A brisa alcançava os esgalhos esverdeados e formava o mar que poderia ser notado mesmo na distância em que eu estava. A sanha que preenchia os campos tinha seu barulho característico, ainda que não o ouvisse. Colinas formavam grandes fossas que mais pareciam dobras da fisionomia do planeta. Os ventos atingiam até mesmo as árvores que tinham tamanho de dez pessoas com a minha estatura, elas balançavam sugerindo tombar, mas não o faziam.
Todo esse movimento atacava minha sinestesia. Ouvir aquelas músicas enquanto observava as paisagens da janela, em momentos em que estava entre o estado de sono e de despertar. As vozes abafadas pelos fones de ouvido deixavam o momento ainda mais característico. Um tímido tucano olhando a estrada de lado exibia seu bico para a pessoa que prestasse atenção suficiente, diferente dos urubus que estavam bem perto, apesar de serem escuros o bastante para se perderem nos galhos secos.
Reflexões. Pensamentos. Introspectiva. Toda essa visão me proporcionava pensamentos que culminaram em criatividade e opiniões filosóficas sobre a vida que já não lembro, assim como todas as decisões importantes que venho tomando comigo mesmo. Talvez a vida tenha mais a oferecer do que pensamos. Todas essas imagens vistas uma vez me deram um sentimento curioso. Não criadas pelo homem, que ainda é incapaz de fazer coisa parecida ao esplendor natural do mundo. As vastas terras férteis.
Comments (0)
See all