— Mas me diz, temos poucas informações sobre eles nos livros e num conhecimento geral também. São descritos como humanóides altos de braços longos e que usam crânios na cabeça e eram acompanhados de uma espécie de cães. Porém doutora, a senhora anunciou na entrevista onde disse que começaria os estudos há cinco anos, que acreditava ter um tipo de liderança e que aqueles que devastaram Neo Kosmo eram apenas a linha de frente, certo?
— A onde quer chegar, Gapear? — Perguntava a professora desconfiada.
— Eu vi doutora, eu vi um monstro enorme, muito maior que os que invadiram Neo Kosmo, ele tinha uma aparência brutal e uma presença esmagadora, usava não só na cabeça mas no corpo todo, uma armadura de ossos, lembrava muito um ogro, fora os quatro braços que ele tinha. E não tem nada assim nos livros. Ele estava gritando como se tivesse ordenando os inúmeros soldados que devastavam Sagnara sem esforço algum com um poder descomunal.
A professora arregalava os olhos um pouco.
— Como assim você viu?
— Eu de repente tive essas imagens na minha cabeça, deles invadindo, desse 'monstrão'. E o mais surreal é que a sensação é de como se fosse uma lembrança, eu sentia um medo como se eles estivessem na minha frente. O que quero dizer, que isso que eu te contei seja o que for, é familiar para você, doutora?
— Nas únicas gravações registradas da nossa fuga de Neo Kosmo, ignorando todo o desespero, era possível ver que eles tinham um padrão de ataque e nenhum líder, poderia ser equivocado somente com nossos poucos materiais? Sim, mas deduzimos que não tinha um líder ali, e começamos a pensar em como eles eram selvagens e primitivos quando se tratava de destruir, e que quem os liderasse, seria no mínimo mais bruto do que eles. E ao mesmo tempo estudávamos de onde vieram, como vieram, sua hierarquia, costumes e... você me aparece assim, descrevendo meu sigiloso estudo de cinco anos como uma lembrança. — A professora senta e cruza as mãos.
Gape fica perplexo.
— Eu não sei o que essas visões podem significar e por isso vim perguntar para a senhora. Mas eu estou mais confuso. — Gape abaixa a cabeça.
— Depois de anos de tratamentos que não deram resultado, você simplesmente "lembrou" de algo assim?
— É... eu também não tô acreditando muito.
— Mas eu tô, não tinha como alguém saber desses estudos, você nem sabe o sigilo que eu usei pra começar isso, pra não cair em mãos erradas. Em todo caso, tem como eu saber se você teve uma lembrança ou de alguma forma acessou meus arquivos.
— Claro, sem problemas. — Gape acena com a cabeça sinalizando um sim.
Os dois levantam de suas cadeiras.

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