Povo do Fogo, alguns dias no futuro.
Holt estava fazendo as compras que Fire tinha pedido. Mabel foi pra sua casa fazer uma visita aos seus pais e dar a notícia de que agora mora com os irmãos Fire (agora é “faire”, mesmo).
Depois de ter comprado tudo, ele pega o caminho de volta pra casa. No meio do caminho, ele ouve gritos de uma mulher. Curioso, ele vai atrás do som.
Holt percebe que estava vindo de uma casa. Ele fica olhando pela gretinha da janela o que estava acontecendo. Era uma mulher tendo um filho. Como não existem médicos em Elementia, são os próprios pais ou vizinhos que fazem o parto.
Ele nunca tinha visto um bebê recém nascido. Ele também nunca foi um.
- Olha que gracinha... Tem os olhos da mãe... – o pessoal lá dentro conversava.
Holt repara que tinha um negócio saindo da barriga do bebê. Ele também percebe que já viu muitas pessoas com aquilo também (um umbigo, no caso). Holt levanta a blusa e vê que não tinha aquele negócio e começa a entrar numa crise existencial baseada em “de onde eu vim? Como eu surgi? Quem sou eu?”, etc.
Meio pensativo, ele segue o caminho de volta pra casa.
- Cheguei...
Fire o recepciona como sempre. Mas antes de lhe dar uma voadora, ela para.
- Que cara é essa, mano?
- Você já se perguntou da onde a gente veio?
- Como assim?
- De onde a gente veio? Como a gente surgiu?
- Foi da Cosmos, eu acho...
- Sim, mas COMO?!
- Acho que você tá numa crise existencial e tá pensando demais.
- É... Acho que sim...
Fire começa a examinar as sacolas.
- Aê!
- Que foi?
- Você comprou aqueles produtos de limpeza que a Mabel tinha pedido?
Holt dá uma bugada até se lembrar.
- AI, SOCORRO! EU TINHA ESQUECIDO! Cara, ela vai ficar TÃO brava...
- Não é pra tanto... Mas acho que ainda dá tempo de ir lá antes que ela chegue...
- Beleza. Tô indo lá então.
Ele desce as “escadas” correndo. Mas depois volta.
- E não come tudo!
Fire já estava quase devorando um pedregulho. Ela desiste.
Holt volta a sair correndo até a feira. Ele compra os produtos que Mabel tinha pedido, e volta a sair correndo de volta pra casa.
Mas o que ele não lembra era da sua anotação No1: ser mais furtivo. Sair correndo com uma sacola na mão, na frente dos guardas, não é ser furtivo. E como era de se esperar, Holt foi parado pelos guardas.
- Oi de novo, muleque!
- Quê cê tá aprontando de novo?
- Olha, hoje eu tô com pressa então...
- E tu acha que pode sair dessa assim tão fácil?
- Do que vocês tão falando?
- A sacola...
- Ah, isso aqui? Eu comprei com o MEU dinheiro, honestamente, falou?
- E cê acha que a gente acredita nisso?
- E por que não?!
- Ladrão é ladrão, mané... – e como nos velhos tempos, Holt é espancado, de novo.
O pessoal já estava fazendo uma roda ao redor dos guardas. Todo mundo por lá adora quando eles fazem a “justiça”.
Enquanto isso, Marina e Fire chegaram ao Povo do Fogo.
- Nossa... aqui é bem quente... – diz Marina – Isso não te afeta não, Friv?
- O casaco e o Billy me deixam bem.
- Quê?
- Desculpa... – Billy interrompe - É que ela não é muito boa em se comunicar... o que ela quis dizer é que o casaco é um isolante térmico e eu sou um “freezer”...
- Atá...
Enquanto eles caminhavam, ao longe viram um bando de guardas e pessoas cercando e machucando um garoto. Ele parecia estar muito ferido. Inconformada, Marina tenta achar alguma solução para aquilo.
Marina usa seus poderes de clonagem e faz um clone para distrair os guardas. O clone finge roubar uma bolsa e sai correndo na frente da multidão, que logo é atraída a fazerem “justiça”.
Depois da poeira ter abaixado, os três vão até o garoto.
