A música é contagiante, as pessoas dançam, há uma demasia de tipos de comida e o ar está repleto de alegria. Ao chegarem, Irene te deixa por um momento para cumprimentar as suas amigas enquanto você segue direto para a mesa de entradas, onde previsivelmente, encontra o Jean:
- Não pensei que você vinha, está "caçando" também? (Você fala em um tom de humor).
- Que? Nah, é muito trabalhoso...
- ... Mas você me conhece, eu vou onde tiver comida, hehe. (Ele brinca enquanto enche um prato até as bordas).
- Haha, verdade!
Enquanto vocês dois continuam conversando, três guardas passam por vocês correndo
com uma expressão preocupada em suas faces.
- O que há com eles? (Você pergunta ao Jean).
- Não sei, provavelmente alguém bebeu demais... As pessoas estão tão felizes hoje que é um tanto assustador...
- Talvez... (apesar de que algo, no fundo da tua mente, te diz que há mais a isso do que
um simples bêbado ou algo do tipo).
Vendo os guardas desaparecerem na multidão, a música muda e Irene te surpreende ao
te puxar pelo braço e dizer ao Jean:
- Se importa de me emprestá-lo por um segundo?
- Ele é todo seu.
- ... Cara, se prepare para pagar o maior mico de tua vida, ehehe. (Ele brinca enquanto a Irene te arrasta para entre a multidão dançante).
Lá a tua mente rapidamente vem a se focar apenas em acompanhar a dança, pela
primeira vez na vida Jean estava certo, a dança é bem boba e difícil de se aprender. Enquanto
você luta para manter-se em ritmo, o repertório muda novamente, porém para algo mais calmo
e romântico desta vez e assim como as outras pessoas, você e a tua mulher passam a dançar em
par. Permitindo-te a notar o quão bonita ela está:
- Que foi? (Ela pergunta).
- O que que foi?
- Você está fazendo aquele olhar engraçado, ehe~.
- Ah... é que você está muito bonita hoj-
Antes que possa terminar a tua frase, a música para e um membro do Conselho dos Moradores da Vila começa a falar:
- Senhoras e senhores, é com grande felicidade que eu vos dou as boas-vindas a esta
celebração...
- Há não muito tempo atrás nossa querida vila foi reduzida a cinzas e seus cidadãos ao seu pior... Vidas foram perdidas, amigos e famílias virados uns contra os outros e a nossa história quase perdida.... Mas o Deus Sem Nome ouviu nossas preces, e a sua majestade, aquele escolhido por ele, fez como instruído e limpou nossas terras dos ladrões, reergueu nossas paredes e trouxe paz de volta ao povo. A isso e a memória dos amigos e família que perdemos, celebramos hoje... Bebam! Dancem até seus pés doerem! Pois hoje marca o início de uma nova, próspera e unida era!
Ele então se aproxima da multidão:
- E que melhor jeito de começar uma nova era, se não com música?! Mas não qualquer música, não... Esta noite vos trazemos um convidado muito especial... Um o qual dizem ser considerado o maior Virtuoso dos Virtuosos, que não precisa praticar, alguns até ousam dizer que ele vendeu sua alma para aquele que reside no final dos Nove Infernos em troca de habilidades inimagináveis no violino... Senhoras e senhores! Eu vos apresento, o único, o grande, O Violinista do Diabo!
Enquanto ele se afasta da multidão e as luzes são reduzidas, um homem esbelto e de
cabelos longos sobe ao palco tocando o violino. Com movimentos rápidos do arco e sequências
inacompanháveis de notas, ele faz o violino soar como um novo instrumento. Diferentemente
das músicas que o quarteto de cordas tocava durante a dança, este toca composições nunca
ouvidas. As mulheres brilham com as habilidades intricadas do músico e, de fato, sua música
é como as palavras do diabo, invadindo a tua mente e te prevenindo de fazer qualquer outra
coisa além de escutá-las...
De repente, vindo de lugar nenhum, um bêbado ensanguentado aparece correndo e esbarra no músico, ao se levantar, ele o agarra pela gola da sua camisa e começa a gritar desesperadamente com uma expressão de medo em sua face:
- CORRA! O demônio... O demônio do incêndio voltou!
