Memórias
Uma melodia do natal
Era uma vez... Acho que podemos iniciar assim, todo bom conto que li na infância se iniciava dessa forma, com essas três palavrinhas.
Num dia frio, quando a neve protagonizava ás vésperas de natal, um garoto perdido na floresta, cujo sua memoria não mais existia tentava se lembrar de onde vinha e pra onde ia. Nada, nenhuma lembrança vinha em sua mente, ao não ser a de que seu nome seria “Nicolás”.
O jovem rapazinho, que aparentemente teria seus 14 anos, não muito alto... Na verdade parecia estar na média normal dos garotos da sua idade tentava achar o caminho de volta para casa. Mas onde ela era?
Estava muito frio, a noite quase chegando, ele estava totalmente perdido, sem saber o que fazer. Ele resolveu sentar um pouco embaixo de uma árvore que estava coberta de neve em suas folhas. Foi quando sentiu que tinha algo no seu bolso. Ele então pôs ás mãos no bolso direito da sua calça e puxou de lá um pequeno instrumento musical: era um objeto pequeno com quatro pequenos furos. Se tratava de uma ocarina, um instrumento de sopro que pertence a família das flautas.
Nicolás pegou a ocarina, e sem nem mesmo lembrar de como se tocava aquele instrumento, posicionou seus dedos nos quatro pequenos buracos e começou soprar, as notas começaram a se juntar e uma linda sonoridade se espalhava pela aquela brisa congelada. Era como se ele nunca tivesse verdadeiramente esquecido daquilo. A música era doce, como se estivesse saboreando as melhores sobremesas da ceia de natal, e ao mesmo tempo, passava uma emoção triste de quem se estar sozinho.
Naquele momento, em que tocava, lembrou um pouco de que adorava a data de natal, e ela estaria próxima, até onde conseguia lembrar. Mas naquele momento estava sozinho, isolado e confuso...
Foi daí que decidiu voltar a sua caminhada e ver se encontrava algo em seu caminho. Ventava muito, estava muito frio, e para aquela criança, estava tudo escuro e difícil. Foi então que encontrou uma pequena cabana abandonada. Ficou com medo em sua primeira visão, mas sem nenhuma outra opção concluiu que deveria entrar e pedir ajuda. Ao abrir a porta, ela rangiu, estava muito velha, sabe-se lá como ainda não havia desmontado. O lugarejo estava vazio, não tinha nada ali dentro, a não ser o Nicolás
Já estava tarde, a cada floco de neve que caia mostrava que mais o tempo se passava, e o Nicolás não se lembraria de quase nada, a não ser de que sabia tocar um instrumento do qual nem lembrava o nome... Cansado, ele deitou-se no chão e ficou observando a queda da neve por um buraco que havia no teto. Elas dançavam, apesar do grande frio que estava fazendo, era lindo ver a coreografia que elas faziam enquanto caiam...
Foi numa dessas quedas da neve, que vários flocos se juntaram, sinos começaram a tocar e um belo brilho de cor azul, deu forma a um espirito que surgiu diante da pequena criança. Era um hovem belo, com cabelos brancos como a neve, vestia um roupão branco e tocava uma ocarina, só que de doze furos. Ele tocava uma linda música que transmitia uma sensação de paz..
“olá meu jovem perdido. Eu me chamo snow, o espirito neve”. “falou então o espirito” “vejo que estás perdido e sem nenhuma memoria”.
Nicolás apenas se levantou do chão frio, admirado com tamanha beleza. Parecia mais um anjo do que necessariamente um “espirito”.
“não sei se você sabe, mas daqui a umas horas acontecerá a ceia de natal, e eu te darei o meu presente, te ajudarei a voltar pra casa”.
A ocarina do Nicolás começou a flutuar diante dele, só que agora estava brilhando, um brilho semelhante ao que saia do espirito da neve.
“para cada dois buracos de sua ocarina e cada nota que tocas com ela, eu te darei uma ajuda criança”.
O pequeno pegou sua ocarina nas mãos e tocou a primeira nota. Notas musicais, saiam de sua ocarina e dava inicio a uma cancão. E as notas formaram uma estátua de anjo que media apenas alguns centímetros. Ela tinha as mãos juntas e estava ajoelhada como se tivesse em oração. Na mente de Nicolás, começava a aparecer imagens... Ele estava brincando na floresta enquanto a neve pouco caia, e entretido fazendo bolas de neve e arremessando, ele acabou se perdendo de seus pais. E quando procurava o caminho de volta, acabou tropeçando e caindo num pequeno boeiro, bateu a cabeça e desmaiou, e quando acordou, não se lembrará mais de nada.
Acabando a música, e voltado a sã, ele claramente lembrará de seus pais e de onde mora. Agora foi dado a deixa para suas lagrimas entrarem em cena. Tudo que queria agora, era está em casa com sua família...
“Agora ás duas ultimas notas criança” “sussurrou o espirito.
Nicolás novamente posicionou a ocarina em seus lábios e soprou, dando inicio a outra música. E novamente, notas musicais se mostraram a ele e agora deu-se a aparição de uma linda mulher, com longos cabelos azuis, um longo vestido brando, e uma longa fita prendia uma parte do seu cabelo...
“essa é a Bianca, o espirito que revela o caminho. Ela te mostrará o caminho de volta pra sua casa. Queria te falar mais uma coisa criança: lembre-se, ame muito todas as pessoas que estão ao seu redor e se preocupam com você. Não espere uma data em especial par lhes dizer o quanto elas são importantes, pois nunca saberemos até quando estaremos com elas. Nunca ache que todo amor que você dar a elas, é muito, todo amor, toda demonstração ainda será pouco”. “disse o espirito tocando na cabeça de Nicolas”.
O espirito que aparecerá agora, puxa a fita de seu cabelo e faz um delicado gesto a balançando, e ela começa a emitir um brilho e a fita se estica trilhando um caminho...
“pronto siga essa fita e estará em casa em instantes minha criança”. “falou o Snow”
Admirado com tudo aquilo, Nicolás fez um gesto de agradecimento, reverenciando os dois espiritos. Ele então correu até a fita e a seguiu e como foi dito pelo o espirito da neve, em instantes ele estava diante da sua casa. Estava diante de seus pais que correram para o abraçar e estavam chorando de tanta preocupação.
Já era 00:00 e estava na hora da ceia de natal e todos estavam a mesa, os seus familiares e amigos. Antes de começarem as refeições, a jovem criança pegou sua ocarina, e então começou a tocar uma linda música. Era como se a felicidade e emoção de todos aumentassem e ficasse mais nítidas no semblante de todos. Aquela música era composição de Nicolás e ele a chamou de “memória”.
Fim
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