Saindo de Constatino, Heyder me pergunta:

— Para onde estamos indo Professor?

— Estamos indo para um vilarejo, perto de Constatino, vamos passar uma noite lá antes de irmos até nosso objetivo principal. Aliás, não precisa mais me chamar de Professor, apenas me chame de Isacc a partir de agora. — Falei a ele.

— Entendi pode deixar. Mas diga... Por que quer passar nesse vilarejo antes? — Heyder pergunta enquanto caminhamos.

— Para conseguir alimento barato e fazer uma pausa. Afinal nosso destino é longe. — Afirmei.

Enquanto seguimos viajem, encontramos um homem velho caído no chão, ele estava aparentemente desnutrido e ressecado pois seus lábios estavam secos e rachados, mesmo usando uma camisa, suas costelas eram visíveis e ele quase não tinha barriga.

A primeira coisa que fiz foi verificar se o senhor estava vivo, e felizmente ele estava. Joguei um pouco de água na sua boca já que ele não tinha forças. Dei minha bagagem ao Heyder e coloquei o idoso em minhas costas.

— Vamos. — Falei ao Heyder para continuarmos a nossa caminhada.

— Estamos perto? — Ele me perguntou.

— Estamos chegando. — Respondi.

Depois de andarmos por aproximadamente 40 minutos, chegamos no nosso destino, Vilarejo Barakus.

— Profe... Quer dizer... Sr.Isacc, como você sabia que tinha um vilarejo aqui? — Heyder olha para mim com uma expressão de surpresa.

— Eu já fiz várias missões aqui em nome do reino. — Falei para ele enquanto entravámos no vilarejo.

Quando chegamos, haviam dois guardas na entrada.

— Se identifiquem! — Eles ordenaram.

— Eu sou o cavaleiro Isacc, vim de Constatino juntamente ao meu parceiro, Heyder. — Coloquei minha mão sobre o peito de Heyder.

— Ah, é você Isacc? Está maior do que antes hahaha. Andou treinando muito seu desgraçado? — Disse um dos guardas cujo nome é Bathus, um velho conhecido meu.

— Não muito hahaha. E você mudou bastante também, quase não te reconheci. — Respondi a ele, pois ele era cabeludo e sem barba quando eu o conheci, e agora ele estava careca e barbudo, além de estar mais bronzeado do que antes.

— Podem entrar, como vocês são de fora coloquem esses broches em seus braços, por favor. — Bathus nos entrega três broches, percebendo que tem uma pessoa em minhas costas, mas ignora essa pessoa.

Quando entramos, dei uma quantia de dinheiro a Heyder, e pedi para que ele arranjasse uma pousada barata para que passássemos a noite, e depois, para ele me encontrar na frente do comércio de Barakus. Enquanto isso, eu iria levar aquele velho ao hospital, para ser tratado adequadamente.

O hospital de Barakus não era tão bom quanto o de Constatino, mas como aquele senhor não possuía nenhum ferimento visível, conclui que eles seriam capazes de ajudá-lo.

...

Deixei o homem velho no hospital, fui até o ponto de encontro com Heyder e ele já estava lá, chegando até Heyder, perguntei:

— Conseguiu reservar a pousada?

— Sim. Aliás, você não me falou onde era o comércio, então tive que perguntar aos moradores. — Ele me respondeu, me entregando o troco e com uma cara de bravo.

— O que vamos fazer agora? — Heyder perguntou.

— Vamos comprar alimentos para nossa viagem. — Respondi.

— Por que não compramos no comércio de Constantino? — Ele me questionou.

— Primeiro, para não carregarmos peso demais nessa viagem. Segundo, o Barakus é conhecido pela sua agricultura abundantemente, então aqui os alimentos são mais baratos.

— Entendi. — Disse Heyder após processar meu raciocínio.

...

Compramos alguns legumes, vegetais e frutas, não podíamos levar carne porquê além de ser cara demais poderia estragar rapidamente durante a viajem.

— Terminarmos por aqui, vamos voltar pra pousada. — Chamei Heyder para irmos embora.

Enquanto voltavámos para a pousada, no caminho encontramos aquele senhor, aparentemente indo embora do vilarejo. Ele nos avistou e disse:

— Eu fiquei sabendo que vocês me ajudaram quando eu estava desmaiado no caminho de Constatino, Obrigado por isso. — Ele diz com uma voz rouca e acena lentamente com a cabeça.

— Eu estava a caminho de Constantino, eu vim do Reino de Virtus, estava indo entregar uma carta ao rei. Mas eu acabei desmaiando pois eu não fiz nenhuma parada e não levei água ou comida o suficiente, e acabei ficando sem dinheiro. — Disse o velho.

— Como posso retribuir o favor? — Perguntou o velho mensageiro segurando as minhas mãos suavemente.

— Isso não será necessário meu velho mas me responda... Por que mandariam um mensageiro vir de a pé de tão longe, sem carroça, para entregar uma mensagem de tamanha importância? — Questionei o velho.

— É que o rei está investindo seus recursos na área de magia, e não iria perder nem um centavo em um velho plebeu como eu. — O velho respondeu.

— Mas e se a carta fosse perdida ou roubada? — Questionei.

— Aí eu iria ser preso, e possivelmente executado por falhar em minha missão. — Disse o velho sem demonstrar nenhum sentimento.

"Com isso posso dizer que: Ele está mentindo para mim ou o Rei de Virtus está louco." — Pensei.

Após nosso diálogo, o velho se despediu e continuou sua árdua viagem. Enquanto isso, eu e o Heyder fomos até a pousada.

...

Quando finalmente anoiteceu, eu e o Heyder fomos descansar em quartos separados. Não havia nada de anormal, quando de repente ouvimos um som alto vindo de fora. Quando olhei pela janela avistei um monstro vindo em direção ao Vilarejo.