Dentro do Final do arco-íris, eles encontram somente uma pessoa, que está sentado numa mesa, na lateral da sala.
Olhando com mais atenção, eles vem o homem de trinta e cinco anos, suspirando, frente a janela, enquanto observa algumas nuvens de chuva se aproximando.
Quando eles entram no restaurante, o homem sentado na mesa levanta e se dirige para o balcão.
— Com licença, o que as senhoras e o senhor, gostariam. — Diz ele.
— Viemos por causa das vagas de funcionário. Eu sei que não estamos em uma forma muito apresentável, mas espero que você considere nos empregar. — Diz Índigo.
Ele olha para cada um deles e de baixo do balcão ele tira um pequeno saco de moedas.
— Meu nome é Castanho, sou o dono desse restaurante. Peguem essas moedas de bronze e passem na casa de banho. Depois vão no alfaiate que fica a duas casas daqui e falem que vieram a meu pedido. Quando terminarem vocês voltam.
Índigo pega o saco de moedas e vai com seus companheiros na casa de banho.
Eles entram na recepção e entregam o pagamento para o atendente. Ele entrega a eles um balde com sabão e indica a direção para os salões banhos.
Os banhos tem quatro separações diferente. Banho masculino, feminino, neutro e humano. As garotas entram no banho feminino e Amarelo entra no banho masculino.
Enquanto Violeta tira a sua camisa, Índigo repara em um símbolo circular, atravessado por uma linha. Esse símbolo se encontra nas costas de Violeta. Índigo nunca havia reparado nesse símbolo, pois eles não costumavam tirar as roupas, dentro das profundezas.
Violeta repara na bomba de água manual e a encara como se fosse algo alienígena. Ela assiste Índigo e Anil, usarem a bomba para colocar água no um balde e copia a atitude das duas. Todos lavam o corpo com sabão e depois o enxaguam, para depois tomarem os cuidados com cabelo.
Depois de terminarem o banho, elas esperam a saída de Amarelo. Juntos eles saem da casa de banho e vão ao alfaiate, perto do Final do arco-íris.
Adentrando o alfaiate eles encontram uma grande quantidade de tecidos, distribuídos, em rolos, por toda a extensão da construção.
— Viemos a pedido de Castanho. — Diz Amarelo, enquanto anda pelo estabelecimento.
Ao término da fala de Amarelo, barulhos de passos são ouvidos do segundo andar. Depois de alguns segundos, um garoto, de aparência bem jovem, cai escadas a baixo, bem em frente de Violeta. Ela olha para o corpo parado e olha para Anil. Enquanto Violeta olha para Anil, o garoto se levanta.
— Boa tarde. Vocês disseram que vieram a pedido de Castanho? — Diz o garoto.
— Sim, Viemos. — Diz Índigo.
— Trouxeram o dinheiro?
Índigo pega as sobras de moedas que foram dadas a eles e entrega o garoto. Ele pega as moedas e as coloca dentro de um saco. Enfiando ele em uma de diversas gavetas do local.
Depois disso, ele pega uma fita métrica e começa a tirar as medidas deles. Enquanto ele tira as medidas de Amarelo, ele acaba por puxar conversa.
— Como você conheceu ele? — Pergunta Amarelo.
— Ele, me tirou das ruas. Ele me levou para o seu restaurante. Me deu comida e uma oportunidade para conseguir sobreviver sozinho.
— Qual seu nome? — Pergunta Amarelo.
— Eu não tenho e nunca tive. Eu não sou mago. Meus pais me abandonaram quando eu nasci e fui cuidado por uma família de humanos, até que eles me abandonaram, pois não tinham mais dinheiro. As pessoas que me conhecem me chamam de alfaiate.
O grupo de magos fica em silêncio, com a história dele e tiram as medições, sem puxar conversa.
Terminando de tirar as medias, eles voltam ao Final do arco-íris, onde Castanho está na cozinha, esperando por eles. Quando eles entram no restaurante, Castanho sai da cozinha, com quatro pratos de comida. Castanho coloca os pratos em uma mesa e senta-se na mesa ao lado.
— Vocês ainda não almoçaram não é?
O estômago de Violeta ronca e ela senta na mesa, seguida de Anil. Quando Violeta começa a comer, Amarelo e Índigo se juntam a eles na mesa e começam a comer.
— Eu gostaria de conhecer vocês melhor, antes de começarem a trabalhar aqui. Se quiserem saber mais sobre mim é só me perguntar.
Violeta estende a mão para castanho, que bate nela.
— Violeta. — Diz ela, de boca cheia, enquanto aponta para seu rosto.
Castanho fica meio confuso, mas percebe a inocência de Violeta, então não pede por mais nada.
— Amarelo, gosto de conversar e sou aspirante a cozinheiro.
— Eu sou Índigo, essa é Anil. Eu sou filha de estudiosos e ela não fala. Eu gosto de carne moída e ela de frutas.
— Doces. — Diz Violeta.
— Espero que tenhamos uma boa convivência. — Diz Castanho.
O grupo de magos volta a comer, enquanto Castanho está sentado na mesa ao lado. Enquanto come, vem uma curiosidade a cabeça de Amarelo.
— Porque você é tão diferente das outras pessoas? — Diz Amarelo.
— Eu nasci e fui criado na nação de Diamante. No meu ponto de vista, as outras duas nações são extremistas. Em Grená os humanos não têm direitos, em Cobre os magos são monstros. Essas pessoas precisam aprender a ter mais empatia.
