Silver ficou de cama por três dias, ele conseguiu ler pelo menos uns dois livros nesses três dias, Gylen não entendia o porquê dele gostar de livros sem imagens. Quando finalmente pode andar graças as ervas, Silver soube de boatos por todo reino que Gylen estava arrasando na cama.
Silver foi até Gylen o puxando para falar a sós com ele.
- Bonito em, falando para os outros que quase me aleijou fazendo amor comigo, só quero deixar claro que isso é uma palhaçada ok. Bem que dizem, quem muito fala pouco faz, idiota que não dá conta de nada!
Gylen estava suado do treinamento e o pressionou contra parede ficando muito próximo.
- Acha mesmo que não dou conta?
Foi aí que perceberam como estavam próximos e sem graça se afastaram.
- E como está o pé aberração?
- Está bem melhor, bem…. é que... Obrigada por cuidar de mim.
- Pera, não ouvi direito...você disse o que?
- Obrigadaaaa, tá bom? Rei surdo e idiota.
E Silver saiu mancando e rindo mostrando o dedo do meio, fazendo Gylen rir também enquanto decidia se corria atrás para lhe dar uns cascudos, mas preferiu ficar até seu amiguinho ficar menos animado depois de pressionar na parede.
- Está sendo duro cuidar de você princesa de araque Silver.
Reclamou ele enquanto observando Silver descer as escadas, e se pegava o olhando de modo doce e sorrir, até vê-lo sendo abordado por seu irmão mais velho.
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Silver descia ainda mancando um pouco até ser abordado por um homem grande de cabelos pretos e longos que pegou Silver pelo queixo.
- Você é a noiva que meu irmão me roubou?
Ele agarrou Silver e forçou um beijo, mas Silver então pisou em seu pé, e acertou uma joelhada certeira em sua virilha e depois o esmurrou o nocauteando, quando Gylen chegou todo preocupado o viu com o vestido um pouco rasgado.
- Ele descobriu? Você está bem aberração?
- Ele descobriu o poder de cinco dedos na cara dele, atchiiim, com foi espiar alguém levando uma surra como essa?
Gylen pôs seu casaco sobre os ombros de Silver.
- No quarto agora princesinha boa de surra, precisamos conversar sobre isso, e espero que ninguém descubra que seus peitos são pedaços de tecido.
Silver fechou o casaco sobre si.
No quarto Silver se despia para por outra roupa não rasgada e propôs um jogo com Gylen para se conhecerem melhor.
- Cada um tem direito a uma pergunta, o outro precisa responder sem mentiras, cada tem sua vez. Eu começo quem é o cabeludo cheirando a cerveja velha e porque ele me chamou de noiva dele?
- Ele é meu irmão mais velho, um vagabundo que adora um rabo de saia e beber.
- Ata esqueci que ele existia, não e só um filho virgem, há também o filho vagabundo e mulherengo.
- Epa, eu não sou virgem não tá Já estive com algumas garotas do vilarejo antes, você que tem cara de virgem pois nem de mulher parece gostar.
- Não quero falar sobre isso.
- Você que disse que tinha que responder, sem mentiras.
- Não.
- Responde logo, para de manhã aberração.
- Não sou virgem, mas a única pessoa que eu amei está morta satisfeito?
- Desculpa, eu não queria...
- Você não quer saber a verdade? Eu contarei, a um tempo atrás namorei um plebeu e sim, transar com um cara é maravilhoso, mas quando se é da realeza e filho único, qualquer um sem coroa é considerado um alvo da minha corte. Já teve que segurar alguém que ama morto em seus braços?
- Sim, minha mãe!
Os dois se entreolharam como se pedissem para acabar com aquela conversa mórbida.
- Como vamos lidar com o cabeludo?
- Vou por um Guarda para te proteger, para o seu bem.
- Ok, quero o Alex.
Disse Silver decidido, e vendo que aquilo deixava Gylen estranhamente desconfortável e nervoso, mas ele concordou só para que não brigassem mais.
Agora Alex acompanhava sua rainha como sua guarda pessoal, Silver se sentia seguro com ele, e eles sempre conversavam sobre livros, ou sobre os entalhes em madeira que Alex fazia.
Logo haveriam os jogos de honra, uma tradição do reino de Westland e Silver tinha que dar seu apoio moral como nova rainha de Westland, e ele só conseguia pensar na ideia de um monte de homens fortes sem camisa em esportes que mostravam o melhor da força de seus corpos, e um sorriso se formou seguida de uma certa empolgação.
Silver precisava de um vestido a altura para esse evento, ele queria chamar atenção, pois já que era pra ser uma rainha, que fosse uma rainha e tanto.
Alex não entendeu bem da empolgação toda de sua rainha, mas a acompanhou e a via toda contente a vasculhar as lojas, até que ela encontrou um vestido azul escuro com um decote nas costas, e comprou um lenço turquesa com um broche de borboleta.
No dia dos jogos Silver apareceu simplesmente deslumbrante, os homens reviravam as cabeças em busca de olhar o decote das costas de Silver, quem não estava gostando muito disso era Gylen que estava distribuindo cascudos entre os mais novos, Silver sentou se na parte mais alta, mas se debruçou de leve e chamou Gylen, seu cabelo em um traça lateral despencou, Silver retirou seu broche de borboleta e colocou em Gylen.
- Para dar sorte ao meu marido.
Gylen ficou sem ar ao ver Silver sorrir e aqueles olhos violetas que tinham o poder de descompensar seu coração.
