Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

Lança Líquida (PT-BR)

Capítulo 6 - Cuide da minha irmã

Capítulo 6 - Cuide da minha irmã

Mar 22, 2021

Uma mulher alta de cabelos pretos encaracolados surgiu entre os arbustos.

- Líder Ellen. - falaram e abaixaram as armas, curvando-se.

- Grupo 9, atenção à avaliação. - as outras abriam caminho por onde ela passava analisando a situação - Fogueira, 6… Localização, 8… - ela preenchia um papel, sem expressão no rosto - Barulho, 3. - tornou a olha-las - Há muito o que melhorar. Foquem-se, isso não é apenas uma aula, mas também uma missão e avaliação… Mas não posso culpá-las por estarem ansiosas, ainda mais uma iniciante em um time incompleto. - então, abriu um pequeno sorriso - Posso ajudá-las?

O grupo se olhou, despreparado. Então, olharam para Alseri, que engoliu seco e falou:

- O que devemos esperar para as próximas semanas?

- Pelas nossas estimativas, considerando que eles vão enviar quem estava na reunião próxima do deserto, reforços dos monstros devem chegar em uma ou duas semanas. Então vamos mudar a estratégia de defesa para procurar ativamente por uma pedra astral. - respondeu Ellen.

- E se não acharmos? - indagou Alseri.

- Isso é confidencial.

- … Os monstros realmente vão nos ajudar? - Alseri continuou, em voz baixa.

- Se eles realmente estão em busca de paz, de um ponto de vista tático, é do interesse deles nos ajudar e mostrar boa fé. - então Ellen olhou para o céu, parcialmente escondido pelo topo das árvores e nuvens - Mas se você quer saber se eu, pessoalmente, acredito neles… - ela cruzou os braços e olhou para cada uma delas - Eu sou velha o suficiente para olhar para as lutas do passado e querer que isso seja verdade. E eu sou velha o suficiente para olhar para as lutas do passado e duvidar se elas vão acabar assim tão fácil.

- Por causa dos monstros? - Greneva perguntou dessa vez.

- Por causa de ambos. - Ellen corrigiu.

Um silêncio desconfortável começou a se estabelecer. Ellen começou a guardar as anotações e falar:

- Os monstros podem ter o foco agora no deserto, não na nossa região, mas agora outras cidades já sabem que pedimos ajuda deles e estão observando a situação para avaliar as intenções deles. Eu não posso dizer para vocês não se preocuparem, mas… Mesmo que não seja sincero, eles devem se sentir forçados a ajudar por agora.

- Observam, mas não nos aju—

- Obrigada pela informação, líder. - Alseri interrompeu Greneva e curvou-se, seguida das outras.

- Bom trabalho hoje. - virou-se e acenou em despedida com a mão, porém logo tornou a olhá-las - Ah. Meila e Greneva, vocês receberam uma carta de suas famílias. Vão recebê-las assim que terminarem essa rota. - acenou novamente.

Meila tornou-se pálida. Curvou-se, rígida e tensa, junto com Greneva, enquanto Ellen desaparecia em meio às árvores.

– Oh, ela foi legal com você. - Gwenny comentou para Greneva.

– Com o que?

- Ela obviamente fingiu não ouvir sua reclamação da realeza. Ela poderia ter te algemado imediatamente. - seu tom de voz estava entre um aviso e uma bronca - E você nem percebeu as indiretas? Bem, vamos continuar, - Alseri apagava o fogo - estamos quase lá.

O grupo completou a trilha sem surpresas e adentraram os portões da cidade, onde alguns poucos times já estavam esperando o retorno dos demais. Greneva ponderou sobre o que acontecera… Ela era aquele tipo de pessoa que não percebe atmosferas, não é mesmo? Ótimo, mais um defeito para arrumar.

Entregaram os mapas para um líder que já havia terminado sua rota e brevemente reportaram algumas observações. Tiveram então que esperar os times restantes voltarem e que se certificassem de que ninguém havia sido deixado para trás. Ao serem dispensados, Alseri ofereceu:

– Quer que eu te acompanhe ao correio?

– Obrigada, mas não precisa desviar o caminho, eu posso ir com a Meila. - Greneva disse.

– Eu acho que ela preferiria estar sozinha… - Alseri explicou, em um tom de voz mais baixo.

– Você tem razão. - disse, também diminuindo a voz, e olhou para Meila enquanto ela conversava com Gwenny a distância - Meila Mannah, huh? Ainda é um pouco incrível pensar que temos uma Mannah no nosso time.

– Ela não gostaria de ouvir isso. Mas tenho que concordar. - admitiu, também tornando a olhá-la.

Todos sabiam sobre os Mannah. Uma família de grandes magos importantes que sempre participavam de lutas contra os monstros em várias cidades e eram famosos principalmente pela alta taxa de sucesso em invadir as antigas torres formadas pelos monstros e derrubá-las. Seu símbolo era o Semaf, o cajado que Meila empunhava e que permitia que o seu dono, quando experiente o suficiente, pudesse usar as três magias naturais ao mesmo tempo. Aquele quem empunha o Semaf normalmente se torna o representante da família, mas… Há um longo tempo, a família perdeu o cajado em uma tentativa falha de derrubar uma torre em Icem. Não conseguiram recuperá-lo até a geração de Meila. Os detalhes a partir desse momento se tornam confusos e nada mais do que rumores, mas mesmo Meila carregando o Semaf não sabem se ela será a próxima representante da família ou não. Especulações sobre os motivos variam desde brigas internas até questionamentos sobre sua habilidade ou até se o Semaf atual é apenas um falso para salvar a família da irrelevância nos tempos atuais.

– É bastante pressão. - Greneva comentou.

