Enquanto eles recuperam o fôlego, se escuta, ao longe.
— Lembrem-se de não andarem sozinhos. Não sabemos do que eles são capazes.
Ao escutarem o apontamento de um dos guardas, eles correm, abaixados, para a direção oposta.
O quarto andar, é um grande jardim, com muitos arbustos e flores, que cobrem toda a extensão do andar. No centro dele, tem um grande lago, cheio de carpas. A iluminação é feita pelas pedras luminosas, mas nesse andar, elas estão em uma quantidade muito maior.
Enquanto eles estão a correr, Violeta se separa do grupo, indo na direção do lago, que fica no meio de andar.
— Como vocês acham que eles nos descobriram? — Pergunta Amarelo.
— Culpa sua. — Diz Laranja.
— Quer começar uma discussão agora? Agora. — Diz Amarelo.
— Quero.
Amarelo se recompõe e ignora Laranja, enquanto ele observa Índigo pensando.
— Acho que eles encontraram a porta do terceiro andar aberta. Não sabemos se a passagem se fechou depois que saímos. — Diz Índigo.
Enquanto Índigo fala, Ciano olha a seu redor.
— Cadê Violeta? — Diz Ciano.
Índigo olha ao redor e passa a mão em seu cabelo.
— Como que ela ta sumindo, tanto, recentemente? — Ela pergunta.
— Nesse momento, ou nós procuramos a passagem ou vamos atrás de Violeta. — Diz Laranja.
Enquanto o grupo de magos se esconde dentro do jardim, Marfim está a guardar a passagem do quarto andar. Ela está sentada em um dos diversos bancos de madeira, que estão espalhados pelo andar. Ela está a segurar o pires, enquanto toma seu chá, com o bule ao seu lado.
Enquanto ela toma seu chá, uma das guardas, sob seu comando, se aproxima e se ajoelha.
— Major, tem certeza que é necessário, você guardar a passagem desse andar? — Diz ela, enquanto assiste Marfim tomar seu chá.
— Não tem necessidade. Eu realmente não acho que eles vão passar desse andar. Mas eu gosto da vista e se por um acaso do destino eles passarem, não vamos conseguir ir atrás deles. — Diz Marfim.
Enquanto ela coloca a xícara em seu pires, ela enxerga uma silhueta afundar no lago, mas a ignora, momentaneamente, para aproveitar o seu tempo no quarto andar. Ela coloca seu pires ao seu lado, no banco de madeira e levanta para olhar os arbusto e flores perto da passagem.
— Púrpura. — Diz Marfim.
Ao chamar o nome, uma das guardas se aproximam e ajoelha, em sua frente.
— Gostaria que você ronda-se o lago. Estou confiante que algo vá acontecer. — Diz ela.
Com o comando de Marfim, ela começa a rondar o lago e Marfim segue em direção aos arbustos. Depois de algum tempo admirando a paisagem a passando entre as belas plantas, uma guarda aborda Marfim.
— Major, desculpe-me interrompê-la, mas, uma carta endereçada a você, chegou.
Marfim se levanta e volta para o banco onde ela estava sentada, onde um carteiro a espera.
— Senhorita Marfim, tenho uma carta vinda da prisão, na cidade Penhasco Azul. — Diz o carteiro, enquanto entrega a carta nas mãos de Marfim.
— Você está falando dos cumes? — Diz Marfim.
— Isso, isso… Desculpa, é que eu sou novato, ainda não me lembro do nome de todos os lugares.
Marfim olha torto para o carteiro, mas ignora o deslize, pela inexperiência, e volta a sua atenção para a carta que foi entregue em suas mãos.
Abrindo a carta, lee-se em seu conteúdo: “Recebi a permissão para escrever essa carta, pelo meu bom comportamento, e gostaria de endereçá-la a você. Os anos que tenho passado nessa prisão, foram, apesar de sofridos, muito revigorantes. A vista é muito bonita e eu gostaria de apreciá-la a seu lado. Gostaria de saber se seu antigo superior ainda está em posse de minhas mãos, pois eu gostaria de vê-las uma outra vez. Deixando a casualidade de lado, eu ainda tenho muitas expectativas referentes a você e estou ansioso para o nosso futuro reencontro.”.