- Solte-me seu maluco! (O músico o empurra, assustado).
Em uma fração de segundo, enquanto o bêbado novamente se levanta para correr, uma sombra alta e de olhos amarelos lacera a garganta do homem com um único ataque de suas garras, jorrando sangue para todos os lados e causando a multidão a entrar em pânico. Um por um, a sombra ataca, você rapidamente segura Irene pelo braço e começa a correr em direção aos portões, a sombra - atacando qualquer coisa que move - percebe vocês dois e começa a perseguir, não ousando olhar para trás, você pode ouvi-la cada vez mais perto. Ao perceber uma linha de guardas em frente dos portões apontando suas armas em tua direção, você rapidamente puxa Irene para fora do caminho momentos antes que tiros começam a ser disparados e caem direto pela entrada principal da taverna, rapidamente se levantando e correndo em direção à porta dos fundos.
- Está trancada!
O pavor atinge a tua mulher enquanto vocês tentam abrir a porta. Em segundos, um
guarda com um braço decepado é lançado pela janela, te causando a desesperadamente procurar
por um lugar para se esconder.
- Ali!
Você aponta para uma mesa à tua direita. Não leva muito tempo depois de vocês dois
se esconderem debaixo dela que a sombra derruba a porta principal. Enquanto você segura
firmemente a mão da tua esposa e gesticula para que faça silêncio, a sobra começa a vasculhar
o local, Ignorando completamente o caos lá fora, movendo-se por entre as mesas e atacando o
que estivesse em seu caminho, tornando-se mais agitado a cada mesa que passa... Quando de
repente, o som de algo se movendo vem do outro lado da taverna, é o músico, assim como você
e tua mulher, ele também está escondido debaixo de uma mesa.
A sombra começa a rosnar e se prepara para atacar mas o taverneiro ingenuamente abre
a porta dos fundos apenas para se encontrar cara a cara com o seu fim. O músico aproveita o
momento e começa a correr, atraindo a atenção da sombra, logo você diz à Irene:
- Corra!
E começa a correr em direção à uma porta próxima à mesa em que se escondiam mas a
sombra rapidamente os percebe e muda a sua direção, antes que pudessem passar pela porta, a
sombra os empurra com tanta força que Irene é derrubada inconsciente e você é lançado para
longe da taverna.
Enquanto você ainda está no chão, os dois olhos amarelos brilhantes em meio às trevas que preenchiam a taverna focam em tua direção e então a sombra salta... Fechando as tuas mãos em punhos em uma tentativa desesperada de lutar, você se prepara para encarar o teu fim mas no exato momento em que ela te alcança, balas a atingem tomando por completo a sua atenção. Você aproveita a oportunidade para mover-se rapidamente para trás enquanto três cavaleiros vindos de lugar nenhum começam a perseguir a sombra que agora foge em desvantagem.
Sem desperdiçar nem mesmo um segundo, você corre para ajudar a Irene.
- O que houve? A sombra... Nós precisamos correr!
Ela entra em pânico ao acordar enquanto você a segura em teus braços. Após saírem da vila e seguir direto para casa, Irene corre desesperadamente pela porta da frente, ignorando a sua irmã e indo direto para o quarto do bebê.
- Meu Deus, o que houve?! Vocês estão bem?
Mélanie te pergunta enquanto você entra em casa.
- Algo atacou a vila, você está bem? Você viu ou ouviu algo de estranho por aqui?
- Sim, quero dizer, não... têm estado bem tranquilo por aqui desde que vocês saíram.
Irene retorna à sala de estar com o bebê em seus braços, vocês três sentam-se no sofá e começam a falar sobre o que aconteceu. Quanto mais a Mélanie ouvia de tua história, mais ela fica preocupada, até que antes mesmo de vocês terminarem de relatar o acontecido, ela parte imediatamente para checar se a sua família - que também vive em uma fazenda próxima da vila - está segura.
Após a Mélanie sair, Irene e você voltaram suas atenções a cuidar dos ferimentos uns dos outros, os quais felizmente não passam de meros arranhões e contusões. Pelo resto da noite você não come nem dorme, tudo que faz é sentar-se na varanda com teu o arco em mãos e tua mente em estado de alerta.
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