Não tinha pedido pra nenhum daqueles dois virem com ela, a rotina tinha sido quebrado por aqueles enxeridos; mas se fosse sozinha, eles abririam o bico pra sua família… então, teve quer engoli em seco e aceitar, mas…
Na maciota, com uma espécie de “chave”, que ela fez entrelaçando dois ferrinho maleável formando um bico com duas bifurcações na ponta, tentava abrir o familiar cadeado que prendia as correntes do portão da antiga escola Karui; estava de noite e os dois que a acompanhava, agora se perguntava se tinha sido uma boa ideia está ali.
-pode ir embora, se quiserem. - respondeu a menina de 10 anos para ambos infortúnio, se deliciando com a possibilidade, enquanto se adentrava na instituição a abandonada ao termina de destranca o cadeado
- ha, não! Eu vou com você! - disse a jovem de 19 anos, num sobressalto de medo e preocupação, se apressando pra acompanha a pequena.- vem, Ul-lir. - chamou o outro que tinha seus 15 anos e estava receoso.
- tanta merda pra eu fazer… e eu tô aqui. - retrancou o adolescente e chamou a coragem pra entrar.
A jovem de 19, estava com um potão de suco, sugando-o pelo canudinho, soltando o maior eco pelo corredor vazio, deixando a pequena envergonhada; assim foram aquele trio pelas instalações abandonada e pararam perante uma escadaria que levava para o segundo anda, com o adolescente de 15 vindo por ultimo e desgostosa, a mais nova se assenta enrubescida e olha a jovem se deliciando com seu suco, enquanto seu semblante, transparecia o seu medo.
- isso! Faz barulho! - ironizou a criança, chamando a atenção da jovem. - é tudo o que a gente mais quer. - e esperou, mas a 19, ficou constrangida e tentou fazer aquilo o mais silencioso possível, o que realmente ficou silencioso e a pequena suspirou.-olha, que tal vocês ficarem lá fora?
Aquilo espantou a jovem só de imagina, uma criança no meio do nada e no escuro.
-não, não, não! Um amigo nunca deixa os outros pra trás! Principalmente, quando “esta”, quer fazer algo que não se deve fazer. - disse a jovem em sua profusão de medo e coragem.
- eu já disse que vocês não são os meus amigos. - respondeu gesticulando com a mão, alheia aquele sentimento.- no mínimo, são meus conhecidos.
- mas-mas-mas… - gaguejou, procurando um auxílio no outro parça.
- ela tá certa.- respondeu ele, para seu desgosto. - a gente pode acaba morrendo por causa dela. Vai que tem um louco e ele decide descer o puteiro.
A jovem parecia ter perdido o chão, lhe faltava argumento em meio ao silêncio.
-então tá decidido. - anuncia a criança.- vocês ficam.
-nem com reza brava, a gente vai. - rebateu a jovem, abraçando um dos braços do companheiro de guerra, para jogá-lo para frente do front.
- precisa me incluir também?- retrucou o adolescente.
Um silencio maior se instalou, com a criança encarando o casal “obstinado” e estes, lhe devolveram o olhar.
- não me responsabilizo por qualquer coisa que venha acontecer com vocês.
-que isso? A gente tá preocupado com você!- bravejou a jovem, chacoalhando o abraço, fazendo o seu companheiro, querer sair daquilo.
Assim, a pequena se desvencilha da escadaria e decide seguir o corredor adiante.
-haaa está bem. Vamos.
Teia de aranha em cada canto, vidraças quebradas, papéis, livros e fichas de arquivos espalhado pelo chão, cadeiras e mesas deixados ao léu, tudo em um completo caos de abandono, assim, era aquele colégio.
Caminharam ate uma sala com uma plaquinha caída, segurado por um prego na porta, com o número 16 e entraram, com o lugar mais escuro do que o próprio corredor.
- é aqui. - indicou a pequena, olhando friamente pra eles.
- você é uma criança muito estranha. - disse o adolescente, abruptamente.
Abriu a mochila, catou suas velas, eram seis, e as distribuiu em um círculo; depois, pegou uma forma redonda e a descansou rente a si, pronta para despejar uma certa quantidade de farinha de trigo, o bastante para cobrir a superfície inteira; seus amigos estavam de longe observando; o adolescente sentado numa cadeira, obstruindo a entrada da porta, já que não podia trancá-lo e a jovem, mais próxima da pequena, perscrutava de uma distância, o que estava fazendo, mas o que mais lhe espantou foi quando da mochila, um rato vivo ela tirou, mimando e falando com ele, repousando com cautela no centro do círculo de velas, prensando a cabeça dele no chão com cuidado.
Foi tudo muito rápido; do nada, sacou uma faquinha e a cravou em sua mão que segurava o roedor, atravessando tanto sua palma quanto o crânio do pobre animal; a jovem bem que quis acudir aquilo, porém, a rapidez do ato lhe fez engolir seu pavor perante o que a menina estava fazendo.
Por último, pegou seu caderno de anotações, que parecia que já estava em uso a um bom tempo e deixou a mochila de lado, ajeitou seu lápis e a borracha, estava preparada para escrever aquilo.
- deixem quieto o que vier a aparece, não grite e nem faça nada. - avisou a menina para os dois que a acompanhava. - será culpa de vocês se fizerem isso.
- ha tá. - falou o adolescente sentado, se balançando na cadeira sobre as duas pernas da mesma, enquanto se mantinha de braços cruzados. - assistiu a um filme, foi? Esses rituais é coisa de gente louca menina! Sem bem que, você não se difere muito...- deixou no ar.
- eu não tô pedindo que “vocês” acreditam, só obedeçam. - não esperou por concordância.
Assim, riscou o fósforo, acendeu cada vela, com o animal morto no centro, deu uma leve chacoalha na forma, pra dispersa melhor a farinha de trigo, então, começou a trata de dentro de si, preparando o corpo e a alma para aquela situação, meditando para que o elo entre os dois mundos fique mais sutil e possam conversa.
Vendo, tudo ficava cada vez mais em silêncio e a jovem cada vez mais amedrontada, com medo daquele ambiente e progressivamente, daquela criança, afundada na escuridão, de costa pra ela, invocando lá se sabe o que, as velas queimando ao seu lado… mas tudo aquilo poderia ser a demência daquela criança, pensou por um instante a jovem, haaa, mas as chamas…
Comments (1)
See all