Povo da Água, meses no futuro.
- Vai! Pega essa! – Tsumi joga três pedras no ar.
- Há! – Marina pula e corta todas de uma vez usando lâminas que saíam de suas mãos – É só isso? Tava fácil demais!
- O que você esperava? Já estamos treinando há cinco horas! Até eu preciso descansar às vezes...
- Sabe que eu não me canso tão facilmente...
- Então vamo jantar que eu já tô com fome!
As duas descem umas escadas que levam a uma “kitnet” submarina, onde as irmãs moram. Cada um do Povo da Água também vive em uma. O povo inteiro fica debaixo do mar de Elementia.
Enquanto Tsumi fazia uma espécie de “miojo”, Marina ficava socando um saco de pancada que ficava ali do lado da “mesinha de jantar”.
- Ei! Sossega aí! Vai acabar se desgastando pra amanhã!
- Ah, tá bom... – ela para e se senta na mesinha. Tsumi se senta logo depois, entregando um copo com água pra Marina.
- Então? – pergunta Tsumi – Que treinamento vai querer amanhã?
- Alguma coisa com velocidade... Sinto que tô lerda demais... – Marina vira o copo com água em cima da cabeça. É assim que ela come.
- Fechado.
Depois do jantar, elas vão dormir. Todo dia – menos final de semana – elas acordam cedo e treinam o dia todo. A família de Tsumi sempre deu muito valor à luta. Ela quer que essa tradição seja levada em diante pela Marina.
De madrugada, o comunicador de Tsumi toca. Ela tenta se levantar se esquivando de Marina.
- Sim, minha Cosmos?
- O processo de recrutamento já pode ser iniciado.
- Pode ser amanhã...?
- Pode sim. Desligo.
Tsumi desliga o comunicador e volta pro colchão em que as irmãs dormem.
- Foi mal, Marina... Tenho outros planos pra você amanhã...
Seis da manhã, Marina já estava se alongando. Tsumi parecia estar ocupada com outra coisa dentro de casa.
- Já tava demorando! Quando vamos começar? – diz Marina animada.
- Desculpa, mas hoje a gente não vai treinar.
- Quê?
Tsumi entrega um mapa e uma mochila pra irmã.
- Cosmos me avisou que uma 2a guerra aconteceria e provavelmente seria pior que a anterior e me pediu que você reúna a nova legião de Elements... Siga esse mapa e procure por todos os outros.
- Mas como assim?
- Na 1ª guerra, eu lutei lá pra proteger esse povo. E agora é com você que nós iremos contar.
Marina olha assustada pra Tsumi, que põe as mãos no ombro dela.
- Elementia depende de você, Marina.
Ela faz um olhar de determinação.
- Pode deixar! Ninguém vai machucar esse povo e muito menos você! Nem que eu morra por isso!
- Não exagera, vai...
- Ok. E... O que tem na mochila?
- Lanchinho procê – ela faz um coração com as mãos.
- Valeu. Por onde eu tenho que começar? – Marina examina o mapa feito de qualquer jeito. Eles não têm a tecnologia da visão aérea.
- Seguinte, primeiro, você vai pro povo da escuridão, que tá mais disponível no momento. Depois você vai pra onde cê quiser. Mas tem que voltar pra cá quando você achar essa cambada de gente.
- Muito explicativo... Ok! Tô indo então. Vou tentar voltar o mais rápido possível!
- Tudo bem! Boa Sorte!
- Vou precisar...
Marina então entra na sua jornada. É aqui que a história de verdade acontece.
Ela já estava caminhando há algumas horas até que sente um pequeno tremor de Terra. Marina põe o ouvido no chão para saber se o que estava por vir estava perto. Quando olha pro lado, vê um bando de ursos polares do Povo do Gelo chegando muito perto.
O Povo do Gelo estava invadindo o seu povo em busca de comida. E como eu disse antes, eles não conseguem ser pacíficos (nem os animais). Marina tenta fugir, mas é atropelada por um dos ursos. Ela acaba ficando inconsciente e sendo levada junto com a “manada” de ursos.
Dia seguinte. Povo do Gelo.
- Ai que dor de cabeça... – Marina acorda já resmungando – Eita! Onde é que eu tô? E por que eu tô com essa roupa? – ela tira a luva que estava usando e percebe que sua pele mudou de cor. Ela era lilás agora. Marina fica apavorada e começa a olhar ao redor, até que olha pro lado.
- Oi. – uma garotinha de cabelos brancos e grandes olhos azuis estava a encarando.
- AH! – Marina toma um susto.
- Oh! Que bom que você acordou... Já estávamos preocupadas... – diz uma senhora que aparentemente estava fazendo o almoço.
- Err... Me desculpa, mas eu não sei o que tá acontecendo...
- Eu estava indo ao mercado ontem à tarde e na volta encontrei você desmaiada no chão. Percebi que você não era daqui então te trouxe pra cá. – explica a senhora.
- E tava sem roupa. – a menina interrompe.
- É e sem roupa. Mas a gente não viu nada.
- Ah, é... Eu agradeço, mas... Eu tenho que ir embora daqui a pouco... Eu tenho que procurar umas pessoas e...
A senhora, que na verdade é a Maga do Gelo, percebe que se lembra dessa menina em um dos seus sonhos proféticos. A profecia estava se cumprindo.
- Acho melhor você se recuperar primeiro. Não quer ser do Povo do Gelo pra sempre não é?
- Me recuperar...?
- Quando alguém do povo da Água fica exposto a baixas temperaturas, ele “congela” se tornando do elemento Gelo. Você no caso ainda não está totalmente “congelada” então ainda dá pra reverter.
- Então o que devo fazer?
- Vá para o Povo do Fogo. Friv te acompanha.
- Quem?
- Eu. – diz Friv já pegando uma mochila e um casaco mais grosso – Fala seu nome.
- É... Marina.
Friv demora um pouco pra processar o que foi dito.
- Frivina. – diz ela apontando para Marina.
- Não... É Marina.
- Frivina?
- Não. Ma-ri-na.
- Então vem Frivina.
- Aff... Deixa pra lá...
- Friv! Não se esqueça do Billy!
- Quem?
- Euzinho. – um pequeno urso polar chega se apresentando.
- É... Um urso... Falante... – Marina fica sem palavras.
- A esse ponto da história, eu sou a coisa mais normal aqui, ok?
- E o que ele faz?
- Ele me faz não morrer. – responde Friv – Fogo me mata.
- Faz sentido...
- Marina! Pode vir aqui? – chama Maga.
- Sim?! – ela se levanta e vai em direção dela.
- Friv é uma dessas pessoas que você está à procura. Lá no Povo do Fogo você também encontrará outras dessas.
- Sim, senhora.
- E tente ficar de olho nela... O Billy sozinho não dá conta.
- Ok...
Marina e Friv continuam na jornada a procura dos outros Elements indo ao Povo do Fogo, sua próxima parada.
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