— Vamos começar expondo as capacidades mágicas, de cada um. Preciso que cada um entenda as capacidades dos outros, pois o uso de magia tem que ser pontual e preciso. — Diz Índigo.
Todos, menos Ciano e Violeta, trocam olhares, por não verem muita necessidade de uma explicação.
— Vermelho: Magia da neve. Seus ponto de expressão são os pés e ele pode utilizar, duas vezes ao dia. Laranja: Transmutação. Seu ponto de expressão é a mão direita e ela pode utilizar, quatro vezes ao dia. Amarelo: Sol. Seus ponto de expressão são as mãos e ele pode utilizar, duas vezes ao dia. Verde: Lua. Seus ponto de expressão são as mãos e ele pode utilizar, duas vezes ao dia. Azul: Muscular. Seus pontos de expressão são os braços, costas e peitoral. Ele pode utilizar magia uma vez ao dia. Anil: Sol. Não tem ponto de expressão e só pode utilizar a sua magia uma vez ao dia, quando estiver dormindo. Violeta: Transmutação. Pode expressar magia pelo corpo inteiro. Eu não sei quantas vezes ela pode usar. Afinal de contas, ela nunca manifestou magia até agora. Além disso, de todos nós, o único que consegue usar truques é Amarelo. — Explica Índigo.
— O que são essas classificações? — Pergunta Ciano.
— São os tipos de magia que você pode usar e por onde você pode usar. As magias são classificadas como corpórea: Muscular, transmutação e criação. Verão: Sol e chuva. Inverno: Lua e neve. também tem os truques. Eles são expressões mágicas que não gastam o uso de magia diário. No caso de Amarelo, ele pode fazer um fogo pequeno na ponta dos dedos. — Explica Índigo.
— Era útil para cozinhar. — Diz Amarelo, para Ciano.
— Fica quieto, monstro. — Diz Laranja, com uma ar de estresse.
— Pode parar de enrolar e dizer o plano. — Diz Vermelho.
Todos, menos Ciano e Índigo, olham espantados para Vermelho, pois eles nunca haviam ouvido a sua voz antes. Pois, ele se recusava a conversar, com qualquer um.
— Ok… A fuga será no dia trinta e oito, por dois motivos. O primeiro é o horário dos guardas. Precisamos sumir com três deles para conseguir fugir. O segundo é Laranja. Esse é o único jeito de garantir que ela não estará detida no dia da execução. — Diz Índigo.
Todos olham para Laranja com um olhar de reprovação, pois, eles têm ciência de seu padrão de comportamento.
— Você me conhece a menos de uma dia. — Diz Laranja, a Ciano.
— E você já roubou as minhas meias.
Laranja fica em silêncio e Índigo aproveita a oportunidade para voltar a falar.
— Azul, irá usar a magia dele, para atirar Laranja, pela abertura do salão, do banquete. Depois disso, Laranja terá de roubar o molho de chaves, do detentor do equipamento encantado, espada da névoa. Nesse molho de chaves, está a chave que abre a porta do diretor da prisão. Quando entrar na sala dele, você irá roubar a manopla do carcereiro. Sem ela, ele não consegue controlar a prisão. — Diz Índigo.
Violeta puxa a camisa de Índigo e olha para seu rosto.
— O que, Prisão? — Pergunta violeta.
— É um lugar feito para tirar a liberdade das pessoas. — Índigo responde.
Violeta olha para Índigo com um olhar confuso, mas Índigo não dá muita importância e segue com a sua explicação.
— Com isso, Laranja terá gasto, pelo menos, dois usos de magia. Quando ela roubar a manopla, Amarelo irá derreter as trancas do portão principal e nós iremos para o pátio externo. Nesse momento, será criado um alvoroço e muitos magos tentaram fugir. Isso irá deixar boa parte dos guardas ocupados. Os únicos dois guardas que precisaremos lidar para fugir, são o detentor da espada da névoa e o detentor da espada da pureza. Ambos são detentores de equipamentos encantados, mas juntos podemos gastar os usos de magia deles e ganhar na força bruta.
— Se quer que eu consiga fazer isso com tanta precisão, eu preciso de um mapa. — Diz Laranja.
— Eu faço um. Passei os últimos anos decorando, todos, os caminhos desse complexo de prisões. — Diz Índigo.
— Já temos um mapa e sabemos o que fazer e onde fazer. Mas, o que vamos fazer, depois de escapar? — Pergunta Laranja.
— É nesse momento que entra Amarelo e Ciano. Amarelo conhece o cronograma do esquadrão de caça e Ciano foi trazido da cidade, recentemente. O complexo de prisão fica do lado leste da cidade, preciso que você fale, tem alguma forma de chegar ao lado norte da cidade, sem passar pelo centro ou por fora? — Pergunta Índigo.
Ciano lembra que o quartel general do exército fica no lado leste da cidade e começa a duvidar, cada vez mais, da administração do exército.
— Acho que dá para chegar lá se você souber andar pelos becos, mas eu, só conseguiria chegar a casa do meu pai, mas ela não fica tão no norte.