Depois Silver levantou o seu lenço turquesa e lançou ao vento para que Alex pudesse o pegar, o mesmo o agarrou e o cheirou com um sorriso no rosto, desafiando sutilmente Gylen com o olhar.
Silver pensou: “isso é pelos boatos de que você estava arrasando na cama! ”
Mas a alegria de Silver caiu por terra quando Camile desceu até a área dos jogos e amarrou seu lenço na espada de Gylen para lhe dar sorte, o mesmo sorriu todo bobo, como um adolescente apaixonado, o que fez Silver querer estrangular Gylen dali de longe.
Gylen vencia tudo, como se fosse imbatível, em velocidade, espada, arco e flecha, ele era primeiro em tudo, um homem da guerra perfeito.
Silver se sentia mal, era como se por mais que tentasse ou se esforçasse nunca seria bom o bastante, Camile era uma garota de verdade ele só se sentia em uma prisão no próprio corpo, mas seus pensamentos tristes foram interrompidos pelo rei que anunciou:
- Vamos deixar isso mais interessante, temos belas damas aqui hoje, a condessa Camile e a Rainha Silver, porque não premiarmos os melhores com o que há de melhor, quem vencer terá direito de uma dança com uma das duas, a que for de sua preferência.
Silver olhou pra Gylen com um sorriso, mas que no fundo queria dizer " só pensa em não me escolher e eu arranco suas bolas enquanto você dorme." Mas Gylen estava hipnotizado e só tinha olhos pra Camile.
Começou uma árdua batalha de espadas e escudos, Camile era muito disputada, mas Silver tinha seus fãs, mas os guerreiros foram sendo derrotados uma a um e quando sobraram só três e Gylen, Silver na certeza que não seria escolhido pegou uma espada e um escudo, e mesmo seu corpo sendo magro ele sabia usar uma espada, e justamente por sua magreza o fazia mais rápido que os outros, e ele conhecia bem anatomia masculina e onde deveria bater, ele derrubou os homens que cercavam Gylen e chegou até o seu marido, e só por brincadeira bateu o escudo em Camile que fez a garota desmaiar com o.nariz sangrando que logo foi amparada por Gylen todo preocupado, logo depois Silver largou tudo no chão nervoso e ao perceber que Gylen não havia gostado do que tinha feito, e saiu do campo de jogos nervoso, e triste. Alex a seguiu até uma parte do jardim perto da fonte onde não tinha ninguém.
- Você é uma rainha e tanto sabia, tenho pena dos inimigos do meu rei perto de você.
- Eu tenho pena de mim perto do meu rei.
Disse Silver desanimado e se sentando.
- Alex posso ficar sozinha um pouco, não estou querendo companhia agora.
Mas antes de Alex sair Silver foi abordada por um mensageiro do reino de prata que estava sem folego e que lhe entregou um recado que fez Silver estremecer.
Alex ia perguntar o que estava havendo, mas Gylen apareceu o puxando com tudo pelo braço e o arrastando dali, fazendo Silver deixar cair a mensagem, ele empurrou Silver contra a parede, o fazendo se machucar, mas parecia que Silver não se importava era como se tivesse perdido a alma naquele momento.
- Sua aberração, como pode bater nela, diferente de você ela é uma mulher, podia tê-la machucado sério, qual o seu problema hein?
Silver então transbordou e o empurrou nervoso e bravo, e Gylen como reação deu lhe um tapa marcando seu rosto com o vergão dos dedos em vermelho, ele mordeu os lábios e encarou Gylen com seus olhos violetas marejados, e mesmo não dizendo uma só palavra Gylen sabia que fez algo que não deveria.
Silver puxou a saia do vestido e correu dali, e começou a chorar pelo jardim onde entrou pelo labirinto de arvores, até cair de joelhos, a dor era tanta que parecia que queria rasgar seu peito, ele chorou tanto, mas tanto que por um minuto achou que ia se desmanchar em lágrimas, ele acabou dormindo ao pé da árvore.
Gylen tentava justificar a si mesmo, enquanto ia para seu quarto.
- Eu nem bati tão forte, ele é um homem afinal não devia ficar sentido por levar um tapa.
Alex apareceu a sua frente o surpreendendo, ele viu Gylen parecer chateado, e o cumprimentou formalmente e lhe entregou a mensagem que Silver havia deixado cair.
- Não pude deixar de ler quando o peguei do chão, meus pêsames a rainha, meu rei.
Gylen não entendeu até ler o papel e teve a certeza de ser a pior pessoa do mundo naquele momento.
No pergaminho estava escrito pelo conselheiro real da Terra de Prata.
“ Aviso por meio desse pergaminho a morte do rei de prata que veio a falecer após um ataque numa tarde de caça. ”
Gylen procurou Silver por todos os cantos e como já estava escuro não o encontrava, e como se os deuses contribuíssem para punição de Gylen, uma forte chuva começou a cair.
Silver acordou com a agua molhando seu vestido e correu se abrigando na antiga adega semiabandonada bem depois do jardim. Gylen demorou um pouco, mas o achou encharcado chorando, encostado em um barriu vazio, não havia nada que Gylen pudesse dizer para confortá-lo apenas ficou ali até que ele se cansasse de chorar.
E começou a chutar alguns barris até achar um cheio de licor, ele pegou umas canecas e as lavou na chuva e encheu as duas canecas e deu uma a Silver que entendeu o gesto de consolo do homem que não sabia ser gentil, e bebeu a caneca numa só virada, e para não fazer feio Gylen fez o mesmo, logo tinham bebido quase meio barril sozinhos e em silêncio, e a chuva não cessava de modo algum.
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