Ao terminar de ler a carta, o rosto de Marfim se enoja, com a lembrança de seu remetente. Ela pede para trazerem papel e tinta e escreve uma carta para ser entregue aos cumes.
— Entregue essa carta imediatamente. — Diz Marfim.
Uma das guardas, preocupada com Marfim, vai ao seu amparo.
— Qual era o conteúdo da carta, para ter te abalado desse jeito? — Ela pergunta.
Marfim olha em direção a pessoa que lhe abordou e se alivia, ao encontrar Rosa, uma amiga de longa data e guarda de confiança. As duas se afastam, em direção ao campo florido, para terem privacidade.
— Eu não sei como Jade permitiu isso. Mesmo que aquele assassino, esteja se comportando bem, como ela permitiu que ele me enviasse uma carta. Ela sabe o que ele fez. — Diz Marfim.
— Você tem razão para estar chateada. Mas eu acho que você deveria levar isso de forma mais leve. Ele está preso a anos e teve a magia oprimida.
— Depois de anos sem vê-lo, ele ousa dizer que tem expectativas para mim. Eu nunca vou perdoar esse sujeito.
— Foi só isso que disse na carta?
— Ele disse que estava esperançoso, para o nosso futuro encontro, mas a próxima vez que eu encontrar com ele, vai ser só para ver o corpo dele morto.
As palavras pesadas vindas de Marfim, preocupam Rosa, que sabe o quão calma, orgulhosa e serena, Marfim costuma ser. Ela sabe que esse indivíduo tira a calma de Marfim, pois ela ainda não superou o acontecimento que levou, o tal homem preso.
— Como estão as coisas com as coisas com o governo? — Pergunta Rosa.
— Não tem nada de muito interessante acontecendo. Fora a fuga que teve nas profundezas, no mês passado. Eu estou esperando o relatório de de um pessoal que está no reino de Diamante. Tem estudos muito fortes, que indicam que a chave para o próximo andar está…
Marfim é interrompida, pelo espanto de ver uma criatura de tamanho gigante. Por trás do rosto de Rosa, ela observa uma criatura vermiforme coberta de escamas roxas, que despedaça e devorar Púrpura, diante de seus olhos.
Alguns momentos antes de Marfim receber a carta, o grupo de magos está a explorar o grande jardim. Eles olham os símbolos e escritas no chão do jardim, mas nada que indique o local da passagem.
— Faz aquele negócio dos olhos brilhantes de novo e mostra o caminho. — Diz Laranja, enquanto cutuca Ciano.
— Eu não sei como fiz aquilo.
— Façam silêncio vocês dois. — Diz Índigo.
Índigo, atentando seus olhos a mana, que percorre o local, vê que ela forma um enorme mapa, desse continente.
— Me relembrem ai, como cada um de vocês percebe a mana? — Pergunta Índigo.
Eles mostram para Índigo que Amarelo, Anil e Ciano percebem a mana pelo paladar, enquanto o resto deles percebe a mana pelo tato.
— Quem percebe a mana pelo tato, vai passando as mãos pelos diversos símbolos nesse andar. Se vocês encontrarem algo, muito diferente, me procurem, eu vou estar procurando em lugares diferentes.
Ciano pega Índigo no colo e percorre o andar, enquanto os outros ficam juntos, procurando a tal coisa diferenciada, que Índigo falou. Depois de muito tempo procurando, Índigo encontra uma acácia amarela, com uma mana muito intensa, no local onde deveria estar a capital no reino de Diamante.
Junto a visão da acácia amarela, ela escuta um grande estrondo de árvores sendo derrubados, perto do lago.
Enquanto Ciano, com Índigo em seu colo, corre pelo jardim, Índigo aponta.
— Vamos voltar para encontrar o pessoal.
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