostaria de falar com ela.
Os nativos se olham com um ar de preocupação e sussurram entre si.
- Tem certeza disso, nossa Cosmos? – um deles pergunta.
Cosmos fica preocupada e não entende o porquê da pergunta.
- Eu não sei o aconteceu. Mas eu quero vê-la.
O povo a leva para uma tampa no chão que mais parecia um cofre. Eles a abriram e revelaram um grande buraco com uma longa escada em espiral que levava até lá em baixo. Três dos homens mais fortes a acompanharam até o fundo do buraco. Já na metade da escadaria, podia se ouvir alguém cantando algo como “eles me trancaram aqui, mas eles não sabem que eu tenho com quem conversar” com uma voz esganiçada e perturbadora.
Cosmos reconhece aquela voz. Era a de Catrina, mas estava quase irreconhecível. Quando chegam lá, um dos homens bate na porta de ferro, a chama e avisa a entrada. Ela autoriza.
Quando Cosmos vê a cena de uma amiga presa a várias correntes, em um lugar gigante e escuro com somente uma pequena abertura no teto permitindo a entrada de luz, ela fica congelada, sem ao menos saber o que ela fez (ou aconteceu) pra ela ficar nessa situação.
- Por favor, tirem ela daqui... Eu a levo pra um lugar melhor com seu devido tratamento.
Os homens a tiram de lá. E, Catrina mesmo nessa situação, ela continuava sorrindo e conversando com os guardas e Cosmos. Ela andava saltitante e dançante, mas com uma euforia perturbadora.
- Oi Cosmos! Pra onde a gente vai? – pergunta Catrina com uma voz esganiçada.
- Pra um lugar bem melhor... – responde Cosmos com uma voz chorosa.
Chegando à superfície, Catrina começa a gritar:
- Olha mãe, olha pai! Eu disse que eu ia sair de lá um diaaa!
Ela para por um momento como se estivesse parando pra ouvir alguém.
- Não! Ela não vai fazer isso comigo... Ela me AMA! Eu vou começar a ignorar vocês... Brincaderinha! – continuava conversando numa alegria anormal.
Cosmos olha pra Catrina assustada. Nunca tinha visto algo parecido. Com quem ela estava conversando? Ela chega pra um dos moradores de lá e pergunta o que aconteceu pra ela ficar assim.
- Durante a primeira guerra elementiana, ela estava lutando lá. Ela viu parentes, amigos, conhecidos... Todos morrendo aos montes...
Durante a explicação, Cosmos olha para Catrina e sente um grande aperto no coração.
- Ela já estava devastada psicologicamente... Mas quando viu seus pais sendo assassinados bem na sua frente, ha... Foi a gota d’água... O mundo dela desabou. Depois de um tempo começou a ter comportamentos estranhos... Conversava sozinha as vezes mas depois começou a ficar frequente. Agredia e brigava com todo mundo que a encarasse... Era bizarro...
- Aí a gente a prendeu naquele buraco por causa de algumas ameaças que ela começou a fazer... Algo como... “Eu vou me juntar com A Destruidora e vou matar todos os que acham que eu sou louca!” ou “aquela prisão não vai me prender por muito tempo!”, sendo que a gente nem disse nada de prisão pra ela... – outro nativo interrompe a conversa.
Cosmos para e pega o olho do tempo. Lá, ela vê que Maybe não seria a única a causar a guerra... Catrina estaria lá também. No momento em que ela tira o olho do Olho (repetição inevitável), Catrina surta e começa a se debater e dar cabeçadas nos homens que a seguravam.
- Diamante, traga reforços! – Cosmos manda pelo comunicador.
- Sim, minha Cosmos! Já estão indo!
Vários guardas de Cosmos se teletransportam pro lugar onde ela estava e seguram Catrina pelos braços com força.
- Pra onde vocês tão me levandooo! – grita Catrina.
- Pra um lugar bem melhor... – disse Cosmos enquanto tocava na testa da menina, teletransportando-a pro Reino de Cristal.
Catrina vai parar numa espécie de tribunal. Logo depois, Cosmos chega, mas em sua forma original (15 metros), jamais vista por ela.
- Caraaamba! Você é grandona assim mesmo, é? – pergunta Catrina.
Cosmos vira os olhos e se senta em seu trono com uma expressão de desapontamento misturado com tristeza.
- Eu soube o que houve com você. Lamento a perda de seus pais...
- Perda? Eu não perdi ninguém! Meus pais estão sempre do meu lado, nunca foram embora!
- “Então quem ela conversava esse tempo todo eram os pais dela?... Ué? Mas eles não morreram?... Será que?...”
- Ei!
- Hã? Quê?
- O que eu vim fazer aqui mesmo?
- Ah é. Visto que as condições da sua antiga “casa”...
- Pode chamar de prisão, mesmo.
- Ok... Visto que as condições da sua antiga prisão eram desfavoráveis a alguém tão importante como você, decidi te trazer pra cá e te dar seus devidos tratamentos. Também trouxe uma testemunha, com quem vou ter uma conversa agora... “que outros tipos de comportamentos estranhos ela demonstrou?” ( sussurros)
- “Ela também ficava batendo a cabeça com força na parede. Por isso abrimos mais o espaço. Mas ela até agora ficava fingindo que estava se enforcando com as correntes... Até hoje não sabemos pra que ela fazia isso...”.
“Hmm... Parecem pensamentos suicidas... acho que sei o que ela quer...”. Agora quero chamar uma segunda testemunha!
- À vontade, Cosmitcha... (risada estranha que não pôde ser onomatopeiada)
- Tá... Eu chamo aqui, Death, a guardiã da morte!
Ao comando de Cosmos, do nada surge uma moça de pele – literalmente – branca com desenhos na face lembrando uma caveira mexicana e com uma foice.
- Cosmos... Tu me interrompeu de beber de novo... Tá ficando frequente esse troço aí... – disse Death claramente bêbada, como sempre.
- Death, te chamei aqui com um propósito. Senta aqui do meu lado, vem. Okay... “Catrina, nossa ré, aparentemente quer se matar pra encontrar seus pais, com os quais ela fica conversando mesmo estando mortos... O que aconteceria se ela realmente se matasse?”
- Seguinte...
- “Fala baixo, caramba!”
- “Seguinte... Se ela falicer, ela não vai pro mundo dos lembrado, não... Ou seja, como todo mundo tem um certo “medinho” dela, o pessoal não vai querer se lembrar dela e ela vai pro mundo dos esquecido... Fechô?”
- “Os pais dela estão no mundo dos lembrados?”
- “Tão lá de boas.”
- “Tá. Já sei o que fazer. Tá liberada Death.” Death? – Death entrou em coma alcoólico. De novo, pra variar – Err... guardas... levem ela, por favor?
Os guardas a levam arrastando-a no chão, como toda vez que ela vai lá. Ela é alcoólatra. Já deu pra perceber.
- Catrina, chegue mais perto... – manda Cosmos.
Cosmos muda sua forma novamente e toca na testa de Catrina, fazendo-a desmaiar.
- Guardas, levem-na para a C-7.
- E agora, Cosmos? – pergunta Diamante.
- Só nos resta esperar...
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