— Você conhece um bar chamado Quatro estações? — Pergunta Índigo.
— É o bar da minha família, porque?
— A torta de primavera e a alusão histórica te entregaram. — Diz Índigo.
— História? — Pergunta Violeta.
— Celeste vivia sozinho no vazio do mundo, tudo que ele fazia era criar. Porém, os planos que ele criava não possuíam vida e isso deixava Celeste aflito. Por isso ele criou quatro filhos, para cuidarem de suas obras de arte. Seus filhos criaram os elementos da natureza, de cada um dos planos… — Diz Castanho.
— Essa família são os deuses que regem os planos. O deus que rege esse plano é Spica e foi ele que criou os seres do nosso plano. Quase todos os seres possuem magia intrínseca a eles. Por isso algumas pessoas dizem que os humanos são odiados por Spica. — Diz Índigo.
— Mas qual é a relação histórica nisso? — Pergunta Amarelo.
— As quatro estações são o ciclo de adormecer e despertar dos deuses. Enquanto o final do arco-íris é o local onde os deuses repousam. — Diz Índigo.
— Você não estava brincando quando disse que seus pais eram estudiosos. — Diz Castanho.
Castanho fica imerso em seus pensamentos, por um tempo. Ele leva sua mãos ao seu queixo, passando seus dedos, do seu queixo a sua bochecha e olha para Índigo.
— Você sabe o que diferencia os humanos dos deuses? Na minha família, conta-se que na tentativa de replicar a si mesmos, os deuses menores cometeram falhas. Essas são as únicas coisas que diferenciam os deuses dos seres humanos. Essas são: A dor, advindo de um corpo frágil, o medo, advindo de uma vida efêmera, o amor, advindo da parcialidade e o desejo, advindo da obsessão. Eles, nos deixaram desse jeito na esperança de que nossas falhas fossem o que desse possibilidade de nos tornarmos belos. — Diz Castanho.
— Eu vou me lembrar disso. Obrigado pela comida. — Diz Índigo, depois de dar a última mordida no prato de comida.
Índigo levanta da mesa e é acompanhada de Anil e Violeta. O grupo anda até a forja, para onde Índigo havia mandado Ciano e Azul. Quando eles chegam na forja, Índigo é parada por um ferreiro que trabalha nessa forja.
— Você não pode entrar. Essa área é só para os ferreiros. — Diz ele.
— Sai de mim. Eu vim ver Azul.
— Você é conhecida, daquele gênio? Nunca tinha visto alguém tão jovem, com uma habilidade de ferreiro tão sublime. — Diz ele.
Índigo passa pelo senhor, ignorando o que ele dizia e encontra Azul frente a forja, batendo uma peça de metal, na bigorna. Enquanto Índigo vai ao encontro de Azul, Anil e Violeta se encontram com Ciano, que está a fazer trabalhos braçais, para ajudar na forja.
— Preciso que você transforme isso em um bastão. — Diz Índigo, enquanto senta, para jogar para ele a espada da pureza, na qual ela estava apoiada.
— Agradeço muito por você ter me dado essa tarefa. Eu senti muita falta da forja, nesse meio tempo que estivemos presos. Mas tem certeza que quer fazer isso? Se eu fizer isso, eu não vou conseguir manter as propriedades mágicas. Você precisa de um especialista. — Diz Azul, enquanto está concentrado para terminar de bater o ferro.
— Eu não ligo para as propriedades mágicas. Eu só quero que isso vire um bastão. — Diz Índigo, enquanto alonga os braços.
— Entendido. Pedido feito é pedido comprido. — Diz ele, enquanto coloca a barra de ferro na água para resfriar.
Azul derrete a espada e a coloca em um molde de cilindro, longo. Ele aquece a barra diversas vezes e a cada vez que ele aquece, ele a bate na bigorna, para que ela adquira um formato belo e polido. Ele trabalha, por diversas horas, para refinar a sua obra. Deixando a barra mais fina, para distribuir melhor o peso. Arredondando as pontas, para um melhor acabamento. Fazendo um cabo apropriado para as mãos de Índigo, com detalhes minucioso e acabamento em tecido, para que ela não machuque as mãos.
Azul passa tanto tempo a fazer esse bastão, que todos os outros foram embora e somente Índigo e ele ainda estão na forja. As outras pessoas do grupo, já voltaram para a pousada e estão dormindo a algum tempo.
Com o trabalho praticamente terminado, Azul para e olha para Índigo.
— Isso faz parte de você não é? Eu sei de muitas pessoas que já ficaram obcecadas, por terem suas partes roubadas e terem sua capacidade de expressar magia tirada, mas você é diferente.
Índigo estende a mão, para Azul.
— Eu só não quero que ninguém a possua além de mim. Simplesmente pedi reembolso por uma compra que nunca chegou.
Azul termina de preparar o bastão e o coloca nas mãos de Índigo.
— Nunca tinha visto ninguém conseguir reembolso por uma compra enganosa.
Índigo e Azul andam juntos até a pousada, cantarolando e conversando sobre coisas aleatórias. Quando eles chegam na pousada, Índigo faz uma última pergunta a Azul, antes dos dois irem dormir.
— Como vão as batidas?
— Elas tem estado um pouco mais altas, mas nada com o que se preocupar.
Os dois cumprimentam a recepcionista e vão para seus devidos quartos, para conseguirem descansar, para o trabalhoso dia seguinte.

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