De repente outro bombardeio de flechas veio, dessa vez as flechas estavam brilhando uma cor vermelha, parecia uma nuvem vermelha no céu.

— SE PROTEJAM! — Gritou o comandante.

Quando as flechas atingiram nossos escudos, elas misteriosamente os atravessaram, acertando em cheio os soldados, incluindo eu. Felizmente a flecha que me acertou não atingiu um ponto vital, porém alguns soldados não tiveram a mesma sorte que eu.

Restaram apenas 28 soldados incluindo o comandante.

Vendo aquela cena, eu fiquei em estado de choque, tentei manter a calma mas era praticamente impossível. Contra aquele inimigo, nós estávamos indefesos!

— RECUEM SOLDADOS! — Gritou o comandante apontando para o portão sul, e estava ileso pois não foi atingido por nenhuma flecha no bombardeio.

Enquanto corríamos para o portão sul o chão começou a tremer um pouco.

— O quão grande é o exército desses desgraçados, e ainda possuem uma arma nova? — Falou o comandante em um tom baixo mas alto o bastante para eu escutar.

Depois de um certo momento o chão parou de tremer, e nosso inimigo finalmente tinha uma forma visível, e ficou parado nos encarando.

— Aquilo... é um humano? - Disse um dos soldados quando avistou aquele ser.

Se tratava apenas de um ser... E ele tinha aproximadamente 3 metros de altura, ele era humanoide só que com algumas diferenças. Ele possuía quatro braços, um cabelo grande e branco, ele era meio corcunda, tinha um par de chifres sendo que um dos chifres estava visivelmente quebrado ao meio, e tinha um par de presas saltadas fora da boca, sua pele é cinza, e por fim, seus olhos eram totalmente vermelhos. Com um dos braços esse ser segurava um arco com três pedras cravadas nele, uma vermelha, uma verde e uma azul. Esse animal também vestia um peitoral de ferro.

— Isso não é um animal, e também não é um humano, afinal... o que é essa coisa? — Disse o comandante, não acreditando no que estava vendo.

— RRAAAAAAAAH — Rugiu aquele ser estranho.

"Nós temos chance contra aquela coisa?" — Pensei.

[ PONTO DE VISTA DE HARRY, O COMANDANTE ]

" Como eu vou lidar com aquilo? Humanos podem mesmo enfrentá-lo? Como comandante não posso demonstrar fraqueza, até nessa situação, mesmo que custe a minha vida!"

" Mas eu estou... com medo!"

De repente uma voz veio em minha mente.

"Está com medo?" — Disse a voz misteriosa, olhei para o lado mas ninguém estava falando comigo.

"Estou ficando louco?" — Pensei.

"Você quer poder?"

"Quem não quer?" - Ainda procurando de onde vinha essa voz.

"Então aceite minha dádiva ou sinta o sabor do sangue." — Disse a voz em minha mente, alto e claro.

"Dádiva? com isso eu posso enfrentar aquela coisa?" — Perguntei mentalmente a voz misteriosa em minha cabeça.

"Você pode fazer muito mais que isso. Você terá poder o suficiente para enfrentar coisas piores, e fazer suas vontades" — Respondeu-me a voz misteriosa.

" Minhas vontades, elas não importam."

De repente aquela coisa começa a correr em direção a nós.

— Comandante! O que devemos fazer? — Perguntou, um dos soldados.

" Muito bem voz misteriosa, me de a sua dádiva!" — Exclamei.

"Excelente"

...

De repente o vento ficou mais forte, e a chuva ficou cada vez mais intensa. Uma coisa laranja saia de meu corpo, eu me sentia estranhamente mais leve.

Quando o monstro ficou a poucos metros de nós, ele atirou uma flecha, essa brilhava azul e era só uma, ela estava indo em direção ao Heyder. Antes que a flecha o atingisse eu a peguei com uma uma mão.

— Fiquem dentro do reino, deixem isso comigo por agora. — Falei aos soldados, enquanto andava lentamente em direção aquele bicho.

...

Quando cheguei a poucos metros dele eu falei:

— Agora somos só nos dois, para destruir Constantino... Você terá que passar por mim antes. — Fiz um olhar sério.