A primeira coisa que a jovem fez no dia seguinte foi levar suas roupas para a sua nova moradia, em seguida pegou o seu material de escola e, com um suspirou, fechou a porta do quarto.
Ela tinha passado a noite pensando em possibilidades: no que aconteceria se ela contasse a verdade; se ela mentisse; se ela contasse uma meia verdade ou se simplesmente saísse sem dizer um “a”. E, depois de revirar-se na cama por algumas horas, por fim a jovem decidiu que diria o mínimo possível, tentando se apegar a verdade - só para o caso de o irmão querer espalhar alguns boatos na escola… Não que ela realmente ligasse, era apenas uma medida preventiva.
Quando faltava a última viagem, Sandra e Paulo estavam assistindo algum programa de auditório na TV e Rafael estava em alguma quadra jogando sabe-se lá o quê.
A garota pigarreou.
-Que é? - o pai perguntou.
-Vim me despedir. Estou me mudando. - a única que pareceu ligar foi Sandra e, mesmo assim, o máximo que ela fez se virar para a filha e levantar uma sobrancelha em pergunta - Para concluir o testamento da vovó eu vou sair de casa.
-Hm. Não pense em aparecer depois pra pedir dinheiro. - foram as últimas palavras de seus progenitores para ela dentro daquela estrutura fria. Ninguém a impedira. Ninguém queria saber para onde ela estava indo. E, por algum motivo, ela se sentiu mal por isso.
Decepcionante, mas esperado. Por isso Lilian não entendia o fio tolo de esperança de que seus pais talvez se importassem o suficiente para, ao menos, tentar saber para onde ela estava indo.
Comments (2)
See all