— Fala sério, eles realmente queriam manter o orgulho e depois punir quem usasse a autoridade de emergência, e não cogitaram que isso provavelmente geraria uma revolta? Digo, Lácia seria como Jesus sendo crucificado pelos romanos, se nós fizéssemos isso. É bem óbvio que a população iria perder a cabeça. — Dizia um homem misterioso olhando pela janela de seu grande prédio, para o avermelhado do céu.
— Ah, você sabe como são aqueles velhos, por estarem tanto tempo na organização, acham que mandam na gente que entramos recentemente. Mas mesmo que fizessem isso, nós contornariamos, afinal, nós possuímos o poderio da tecnologia, a população, não. — Dizia outro sentado num sofá de braços cruzados.
— Bem, a corporação Yollivister, por ser uma empresa privada, associada ao governo, eles ainda detêm poderio da tecnologia produzida por eles, e convenhamos, logo logo, eles representarão uma ameaça. — Acrescentava outro sentado de maneira mais relaxada ao lado do outro homem.
— É, você tem razão, mas por ora, vamos deixar a Lácia agir, afinal, até nós corremos risco. — O homem que estava na janela ria. — Afinal, olha a porcaria daquele brasão estampado no céu.
...
Oceano de Sagnara — Região da antiga Base 72
— Senhor, não sabemos o motivo, mas podemos chegar perto do portal. Ele não nos distancia mais como era no objeto. A missão de resgate do comandante pode ser um sucesso. — Dizia o copiloto do Jato. A aeronave estava a cerca de 1km de distância do portal, havia "estacionado", estava estabilizada no ar.
— Provavelmente é porque toda essa energia se expandiu numa escala gigantesca, e não está mais num objeto de um metro de diâmetro. — Argumentava Thálita ao ouvir o copiloto.
— Certo, Jhonnie, já que não temos coordenadas, porque possivelmente a pulseira do Levi quebrou, eu quero que você analise qualquer sensação térmica vinda lá de dentro, use o código genético dele para filtrar a busca. — Pedia o Vice-comandante.
— Ok, Sir.
O Vice-comandante se levantava de seu assento, clicava na pulseira em seu pulso, logo se materializava uma espécie de traje de mergulho, a equipe de elite que estavam logo atrás de seu banco, fazem o mesmo.
— Sinais requisitados foram encontrados, o Comandante Levi se encontra a quarenta metros de profundidade neste local — Aparecia uma tela com a localização na face do capacete do traje dos soldados. — Logo, por estar sem equipamentos, seus pulmões devem estar se atrofiando, ele também se encontra com um objeto desconhecido em sua perna, contribuindo para afundá-lo, estimo três minutos no máximo para a reanimação não ser eficaz após o resgatá-lo. — Explicava Jhonnie.
— Certo, ainda bem que o Super Jato possui a capacidade de voar a doze mil km por hora, chegar aqui levou menos de dez minutos. Você não vai ir tão cedo assim, Levi. Homens! Vamos! — Dizia o Vice-comandante pensando alto e logo após chamando seus homens.
A equipe inteira pulava de bico em direção ao mar, estavam a cerca de 10 metros da água turbulenta. E eles mergulham rapidamente ativando seus propulsores na sola do pé e canela do traje.
— Mônica, quero relatório do estado físico do portal. Podemos ter acesso a estatísticas internas do mesmo? — Perguntava Thálita, clicando na sua pulseira.
— Não temos, apenas o já informado, só sabemos que é um grande painel de energia estável, sem qualquer instabilidade atualmente, nossos satélites não conseguem penetrar essa energia. — Respondia Mônica.
— Droga! — Exclamava Mônica.
Gape estava mexendo os dedos das mãos juntos, com um semblante preocupado, quando de repente, ele sente o corpo dele todo arrepiar numa sensação assustadora, de medo. Como se tivesse acabado de levar um leve choque, os pelos de seus braços e pescoço estavam todos arrepiados.
— Argh! — Ele começava a suar muito. — Thálita... É agora, eu tô sentindo... precisamos sair daqui... — Dizia ofegante.
— Merda, toma, bebe um pouco de água, meu bem. — Thálita entragava uma garrafinha de água a Gape e levantava de seu assento. Ele toma a água.
— Môni-
— Neste instante, senhorita, apresenta uma anomalia. Exatamente na nossa direção, há uma anomalia de sete metros de altura e um de largura, aproximadamente, não tem como saber o que fará. — Mônica cortava Thálita, com informações imediatas. Thálita arregala os olhos. — Transmita imagens.
Do portal, da região onde Mônica citou, começava a tremer, uma luz branca se destacava ali no meio da vermelhidão do portal. E inopinadamente, uma criatura alta, magra, forte, quatro braços, trajada numa armadura de ossos, com um crânio de um animal desconhecido na cabeça, atravessa o portal andando numa espécie de prancha espelhada, com uma criatura menor ao seu lado, andando a quatro patas. A presença desses dois era extremamente esmagadora. O mar começava a ficar mais agitado que o normal. Todos no Jato, assistiam esse fato pela transmissão de Thálita.
— Puta merda... — Exclamava Jackes incrédula.
— Nem ferrando... — Exclamava Vamira também incrédula.
Gape e Kirby expressavam reações de preocupação extrema, suando muito.
— Isso tem sete metros, é muito grande! — Dizia Thálita, tremendo.
— Veja pai, estamos na Terra mesmo... então esse é o planeta de origem deles... eu não poderia estar mais furioso, não houve uma raça que havia conseguido fugir de nós, mas vocês conseguiram nos fazer passar essa vergonha... — Dizia a criatura em uma língua desconhecida, com uma voz extremamente assustadora, com a sua feição expressando uma extrema raiva. E assim ela levantava a mão de seu braço superior esquerdo com o punho cerrado na direção do Jato.
Nesse instante, a equipe inteira do Vice-comandante retornam a superfície do mar, com Levi desacordado em uma bolha. Todos na mesma hora, fitam a criatura ali, a presença dela era poderosa demais.
— E não há redenção, é apenas submissão, vermes! — Terminava a criatura, falando em português, num tom de extremo ódio. Fechando ainda mais o punho, de maneira que a sua mão jorrava sangue.
E nesse mesmo momento, uma pressão de ar era lançada numa força tremenda. O Jato se desestabilizava e era arremessado para muito longe, todos os soldados e o Vice-comandante também, eles eram jogados para o ar bruscamente. O mar se abria com a pressão do vento que aquela criatura havia emitido.
— Como são frágeis... piores que merda... — Dizia num tom de extremo nojo e desprezo.
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