Aconteceu numa terça-feira. A brisa fria do outono fazia a folhas voarem e era como se as árvores sussurrassem segredos. Nós estávamos no parque: eu e meu cachorro. O sino da Igreja tocou às três da tarde e foi quando eu a vi: seus cabelos voando como naquelas propagandas de xampu e suas mãos enfiadas nos bolsos de seu casaco. Teria sido igual aquelas cenas nos filmes onde dois estranhos se encontram pela primeira vez e se apaixonam em segundos. Não é necessário dizer que isso não aconteceu. O que aconteceu foi meu cachorro latindo para ela e ela se assustando a ponto de pular! Também é desnecessário dizer que eu simplesmente murmurei desculpas e saí do parque, envergonhada e marcada pelo resto da minha vida. Se eu soubesse que meu cachorro arruinaria minhas chances de arrumar um encontro, teria deixado o pestinha em casa!
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