- Aí! Você tá bem?
- Não, eu tô beleza...
- Melhor a gente sair daqui rápido... Eles podem voltar a qualquer momento...
O grupo vai pra um lugar um pouco mais calmo.
- É... Foi muito legal o que você fez por mim...
- Por nada! Quando se trata de ajudar alguém, eu não consigo hesitar...
- E quem são vocês?
- Eu sou Marina!
- E eu sou o Billy e essa é a Friv!
- É um urso... que fala...
- Sim. Eu sou.
Friv desce da garupa de Billy e vai até Holt.
- Oi.
- Oi... Seu nome é Friv, né? – responde Holt, meio sem jeito por causa da estranha aparência dela.
- Sim. Eu te amo.
- Quê?
- Te amo. – Friv tenta abraçar Holt, que pára ela segurando-a pela cabeça.
- Acho que não é assim que funciona...
- Friv! Você não pode dizer que ama alguém sem ao menos conhecê-la! – explica Billy.
- Vovó diz que me ama.
- Mas ela te conhece há mais tempo!
Friv fica pensando por um tempo.
- Mas eu conheci ela ontem.
- NÃO! ISSO É O QUE VOCÊ LEMBRA!
Friv e Billy começam a discutir sobre isso.
- O quê que tá acontecendo...? – pergunta Holt confuso.
- Foi o que eu pensei quando vi esses dois pela primeira vez... – diz Marina – Acho que ela é amnética...
- Traduz.
- Esquece rápido das coisas.
- Faz sentido...
- Ah! Eu tinha me esquecido! Qual o seu nome?
- Holt. Holt Fire.
- E por que aquele pessoal tava te espancando?
- Mal entendido.
- E isso é motivo?
- No meu caso, sim.
- Ah... – Marina percebe que não dava pra puxar muito papo com ele.
-... Então para de fazer isso! Ufa... Consegui convencer ela. Desculpa aí, cara. É que como todos os seus sentimentos são uma atuação, ela tava tentando parecer amigável.
- “Uma atuação”?
- É uma longa história... (cap. 7)
- Que seja... Já tá tarde... Querem passar a noite lá em casa?
- Se não for incômodo... – diz Marina.
E todos seguiram caminho à casa de Holt. Chegando lá...
- Fire, cheguei!
- Já tava demoran... Quem é esse povo aí? E por que sua cara tá cheia de sangue?
- Senta lá que eu conto.
Depois de algumas explicações...
- Ok. Deixa eu ver se eu entendi... – diz Marina – Você é um ladrão procurado, você literalmente não tem sentimentos e você é um urso criado por uma maga?
- É... – os três respondem juntos.
- E você é uma menina do Povo da Água que acabou congelando e veio aqui pra voltar ao normal? – pergunta Fire.
- Sim... – Marina olha para sua mão. Tinha um pouco de gelo ainda, mas não queria sair. Parecia que ia ficar ali pra sempre.
- E como você entrou nessa situação? – pergunta Holt.
- Eu estou à procura dos Elements...
- Nossa... Que sorte... – diz Billy.
- Por quê?
- O Elemental do fogo tá aqui...
Todos os olhares se viram para Holt.
- Que foi?
- É você... – diz Marina.
- Nem sei...
- Na verdade... É ela. – Billy “aponta” para Fire, que estava se empanturrando com alguma coisa.
- Que foi? – diz ela de boca cheia.
- Holt?! Tem mais alguém a... – Mabel sai dos fundos da casa e vai até a sala, onde todos estavam. Os olhares se voltam pra ela.
- Uhh... Ela também é importante! – diz Billy. Ao contrário dos outros, ele sabe quem são os Elements. A Maga disse pra ele.
- Oh! Me desculpa! Eu atrapalhei vocês! Eu vou continuar limpando lá dentro...
- Espera! – diz Marina – Você é familiar...
- Sou?
- Sim... Mas não sei de onde. Você quer ir junto com a gente?
- Pra onde?
- Procurar os outros Elements pra uma guerra que vai ter.
- T-tudo bem...
Assim continua a jornada dos Elements. Já foram três de oito.
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