Pode reparar melhor na moça depois de toda correria. Cabelos pretos longos e lisos presos em um rabo de cavalo, olhos castanhos amendoados, altura mediana. Na mão direita um revólver e preso à cintura um chicote com uma espécie de anzol na ponta, “Isso deve doer bastante se acertar”. Usando jaqueta de couro marrom com uma camiseta vermelha por baixo, calça jeans e botas pretas. Foi praticamente instantâneo quando pode observar melhor o rosto da caçadora pensou "merda, ela é gata". Ela estava o encarando claramente irritada por tudo que ele a fez correr. –
Desculpa moça. Acho que você perdeu isso aqui! –Disse enquanto levantou o braço e exibiu a algema. Deu risada da situação, não tinha o que fazer daquela situação além de encará-la. Quer que eu te devolva?
Começou a bolar mil planos sem saber como conduzir a situação, mas agora que tinha que chegado até, só sobrou derrotá-la. Ela apontou o revólver na sua direção e puxou o cão prestes a fazer um disparo.
-Não estou em clima para brincadeiras. Você é um assassino procurado, rir do que está acontecendo aqui só mostra o monstro que você é. Eu vou te levar a justiça e aproveitar a recompensa de jogar escoria feito você na cadeia.
-Eu não matei ninguém. Você não sabe o que aconteceu e é muito arrogante em assumir quais são meus pecados! Seria melhor se você esquecesse essa recompensa estupida e seguisse com a sua vida, só que isso não é uma opção né?
-Você matou sua irmã. Todos dizem que são inocentes, mas não passam da mesma coisa. Porcos com as patas nojentas sujas de sangue.
Pode ver a cena passar em sua cabeça como um filme, a culpa pesou seus ombros. Entretanto não podia se distrair, haveria outro momento para isso. Concentrou-se e usou suas habilidades. Assim como fez com Carla, moveu a terra sob os pés da caçadora para desequilibrá-la. Ela fez um disparo, mas errou devido a rasteira que levou do solo, acertando a cerca. Antes que caísse rolou no chão e parou ajoelhada, guardou a arma e puxou o chicote. Ela não o subestimou como Carla, estava preparada para enfrentá-lo. Sabia que isso ia acontecer cedo ou tarde, um caçador de recompensas viria por causa dos cartazes, se expor para população era fadar este dia a acontecer, não podia hesitar.
Ela girou o chicote em um movimento rápido e preciso o lançando em sua direção, ele fez um pilar de terra se erguer para interceptá-lo. O pilar mudou a trajetória do chicote o fazendo dobrar e encurtando seu alcance. Mesmo assim, a lâmina semelhante a um anzol de 3 pontas passou por seu peito abrindo um corte. Sentindo uma dor lacerante, sague lhe escorreu pelo peito. Ada levantou-se do chão e deu um chute empurrando o pilar, mas sem acertá-lo fisicamente. Pilar deslizou com grande força e velocidade na direção da garota. Tanto o peito quanto o ombro fizeram sentir uma dor era intensa, estava perdendo muito sangue. Ela por sua vez saltou para o lado tentando sair do caminho do ataque, porém, não foi rápida o suficiente. O pilar acertou suas pernas a fazendo girar no ar acertando o chão de maneira brusca.
A caçadora puxou o revólver e efetuou mais um disparo. Ada sabendo que não se moveria rápido o suficiente para esquivar-se fez o chão mover-se embaixo de seus pés o derrubando conseguindo assim escapar do tiro. Ainda no chão estendeu o braço como se tentasse alcançar algo. Uma onda de terra se formou para agarrara-la, que vendo a movimentação do solo fez um rolou para trás escapando. Levantou-se e puxou o chicote e o balançou lançando a ponta contra a perna de Ada, que estava muito desnorteado da queda que causou a si mesmo. O anzol encravou em sua panturrilha e ela o puxou com tudo para ela. A dor foi tremenda. Ada soltou um urro de dor e quase perdeu a consciência. Ela puxou o revólver mais uma vez e o apontou em sua direção enquanto com o outro braço o puxava usando o chicote. Rapidamente ele fez como se fosse socar o ar. Sua mente pensou em um espinho mais rápido do que ele pode raciocinar
-Não! -Ada berrou subitamente enquanto jogou o corpo para o lado e mudou a trajetória do braço. O espinho de pedra passou pelo lado da caçadora sem acertá-la.
