Em menos de uma hora o acampamento já estava montado e a fogueira acesa, quando a lua já atinge o lugar do sol, você e os outros se reúnem em volta do fogo para jantar. Purê de batata, pão e carne seca, não é exatamente a refeição mais saborosa de todas, porém para alguém como você que esqueceu de almoçar, é boa o bastante e até te lembra da época em que ainda caçava: A comida improvisada, o céu aberto e a ansiedade de capturar a caça no dia seguinte, essas eram certamente boas lembranças que te trazem nostalgia, exceto pelos dias chuvosos esses sim podiam continuar no passado. Enquanto comendo, Diana te pergunta:
- Orion, é possível que os rastros de hoje nos levem à fera?
- Talvez, se continuarmos seguindo-os é provável que encontremos a sua toca.
Ela então pensa por um momento e depois, direcionando suas palavras a você, o Erwin e ao Brutus, repassa o a essência do seu plano:
- Entendido...
- Escutem, amanhã assim que o sol nascer continuaremos seguindo os rastros, com sorte eles nos levarão onde a fera se esconde e lá montaremos uma emboscada. Se tudo der certo, esse será o fim e poderemos voltar para casa. Estão todos de acordo?
- Por mim tudo bem, mal posso esperar, hehe.
Erwin responde com uma expressão sonhadora em sua face, como se desejasse voltar para casa mais do que qualquer outra coisa.
- Bobagem... (Brutus responde com um tom sério e de desgosto).
- Vocês acham mesmo que seria tão fácil assim?!... Ha! Amateurs...
Ele faz uma breve pausa em seguida.
- Nós estamos falando de uma fera capaz de retorcer portões de ferro como se fossem
feitos de papel, o único lugar em que vocês acabarão será nos Nove Infernos se seguirem um
plano desses.
- Ah é?! Se você acha esse plano tão ruim você deve então, no mínimo, ter um melhor.
(Diana se levanta, já com faíscas voando do seu olhar).
Brutus crava o seu machado com força no tronco em que se sentava e levanta-se bravamente encarando a Diana em resposta. Logo, prevendo o pior, Erwin descontrai:
- Iiiih... Agora fedeu, Hahaha!
Você e ele tentam se levantar em seguida - para interromper os dois – mas ambos Brutus e Diana os empurram de volta os seus “assentos”. Aproximando-se intimidadoramente da Diana, Brutus replica:
- Eu tenho.
- Então diga!
- Se você não me interrompesse tanto eu diria!
É nesse momento que a Diana cruza os seus braços sem dizer nada mas ainda
encarando-o com olhos assassinos, permitindo que Brutus prossiga:
- Nós seguimos rumo a vila agora mesmo, lá pedimos para que os moradores fujam para que possamos utilizar a vila em uma emboscada, esperamos a fera atacar e então a matamos.
- E Quanto aos morados da vila? E se a fera for atrás deles?
- Ela estará muito desorientada tentado navegar pela vila ao mesmo tempo que a atacamos para perceber a ausência dos moradores.
- Eu não colocarei a vida de civis em risco quando podemos muito bem capturar a fera
sem isso.
Ela adiciona também que:
- Sou eu que estou em responsabilidade desta campanha e nós seguiremos o meu plano, ponto final.
Brutus cerra as suas mãos em punhos, mas antes que possa fazer algo, dois tiros são
disparados ao alto chamando a atenção de todos. Erwin com um sorriso ingênuo, abaixa a sua
arma quando - de repente - o alto grito de um animal ecoa à alguns metros de distância do
acampamento. Diana saca o seu rifle e tensamente volta sua atenção à direção do grito enquanto
Brutus agarra o seu machado e, você, o teu arco.
Com todos armados, vocês cuidadosamente caminham para a direção do grito, além dos sons dos seus passos e o canto das cigarras, o silêncio é simplesmente mórbido. sem aviso, Erwin para, causando aos outros e você a parar também, ele se abaixa e ri levantando do chão um coelho morto com dois furos em seu corpo de onde sangue escorria:
- Haha, oops...
- FOOL! Você acabou de dar a nossa localização à fera!
Brutus grita raivosamente para Erwin, apoiando o machado em seu ombro e em seguida voltando-se para Diana com passos pesados:
- Você quer seguir com teu plano suicida? Siga então! Eu estou fora deste bando de
palhaços.
Ele caminha em direção ao acampamento para pegar a suas coisas e partir depois. Nesse momento Diana olha para você e Erwin, pouco abalada:
- Vamos, precisamos mover o acampamento para um lugar mais seguro.
Após uma curta caminhada, vocês decidem remontar o acampamento próximo de uma
lagoa e uma colina que sobreolham - à distância - a localização original e, para evitar quaisquer
surpresas, vocês organizam um esquema de vigilância onde enquanto dois dormem um
permanece acordado patrulhando as proximidades, trocando o vigia a cada três horas - de forma
que todos tenham uma chance de descansar -. Erwin se voluntaria para ser o primeiro.
Ao deitar-se, o teu corpo finalmente toma consciência de todo o esforço que passara hoje: Por mais lento que tenha sido o dia, as demasiadas horas de caminhada sem chegar à lugar algum e a contínua tensão de estar pronto para lutar a qualquer momento te desgastaram, talvez seja por você estar fora de forma ou porque a vida no campo te deixou mal-acostumado, talvez ambos, tudo que te importa agora é dormir.
Comments (0)
See all