– Nem me fale… - voltou a olhar para Greneva - Você quer que eu vá com você ou não?

– Eu— - Greneva percebeu que Meila saía, deixando Gwenny sozinha. Balançou a mão distraidamente para Alseri enquanto andava na direção da outra em um passo apertado - Não, vá para o nosso quarto mesmo. Eu preciso resolver alguns assuntos eu mesma. Obrigada.

– Hã? - Alseri tentou ver o que Greneva estava observando. - Ah, ok. Até mais, então. - retornou a despedida com a mão, mesmo percebendo que Greneva não veria.

Gwenny já havia terminado de arrumar seus itens e começaria a andar para os dormitórios quando ouviu um “espera!”. Virando-se na direção do som, viu Greneva aproximando-se.

– Ah, Ne, como’cê está? Precisa d’algo? - sorriu, prestativa.

– Oi, Gwenny. Sim, eu… - ela hesitou, começando a mexer em suas próprias mangas inquieta - Eu quero falar sobre… Bem…

– É sobre o seu irmão?

– Não, é sobre você. - ela viu Gwenny corar, e levantou as mãos defensivamente - Não, não desse jeito! É sobre, bem… - abaixou os braços e desviou o olhar - “Melhores amigas”? De onde veio isso?

– Alseri te diss’isso? - ela soltou uma risada envergonhada - Bem, eu ach’que estamos nos dando bem nos últimos meses.

– E a parte “de infância”?

– Hã? - ela também desviou o olhar - Alseri deve ter entendido errado, eu só diss’que nos conhecemos desd’a infância.

Greneva passou a olha-la novamente, braços cruzando. Alseri não era dessas. Gwenny então retornou o olhar, explicando:

– Respeito minh’amiga Alseri, mas conversa não é seu forte. E Meila tem seus próprios problemas. Eu pensei que’cê precisaria d’um ombro amigo, sabe?

– Por que a preocupação comigo?

– Você é parte da equipe. - disse, sorrindo.

– Não estou falando disso. Ou a equipe é motivo o suficiente?

– Não. - sua expressão tornou-se séria, sorriso sumido - Greneva, eu‘stava brava quando seu irmão me pediu para tomar conta de você.

– Ele pediu isso? - sentiu vergonha dominá-la.

– Sim. Eu tinha evitado pensar mal d’ocê por um bom tempo, até que alguém me disse p’ra eu me valorizar mais. E então seu irmão pediu aquilo esse ano. Mesmo sabendo’que aconteceu, eu só pude pensar “sério, aquela metida?”. - Greneva tentou falar algo, mas Gwenny continuou sem dar-lhe espaço - Ele disse que sabia qu’era um pedido egoísta, então eu disse apenas qu’tentaria. Mas aí eu vi você. E convivi com você.  E’u vi que a dor te mudou.

– O que você quer dizer?

– Eu te perdôo. - disse, colocando uma mão sobre o ombro da outra e sorrindo calorosamente.

– O quê? - recuou um passo, tirando a mão de Gwenny de si - Sério? Eu não sinto que fiz nada para merecer isso. Droga, eu nem pedi desculpas! Eu devia ter falado desculpas primeiro! - sentiu algumas lágrimas brotando e tentou enxugá-la com as mãos antes que caíssem.

Não. Não. Não. Por que isso estava acontecendo de novo? Um perdão sem merecimento é pior do que nunca ser perdoada.

– Você pode sempre trabalhar p’ra merecer o próprio perdão. - Gwenny confortou-a.

Greneva deixou as palavras da outra ecoarem em sua mente por alguns momentos. E então concluiu, voz ainda trêmula:

– Você tem razão.

– Você devia ir antes que o correio feche. Quer qu’eu te acompanhe?

– Não, obrigada. E… - inspirou e exalou profundamente- Desculpe. E, se você precisar qualquer ajuda e não conseguir me achar, saiba que eu gosto de ficar na costa perto do colégio.

– Ess’é um bom primeiro passo. - disse, com uma voz mais aguda.

– Obri— Ei, você está me tratando como seus irmãozinhos?

– Hahah, você me pegou. É o único jeito qu’eu sei cuidar d’alguém! - se explicou.

– Eu não sou uma criança! - reclamou, rindo - Bem, até mais! - Greneva partiu para o correio, vendo Gwenny acenando em despedida atrás de si.

Noahdorinko
Noah Dorinko

Creator

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 43.2k likes

  • Silence | book 2

    Recommendation

    Silence | book 2

    LGBTQ+ 32.2k likes

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 75.1k likes

  • Mariposas

    Recommendation

    Mariposas

    Slice of life 220 likes

  • The Sum of our Parts

    Recommendation

    The Sum of our Parts

    BL 8.6k likes

  • Siena (Forestfolk, Book 1)

    Recommendation

    Siena (Forestfolk, Book 1)

    Fantasy 8.3k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

Lança Líquida (PT-BR)
Lança Líquida (PT-BR)

2.8k views10 subscribers

Greneva é uma jovem guerreira no início de uma carreira que ela nunca quis em um mundo em que humanos de seu continente recentemente entraram em um tratado de paz com monstros, criaturas que precisam se alimentar de humanos para sobreviver. Entretanto, dias de paz estão longe de sua realidade em uma cidade isolada em que animais dóceis tornaram-se violentos.
Assombrada pelos fantasmas de seu passado, Greneva pergunta-se sobre seu destino e seu papel em tal mundo.

tw: sangue, menções de suicídio, mortes, violência.
Subscribe

52 episodes

Capítulo 6 - Cuide da minha irmã

Capítulo 6 - Cuide da minha irmã

99 views 0 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
0
0
Prev
Next