10° Estrofe
O país de Licorne é um gigantesco vulcão extinto a milhares de anos e em comparação a outras partes do mundo, suas florestas milenares são relativamente novas, afinal o mundo de Propasa não passou por uma era glacial, então suas florestas têm centenas de milhões de anos e suas árvores costumam ser bem grandes.
Vocês que estão acostumados com florestas de apenas alguns milhares de anos, se sentiriam como bonequinhos de quinze centímetros, (seis polegadas) próximo as grandes raízes das árvores.
As estradas na região eram tortuosas, por isso foi mais rápido e prático construir um caminho pela cordilheira do que desmatar a selva. Mesmo com o uso de magia.
A estrada do marquesado do crisântemo até o condado dos Lírios, além de suave era por si só um ponto turístico. Tinha estátuas e esculturas a sua volta, uma vista fabulosa da selva do Furor ao sul e o pantanal da névoa negra ao norte, passava por cavernas de cristais e quentes lagoas de águas temperadas.
Quem consegue fazer magias capazes de mover terra e madeira rapidamente fazem fortunas nas construções e obras faraônicas são tão comuns quanto casas com telhas em nosso mundo. Mesmo entre as árvores do tamanho de arranha céus podia se ver restos de estátuas e prédios de dezenas de andares construídos há centenas ou milhares de anos. A especulação mobiliaria não era uma novidade em Propasa.
Os interioranos costumavam viver de modo semelhante ao que vivíamos durante a renascença, mas quem tinha acesso à magia tinha confortos que só podemos imaginar.
Apesar de ser um pontinho no mapa de Licorne, sem nada de interessante a sua volta, a cidadezinha do Telhado do Fulguração ficava bem movimentada com os turistas que vinham para os festivais. Não porque o lugar fosse melhor do que qualquer outro ponto turístico interiorano, mas pelo fato de um dragão do tamanho de um transatlântico aparecia por lá para pegar suas oferendas e no resto do ano voltava a ser um pontinho esquecido no mapa.
O maior acontecimento no templo de Mora era o festival anual do bom fará aonde tribos nômades, nobres e plebeus de toda aquela parte do país iriam se reunir para comemorar a maioridade das meninas e apresentá-las a sociedade como mulheres.
Nessa época a estrada da cordilheira ficava repleta de carroças e carruagens das caravanas. À volta o céu se enchia de balões e aeronaves feitas com pedaços de pedras flutuantes. Um detalhe interessante na paisagem deste lugar é a existência das rochas nuvens, que possuem propriedades que faça com que flutuem, resultando na existência de ilhas flutuantes.
Os inventores tiveram a ideia de construir embarcações nas pedras flutuantes e usar velas e hélices movidas a vapor como propulsão.
A travessia da cordilheira era tão longa que tinha o cumprimento de um pequeno país, por isso havia dúzias de vilas e pontos turísticos na cordilheira aonde podia se parar durante o percurso.
Na estrada de Crisântemo havia o mais infame ponto da cordilheira: O telhado do Fulguração, bem acima de onde se acreditava ficar a toca do dragão Fulguração, a segunda criatura mais temida de todo país de Licorne.
Apesar da altura e do frio aquela região era verdejante e cheia de árvores e hortas. Havia uma abundância de fontes termais e a magia era tão forte que se sentia no ar.
O lugar tinha vastas ruínas de um templo que começou a ser construído e nunca foi terminado.
Os moradores locais adaptaram para um vilarejo turístico, aonde todo tipo de bugiganga relacionada ao dragão Fulguração era vendida. E os comerciantes que faziam uma parada aproveitavam para vender seus produtos.
Em um clima tão agradável era fácil esquecer que estão acima da toca de um dos dez maiores dragões do mundo de Propasa.
O vilarejo da toca do Fulguração era a última parada na cordilheira antes do templo de Mora, onde anualmente ocorre o festival do bom fará, onde as garotas se tornavam adultas oficialmente.
No centro do vilarejo havia uma lagoa mágica quosa, cercada por uma mureta azulejada, com muitas estátuas dos quoazanos.
Foi por lá que as novas amigas de Arima chegaram
Já Ilha Bela havia atravessado toda a estrada da cordilheira em uma caravana que foram se juntando a outras pelo caminho desde as planícies tucandeiras . A procissão se tornou tão grande que preenchia toda a estrada da cordilheira de um horizonte ao outro. As noites o acampamento montado era tão grande que ao longe podia se ver todo o topo das montanhas iluminadas.
A cada vila e cidade no topo das montanhas havia uma pequena aglomeração. Alguns grupos apenas atravessavam, outros passavam um tempo fazendo turismo e locais se juntavam a procissão ao templo de Mora onde milhares de meninas fariam o bom fará.
A tribo de Ilha Bela era uma das que sairá mais cedo pois aproveitavam cada parada e ponto turístico. O último lugar antes do templo era o Teto do Fulguração.
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