Ele evitou feri-la, contudo ele não havia feito o mesmo. O disparo do revólver acertou Ada na barriga. Tanta dor sentiu o projetil dentro de suas tripas, sentia o sangue deixando seu corpo e frio, muito frio. Toda sua camiseta estava vermelha de tanto sangue que perdeu. Estava prestes a perder a consciência, estava alucinando, sentia o corpo frio. Contudo, sua determinação não era algo a ser subestimada.
-Eu não posso perder! Se perder ela morreu atoa! Ela me salvou atoa! Ela me fez prometer que nunca mais ia deixar alguém morrer por ser fraco. Tem muita gente que eu não posso abandonar agora. Eu não vou te deixar me levar por algo que eu não fiz! Eu não vou abandoná-los por ser fraco!
A caçadora ficou claramente assustada, não consegui acreditar que ele estava se levantando depois de tudo aquilo. Apontou o revólver pra ele mais uma vez e puxou o gatilho. Ada estava determinado a não cair de maneira alguma, sentia em si a força para dobra o mundo, esmagá-lo conforme a sua vontade. Quando o barulho do estopim ecoou como um trovão o cano da arma foi esmagado e ela estourou. A garota se assustou e soltou a arma. Puxou a chicote e o balançou mais uma vez o desvencilhando da perna de Ada para fazer mais um ataque, porém o anzol foi direcionado para outro lado como se fosse puxado por uma força invisível. O puxão foi tão forte que ela não conseguiu segurar o chicote e ele saiu voando para fora de seu alcance. Ada não entendeu direito o que aconteceu. Deu alguns passos na direção da garota, já tinha perdido tanto sangue, sua visão estava turva, mas não queria se deixar apagar.
-Eu não quero te machucar. Eu não quero nada disso. Eu não queria nada do que aconteceu, mas ela quis me proteger. Eu não conseg...
Antes que pudesse terminar de falar, sentiu as pernas ficarem sem força, a visão ficar escura e tanto frio e dor. Perdeu a consciência. Enquanto se apagou pode vê-la. Estava mais uma vez naquele dia, sua irmã já estava com as veias se tornando negras. O corrompido que os atacou estava morto jogado ao chão no fundo da sala. Em suas mãos Ada segurava a lança da irmã.
-Ada, se você não ficar forte como o pai espera isso vai acontecer sempre e uma hora você vai morrer. Isso que está acontecendo aqui, foi porque você foi fraco e tolo. Me prometa que nunca vai deixar isso acontecer novamente!
-Eu prometo. Eu vou ficar forte o suficiente para os outros não se machucarem por minha causa.
-Ótimo. Nunca se esqueça de que todos somos fracos e covardes, devemos lutar contra isso todos os dias. Você é fraco, não seja fraco. Faça agora! Mate-me e lembre-se que isso aconteceu por sua culpa. Use isso pra te impulsionar, para te tornar mais forte para que nunca mais aconteça.
Vanessa segurou a lança e colocou a ponta encravada em seu peito sobre onde fica seu coração. Ada estava chorando não queria que as coisas chegassem aquele ponto, mas não tinha outra forma de resolver aquilo. Entendeu o que a irmã quis dizer, enquanto atravessou seu peito com a lança. Não havia culpa no que aconteceu ninguém era realmente culpado daquilo fora o monstro que os atacou. No entanto ele iria sentir culpa por aquilo. Sempre seria consequência de suas escolhas e enquanto entendesse isso teria um motivo para buscar um caminho melhor. Sempre deveria buscar o caminho melhor o caminho onde pudesse ser forte o suficiente para lidar com as consequências e que não fugisse delas como um covarde.
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