Subo aquele velho lance de escadas, já devo ter feito isso umas 4000 vezes.
Chego em casa, a janela está aberta como de costume. O sofá tem um cheiro estranho, já deve ser hora de comprar um novo. A pia molhada de dá uma péssima sensação. Pego um copo d’agua, o cheiro de cloro é bem forte, bebo sem pensar duas vezes. Agora é hora de revisar o plano, isso tem que ser executado com maestrias sem nenhuma falha. O ônibus chegara por volta de 8:30, são cerca de duas horas de excursão, é simples pegar as informações e destruir os servidores e dar o fora. Preciso descer no último ponto e achar um cara que possa me pegar. E também de uma jaqueta laranja.
Calço meu tênis e me preparo para minha corrida, o sol se esconde, nuvens negras e densas cobrem o céu. Se chover provavelmente isso atrapalhará meus planos. Corro e corro parece que os treinos fizeram efeito, tomara que não precise usa-los. logo a frente vejo a rua onde fui roubado, paro por um segundo para retomar o folego, ergo minha cabeça com minhas mãos no joelho, ao longe o grupinho fumando.
5 minutos e 35 segundo aparece uma viatura, eles enquadram todos, fico de longe assistindo e me perguntando se isso foi uma boa ideia. Começo a correr e ouço tiros, nesse momento tive certeza que foi uma ótima ideia.
Volto pra casa com o meu casaco laranja que comprei em uma loja de esquina qualquer. No meu corredor a luz está apagada parece que queimou, por isso percebi que a luz da casa da vizinha está aces. Nesse momento uma lâmpada acende em minha cabeça, eu tinha ficado todo esse tempo tomando banho gelado. Na verdade, a lâmpada só estava com mal contato. Pego minhas roupas e bato na porta dela. Nada. Bato de novo, vejo aquele pique causado pela resistência do chuveiro. Pouco tempo se passa e ela vem até porta.
“Quem é?” dava para ver a sombra de seus pés debaixo da porta.
“Sou eu, Jonathan.”
A porta se abre, nossos olhares se cruzam, ela tinha acabado de sair do banho e estava só de toalha. Pela primeira vez vejo como o corpo dela é bonito, Lara Croft sei lá. Suas bochechas ficam vermelhas, ela solta um pois não com a cara meio emburrada.
“É que eu estou sem água quente, só queria saber se podia usar seu banheiro.” Dou um passo para a frente.
“Eu acabei de sair do banho, é meio que nojento não?” ela segura a porta com uma mão querendo fechar e a outra segura a toalha na altura dos peitos.
Dou mais um passo segurando no batente da porta. “Tenho certeza que é melhor do que tomar banho frio.” Terceiro passo e já estou dentro do apartamento.
“Tá então, mais não vai fazer nada de estranho lá dentro.”
Dou um sorrisinho sarcástico. O banheiro cheirando a urina de cachorro. O espelho embaçado tinha um prestobarba daqueles amarelo encima da pia com uns pelos vermelhinhos, levanto a tampa do vaso e vejo a cena do crime, eu acho que hoje é dia. Confesso que senti um pouco de ciúmes, ou talvez inveja. Tomo meu banho o mais rápido possível não quero se o empata foda.
Sai do banheiro, pego meu celular. Tenho que achar um motorista para me pegar, já que não tenho internet eu aproveito a de lá. Não foi muito difícil de achar um doido para concorda com isso, ele aceitou fazer isso por 100 e nem adianta barganha, espero que ele leve a gasolina.
Guardo o celular no bolso. Passo o olho tentado a encontrar para agradecer. Ela estava lá, de frente para a penteadeira, nua, penteando seus lindos cabelos molhados. sinto um formigamento, para evitar constrangimento eu saio.
Amanhã é o grande dia, será mesmo que vai dar certo? Se isso for parte de uma grande conspiração? E se me pegarem? Até agora não tinha pensado nas consequências. Para falar a verdade eu nem sei exatamente o porquê estou fazendo isso. Tomara que correr esse risco traga retorno.
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