— Isso já é o suficiente. Só precisamos sair de vista por um tempo, para poder atravessar a floresta do norte, tranquilamente, e fugir tranquilamente para a nação Grená. — Diz Índigo.
— Como vamos atravessar a floresta? — Pergunta Ciano.
— Andando. — Índigo responde.
— Achei que você teria algo para isso. — Diz Ciano de forma cabisbaixa. Pois ele sabe que a caminhada pela floresta pode ser longa e cansativa.
— Isso parece muito cansativo. — Diz azul.
Depois de terminar a sua explicação, Índigo libera todos para voltarem para seus quartos. Neste momento, ela e Ciano ficam sozinhos na sala. Índigo, aproveitando que eles estão sozinhos para conversar e explicar as coisas para ele.
— Nosso plano de fuga não lhe incomoda? — Pergunta Índigo.
— Depois que eu parei para pensar, o que o exército fez não é certo. Fora o fato de que eles mentem para os seus soldados, eles tratam as pessoas aqui de forma desumana. Mesmo que essas pessoas fossem culpadas, isso continua sendo errado… Não me agrada que eu estou sendo o carona da pessoa que quebrou o meu nariz, mas eu fui meio imbecil e Verde consertou ele, então acho que não tem problema. — Diz ele com um olhar pensativo.
— Eu te devo algumas explicações sobre os magos, então… Ser um mago ou não, é puramente genético. Se seus pais tem os genes você pode ser, se não, não. A manifestação de magia varia muito a idade de pessoas para pessoa. você só deve ter manifestado tarde.
Ciano parece parar para pensar e prestando muita atenção, um pouco de ódio, desenfreado, vaza por suas expressões.
— Pode me explicar melhor sobre o uso de magia?
— Posso, mas você não tem talento para magia.
— Como você sabe disso tudo?
— Meus pais me ensinaram muita coisa, mas a maior parte do trabalho, que faz são os olhos e minhas deduções.
Ciano olha desconfiado.
— Olhos? — Ciano questiona.
— Isso, todo o ser mágico tem uma forma de perceber a mana do ambiente. essas formas são ligadas aos cinco sentidos. A forma como eu percebo e pela visão. Os magos costumam dizer que as pessoas que percebe pela visão, audição ou olfato são abençoados, pois eles conseguem perceber coisas com muito mais facilidade. Mas eles são a grande minoria dos magos.
— E porque eu não teria talento?
— A sua capacidade mágica é muito fraca e tendo magia do sol, você precisa de uma capacidade muito grande para ser relevante. Você assusta mais no braço.
Ciano suspira, um pouco desapontado.
— Que tipo de magia tem cada uma das classificações? — Pergunta Ciano.
— Sol é ligado ao fogo e chuva é ligado a natureza. Muscular é óbvio, transmutação é ligado a mudanças corporais, mas também tange a transmutação de objetos. Lua é ligado a manutenção da saúde e neve é ligado ao resfriamento. Por último tem a criação… Ela é classificada como corpórea, mas são magias herdadas. As pessoas que pessoas que possuem magia da criação, também possuem outro tipo de magia. Antigamente, pessoas com esse tipo de magia, eram tratados como heróis, ou até mesmo como deuses. Eu adorava quando meus pais me contavam histórias sobre esses indivíduos. Minha história preferida era sobre o homem que foi chamado de deus do trovão.
Conforme Índigo vai falando sobre os fundamentos da magia, ela vai lembrando de seus pais e das histórias que eles contavam e sua fala, cada vez mais, carrega uma emoção nostálgica.
— Tem mais alguma coisa que você queira saber? — Pergunta Índigo?
— Quando você veio parar aqui?
— Não é da sua conta.
O tom calmo e tranquilo de Índigo, repentinamente virou agressivo e ríspido, como se ela tivesse algum remorso sobre algo que aconteceu nessa época.
— Tudo bem… — Diz Ciano, de forma meio acuada.
Depois desse acontecimento, cada um deles foi se preparando aos poucos para o momento da fuga. Índigo desenhou o mapa para Laranja explicou para ela, o que ela supunha ser a configuração da prisão. Além disso, onde estaria o portador da espada da névoa e a sala do diretor da prisão.
Ciano continuou a rotina de treinamento com com Verde. Amarelo e Vermelho ficaram treinando o uso de suas magias.
Dois dias antes do dia do plano, como previsto, Laranja foi detida por ter roubado: Dois molhos de chaves, três elmos, duas adagas, quatro anéis, sete penas e dezoito moedas de bronze.
Chegado o dia da execução do plano, Índigo e Violeta foram buscar Laranja, que passou todo o caminho de volta, para o salão do banquete, reclamando que nenhum guarda veio dessa vez.
O grupo de Índigo se juntou no canto do salão e os outros grupos começaram a observar. Nesse momento, Azul utilizou a sua magia e atirou Laranja pelo teto aberto. Todos os magos da sala observam perplexos, mas logo lembram-se das antigas tentativas de fuga e rapidamente se desanimam.
— A sorte foi lançada. Se preparem para arrombar a porta. — Diz Índigo.

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