Algures no mundo existe um monstro. Esse monstro é feito das emoções negativas que controlavam o ser humano. Desta forma, este monstro controla os seres humanos.
Assim foi durante muito tempo, até que um cavaleiro decidiu libertar o mundo. Ele procurou o monstro e lutou contra ele. Contra um dragão feito de lodo. Lodo feito de todas essas emoções. Lutou contra ele e matou-o, acabando por transformá-lo numa poça de lama. Lama negra como petróleo.
Da poça de lodo emergiram homens. Homens de lodo sem cara. Pesadelos da vida real. Eram as varias emoções, emoções catalisadas, que o monstro largava por entre os homens com a sua presença, amaldiçoando-os.
A presença dos homens de lodo espalhava os seus respetivos sentimentos. O cavaleiro podia ter morto o monstro, mas nunca conseguiria matar os sentimentos. Sendo consumido por todos eles ao mesmo tempo, o cavaleiro viveu os seus últimos momentos em agonia. No fim suicidou-se.
Logo que os monstros ficaram sozinhos, reparam na presença um dos outros: Raiva, Inveja, Medo, Angustia, Tristeza, Frustração... olhavam todos uns para os outros, agindo cada um como a sentença que carregava. Como tal, a Raiva atacou-os a todos e absorveu-os. Devorou-os a todos para satisfazer a sua fúria desmedida. A todos menos ao Medo. Ele tinha-se escondido.
A Raiva tinha um especial ódio ao Medo, e logo partiu em busca deste para longe. A sua fúria tinha-a impedido de sentir o quão perto o Medo estava.
Após a partida repentina da Raiva, o Medo fugiu para longe, no sentido oposto ao que a Raiva tinha tomado. A fuga não servia de nada. A Raiva conseguira cheirá-lo logo que ele saíra do antigo covil do monstro.
A Raiva encontrara o Medo, escondido dentro da casa de um lenhador. O lenhador, quando encontrara o Medo, ficara com ele mesmo medo. Era esse o efeito do Medo nas pessoas. Mas o lenhador não o temia, temia por ele. Vira-o assustado e deixara-o esconder-se.
A Raiva entrou dentro da casa, partindo tudo por onde passava. Ela procurava o Medo com cada um dos seus litros de fúria catalisada.
Ele estava debaixo da cama. O lenhador guardava-o. Embora a determinação, ao ver a raiva assustou-se. Era o efeito do medo, fazer-nos temer tudo e todos. Era essa a sentença que carregava. O lenhador tinha demasiado medo para ser afetado pela Raiva, fazendo-a perder poder, perder força, mas não recuar.
Ao contrario da Raiva, o Medo alimentara-se do medo do lenhador. Ele levantou-se. O Medo estava cheio de medo, mas não ia deixar que a raiva vencesse. Por isso ele atacou-a.
Foi uma luta renhida, mas o Medo venceu. Superou o seu medo. Superou-se. A Raiva podia ter vencido muitos, mas o medo era melhor, porque se obrigou a melhorar.
O medo é o pior e o melhor de todos os sentimentos. Paraliza-nos e impedidos de andar, mas obriga-nos a ganhar força para o enfrentar
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