Meu nome é Lauren Ellis e sou uma renegada.
Soa estranho?
Bem, fica mais estranho:
Eu sou uma renegada numa sociedade composta exclusivamente de renegados.
Sim, é verdade.
Meu perfil EVO 9º pode explicar isso melhor:
"Uma garota saudável e enérgica. Atleta impressionante. Notas medianas na maioria de suas aulas. Infelizmente lhe falta a vontade de ser produtiva. Não mostra nenhum sinal de esforço para evoluir. Muitas vezes apresentando mau comportamento. Capaz de colocar a si mesma, e a seus amigos, em situações delicadas, por várias vezes, devido a sua atitudes imprudentes".
Acho que "problemática" seria uma palavra dura para aparecer num perfil escolar.
No entanto, ser polido com o meu perfil pessoal não impediu meus instrutores de me enviar para o meu terceiro turno de limpeza, este ano.
Castigo por eu ser eu mesma.
E nosso período escolar começou há apenas dois meses.
Se ainda tivéssemos aquele famoso Livro do Guinness, citados na história da velha Terra, eu figuraria em suas páginas como. "A garota com o maior número de detenções da história das Caravelas."
Então, aqui estou. Olhando para esta imensa escuridão, que se espalha do lado de fora das janelas gigantes da "Imaculada Santa Maria".
Uma das três caravelas exiladas, à deriva no espaço, impulsionada pela energia dos ventos solares.
Agora mesmo, essas camadas de plexiglass transparente, cobrindo buracos arredondados no casco, são as únicas coisas que me separam do resto do Universo.
Eu e esse estúpido esfregão iônico. Cujo cabo estou usando para apoiar meus braços.
Fui enviada para limpar os corredores que levam ao Instituto EVO.
Primeiro, eles fizeram a mim e a outras crianças da detenção assistir uma palestra tediosa sobre como é importante recolher resíduos e moléculas. Tudo para o bem de toda a população da nave.
Escutamos por duas horas como a reciclagem de moléculas prolongou a vida de todos a bordo das caravelas. Que devemos ver o nosso trabalho com orgulho e não como um castigo.
O que eu quero ver é o que está atrás das janelas da nave.
Está tão escuro lá fora, que ao invés de ver uma visão perfeita do espaço, o que eu vejo é o reflexo nitido desta garota sem graça. Em seu uniforme escolar sintético, olhando para mim, com um vasto corredor metálico vazio, atrás dela.
Uma adolescente incomodada, meio bonitinha, ao invés de sexy. Bochechas cor-de-rosa repletas de sardas , nariz pequeno e arrebitado, lábios finos e largos olhos verdes.
Sempre tentando parecer diferente. Vestindo seu batom preto e deixando seu cabelo vermelho desalinhado. Caindo em uma cascata irregular e confusa de fios atrás dos ombros.
Droga, como eu pareço desisteressante, no meu uniforme EVO 9º...
Eu me pergunto, se essa reflexão ficaria melhor com um sorriso no rosto; no entanto, eu não tenho a menor vontade de tentar isso, no momento.
Vejo aquela garota perdida, que se parece comigo, olhando para mim, sorrindo.
Eu a ignoro.
Numa tentativa de olhar para além da sua imagem, forço os meus olhos pra ver as estrelas fora da janela. Imagens desfocadas de estrelas tão distantes, que nossos motores nunca serão capazes de nos levar antes de morrer.
Em vez de esfregar a sujeira do chão como era para fazer.
É impressionante como a sobreposição dessas duas imagens parece representar a nossa própria vida dentro das Caravelas.
Quando vejo que a imagem de dentro é muito mais visível do que a imagem de fora, sinto que são uma representação do nosso futuro. A maior probabilidade de futuro está em viajarmos pelo sistema solar, nesta nave sem rumo, até morrermos. Comparada a um pequeno vislumbre de esperança de sair daqui algum dia e ter uma nova vida em algum planeta desconhecido.
A esperança de aterrissar a Caravela em algum terreno que possa sustentar a vida humana....
Até mesmo as imagens que eu vejo estão presas neste caixão metálico.
Onde, eu, Lauren Ellis vivi toda a minha existência.
Dentro da "Imaculada Santa Maria", a maior das caravelas, a nau capitânea de uma pequena frota composta por três embarcações espaciais.
Destinadas a flutuar para sempre num vasto e cintilante caminho invisível, impulsionadas para a frente por enormes velas que captam os ventos solares.
Uma viagem forçada, às profundezas do sistema solar, que começou há várias gerações.
Com sorte, além das fronteiras do sistema solar.
Nós, os descendentes dos sobreviventes de três naves-prisão, exiladas pra sempre da Terra.
A Imaculada Santa Maria, a jóia da Domina Cientia Fundadora e suas naves irmãs: La Pinta e La Niña.
Do meu ponto de vista, não é mais possível ver nenhuma das outras naves-prisão.
Perdemos contato visual e por radio com elas quando as caravelas chegaram ao cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter.
Isso aconteceu porque a Imaculada quase colidiu com Ceres.
De alguma forma, a tripulação de Colombo conseguiu acionar os retrofoguetes a tempo. Isso mudou a direção da nossa nave antes de nos espatifar no enorme asteróide.
Mas, perdemos o rastro das outras caravelas, no processo.
Ainda me lembro daquele mês terrível, todos pensamos que era o nosso fim.
Alguns vellers, tomados pelo desespero, se suicidaram. Notícias de motins, brigas de gangues, infratores e invasões se espalharam por todos os cantos da nave.
Mas, quando o conselho apareceu nas telas gigantes da capital Domo, as coisas começaram a se acalmar.
Ninguém tem idéia do que aconteceu com La Pinta e La Niña até agora.
Nossos cientistas estão desenvolvendo algum tipo de sonda espacial de espáco profundo para tentar alcançá-las.
Agora, não estamos apenas exilados de nosso planeta natal, mas sozinhos.
Nossas naves irmãs: se foram.
"Esse chão não vai se esfregar sozinho, sabia?"
Meus devaneios foram interrompidos por uma voz conhecida.
Eu virei minha cabeça para encontrar Belle, uma de minhas colegas de classe, lutando para limpar uma mancha estranha no chão de metal abaixo de seus pés.
Seu longo cabelo preto amarrado em rabo de cavalo dança em suas costas quando ela move sua máquina de limpeza.
Como ela pode fazer um uniforme EVO 4 º tao sem graça parecer tão maravilhoso?
Eu a invejo como quase todo mundo que eu conheço, mas é impossível não gostar de Belle, e acredite em mim, eu tentei.
Eu sorrio para ela, e finjo ser ter achado graça:
"Não me diga que "a melhor aluna da Evo 4ª" também foi enviada para fazer o turno de limpeza forçado?
Ela ri:
"Claro que não Lau", ela dá um grande sorriso que a faz parecer ainda mais bonita," eu me voluntariei para esta importante tarefa. E fiquei muito feliz quando me mandaram aqui para ajudar você. ”.
Claro, como poderia ser de outra forma, penso para mim mesma.
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