O sol se escondia entres as nuvens negras, quase meia dúzia de pessoas se juntavam no sepultamento. O corpo magro da senhora Tableman estava dentro de um singelo caixão, sua face era plácida, parecia que finalmente tinha encontrado o seu repouso.
La estava ele, parado em pé fumando um cigarro quase sendo apagado pelo vento frio. La estava ele da mesma forma que no enterro de seu irmão. A passos largos Jonathan se aproxima de seu tio.
Ele vira seu rosto vagarosamente enquanto solta uma nuvem de fumaça, seu olhar era melancólico. Virando se de frente para olha seu sobrinho ele dá uma tragada.
Enquanto solta a fumaça.
_Como vai meu sobrinho?
_ Vou bem tio e você como vai?
_ É, as coisas andam estranhas ultimamente _mais uma tragada, uma bem longa dessa vez. _Esses últimos anos foram bem complicados sabe? _ um suspiro de desabafo_ não sei como lidou com a morte do seu pai mais pra mim foi bastante complicado. E parece que não foi só pra mim.
Tirando o foco de seu sobrinho ele olha pro céu, as nuvens anunciavam chuva. E com a cabeça ainda inclinada ele puxa o cigarro e da mais uma tragada. Seus olhos pareciam segurar lagrimas.
_ Sabe tio, isso vai acabar te matando.
_ Está falando do cigarro?
_Não tio. Quer saber por que não aparece lá em casa uma hora dessas?
Com essa última frase ele sai de cabeça baixa, segue andando até o portão e olha para trás, seu tio continuava lá, parado fumando seu cigarro que já estava quase no fim. Ele joga a bituca no chão e apaga com a ponta do sapato e sai caminhado com as mãos nos bolsos.
Jonathan enquanto chuta as folhas a caminho de sua casa olha para o lado, era grande e brilhante, era um telão que anunciava o lançamento de um novo game, talvez o mais aguardado do ano. Ele segue atravessando a rua que estava estranhamente vazia, em direção da loja. Ele pega o jogo em suas mãos, dali sai um sorriso, o mais verdadeiro e puro em anos.
A porta se abre, a casa vazia, a janela não estava aberta como de costume, era escuro e solitário.
Sentado na sala, arredando umas sacolas para abrir espaço ele liga o videogame, seus olhos brilham, é fascinante, é maravilhoso, é a coisa mais linda que já viu em sua vida.
Ele jogou e jogou, durante horas, dias, meses. O único motivo de não cair na mais profunda tristeza, mesmo se jogando naquele abismo obscuro. Ele tinha encontrado seu bode expiatório, todas as suas frustrações.
Mal comia, mal dormia sequer se lavava. Seu corpo estava frágil, sua pele branca e seus olhos fundos. Mesmo vivendo feito um viciado, tudo estava perfeito um sorriso plástico nunca saia do seu rosto. Porem sua fonte inesgotável de felicidade acabou.
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