Os dois reinos eram como irmãos, embora Karma tivesse mais poder político evidentemente. Uma relação puramente de sobrevivência e se ajudavam em períodos de crise, um com alimentos e o outro minerais. Mas repentinamente, ninguém sabe exatamente o porquê, todos começaram a ficar mais ambiciosos. Talvez pelo medo ou ganância, depois que Callun anunciou a descoberta da tal chamada eletricidade.
Os invum eram totalmente estéreis, a mágica não corria em suas veias. Renegado por grande parte do mundo, investiram nas tecnologias e otimização dos processos de produção. Seu reino era movido por inúmeras engrenagens, engenhocas silenciosas ou barulhentas, dando vida ao lar de uma sociedade dividida em três estratos sociais fisicamente. Já que não podiam crescer horizontalmente, a verticalidade os caracterizou. Havia o Subterrâneo, dos mais pobres; Teehr, superfície habitada pelos comerciantes e criadores de tecnologia incremental; e Nuune, cidade flutuante dos ricos e inventores. Cada nível separado por inúmeras papeladas ou um cartão exclusivo para passar pelo elevador que os interligava. A superfície era cercada por muros grossos de pedra e de altura quase incalculável, separando-os do teehanos mais pobres. O subsolo era cheio de túneis, galerias de terra e rochas, com metal aqui e ali para não desmoronar. Mas, então, evoluíram rapidamente e para níveis inacreditáveis ao usufruir da eletricidade. O custo caiu em variados quesitos e setores, criaram novos armamentos e formas de vida, um mundo de possibilidades inimagináveis encheram os olhos daquele povo... do governo e de outros reinos.
A princípio, Karma abriu centros de pesquisa em Callun, em troca de comida e dinheiro. Contudo, não divulgava as descobertas a ninguém. Os aliados de ambos os lados declararam injusto aquele silêncio. Apesar do rebuliço, a guerra se iniciou quando houve um atentado elétrico no centro do reino karman. Os invum não declararam autoria, afinal, nada elétrico podia sair da ilha... a não ser que fosse amostras de alguma pesquisa karman, enviadas aos Hor. A origem da arma poderia ser invum, mas não o atentado.
As suspeitas ofenderam os dois reinos na mesma proporção, estabelecendo 0 fim de todos os acordos que compartilhavam – se uniram aos seus aliados e combateram um ao outro. A maior parte dos combates foram marítimos, o que trouxe desvantagem aparente ao continente. Porém, apesar de poucos soldados karmans, os magos que os acompanhavam era incrivelmente fortes e avançaram até a fronteira de esterilidade mágica. Sem a eletricidade, os invum teriam sido esmagados antes que percebessem. O resto do mundo ficou fascinado com tudo que havia acontecido em tão pouco tempo de guerra declarada. Muitos, gananciosos e desconfiados, debandaram e começaram a guerrear com os outros envolta. Alegaram que tinham sido traídos, que aquela confusão foi premeditado e os aliados foram “boi de piranha” – apenas queriam uma oportunidade para testar seus novos armamentos. Entre dúvidas e impetuosidade, lógicas ou não, cada pedaço de terra, sem exceção, caiu em desgraça.
Apesar de terem sido atacados por todos os lados, Karma ainda saiu vitoriosa. Como exatamente? Ninguém sabe. Todavia, foi a época em que mais Trezes apareceram em Hor Murum. Callun foi subjugada e, até se livrar do domínio do vencedor, viveu sob reinado de máfias e empresas monopolistas – que se vestiu de braços do governo e exibiu carne humana como alternativa para a fome pós-guerra. Quanto aos outros reinos, a grande maioria ficou totalmente devastada.
O mundo entrou em profunda crise.
No final, não sabem o que realmente aconteceu. O livro oficial de história e a imprensa de cada país contavam de formas diferentes. Qual a motivação? Ganância? Inveja? Traição? Alguns achavam que conheciam a verdade, mas será... realmente?
Comments (0)
See all