— AAAAAAAAAH! — Um soldado estava descarregando seu pente em um alienígena, um garoto estava atrás dele com sua irmã. O alienígena de nada sentia, se aproximava cada vez mais do soldado. Os três iam ser mortos.
De repente, no momento que o alienígena levantou sua mão, um carro-forte o atingia, ele é lançado para um prédio. Após acertar em cheio, a janela direita da frente se abre.
— Richard, vamos! Praticamente todas as bases de segurança se foram! Temos que caçar alguma, de pressa! — Gritava o homem que dirigia para o soldado que estava com as duas crianças.
O soldado coloca as duas crianças no carro rapidamente. Ele entra. O carro sai disparado.
— Como tá do seu lado, Golias? — Perguntava o soldado que estava com as crianças, seu nome era Richard, ao homem que dirigia, com nome de Golias.
— Péssimo, por onde eu ando eu vejo sangue e tripas, irmão! Meu esquadrão inteiro morreu, os outros vinte que estavam aqui em Sagnara também, foram massacrados... morreram da pior forma possível. — Golias manobrava o carro.
— Meu Deus... Não sei se vamos encontrar uma base... — Richard fazia uma feição apreensiva.
— Se não acharmos, faremos que nem muitas pessoas fizeram, vamos de carro mesmo para algum lugar longe das Cúpulas que está sendo o foco...
As duas crianças choravam em silêncio. Richard olhava o semblante daqueles dois.
"Meu Deus, me permita sair daqui, com essas crianças, eu quero ver meus filhos, nos guarde desse mal, desses demônios", rogava Richard em sua mente de olhos fechados com as mãos juntas.
PROSH!
A serpente flamejante é lançada ao chão e esmaga o carro onde Richard e Golias estavam, junto com inúmeros prédios, e abre uma enorme cratera no chão. Seu fogo se apaga, ela estava sangrando muito. Estava morta.
— Você me deu trabalho, eu admito... obrigado pelo entretenimento, eu não teria prazer em esmagar criaturas tão patéticas quanto os humanos, eu deixo isso para os soldados... — Dizia o monarca tirando sua arcaica espada que estava fincada no queixo da serpente. Falava em sua língua.
— Meu sikdur, como está o processo de alocação dos extratores? — O monarca colocava a mão no ouvido.
— Então seja mais rápido, quero que até o amanhecer estejamos extraindo recursos. — O monarca revidava ao ouvir a resposta de seu criado, que chamava de sikdur.
...
Cúpula de Goglocko — 04:56 AM
"O sol em breve vai surgir, a atmosfera ficará pior para mim, preciso bater em retirada", pensa a salamandra. Ela estava em cima de vários prédios, olhando para os soldados de elite no chão. Estava ferida, mas se movendo livremente.
— Aquilo é resistente demais. — Dizia o alienígena de pele esverdeada com duas espadas.
— E se o objetivo era atrasar nossas tropas e ajudar na fuga dos humanos, também conseguiu. — Respondia Salátanos.
— Não se incomode com isso, não existe lugar para fugir nesse planeta pequeno, vamos encontrá-los. — Respondia o alienígena de pele avermelhada que segurava sua enorme lança.
Conversavam em sua língua. Ambos estavam olhando a salamandra.
"A conexão... a conexão com Éxo... desapareceu...", a salamandra pensava arregalando os olhos.
Um flash de luz saía de Goglocko para Epanastatio.
"Eczar, precisamos bater em retirada, Éxo morreu e o sol está nascendo!"
"Eu sei, que droga, os humanos daqui estão terminando de fugir agora, assim que eu não ver mais nenhum, eu me retiro, pode ir"
A salamandra num momento estava em cima dos prédios, no outro, não estava mais. Assim que sumia, como delay de raio e trovão, os prédios quebravam e um poderoso vento formava um redemoinho.
— Ah, mas não vai, não! — O alienígena com espadas preparava as pernas para pular.
— Jaksi, esqueça, temos que dar cobertura para a equipe dos extratores. Você sabe, é lei. — Alertava Salátanos segurando o ombro do companheiro.
...
Em uma caverna em algum lugar.
Essa caverna tinha um imenso lago no meio que levava ao mar, muito rochosa e quente, várias poças de magma, pedras magmáticas.
"Mataram ele... mataram minha criança, Karcharías...", dizia em pensamento uma criatura similar a falecida serpente flamejante, que entre seus semelhantes, era chamada de Éxo, no entanto, essa criatura possuía escamas muito mais rústicas e afiadas, vários chifres, e asas como se fossem barbatanas. Estava nas rochas olhando a outra criatura que estava na beira do lago da caverna. Uma espécie de crocodilo com características de tubarão e de baleia.
"Eu sei... Eczar acaba de me avisar. Meus pêsames, Kôdraco, eu sei como é perder um filho....", respondia o crocodilo que estava na beira d'água, por pensamento também. Essas criaturas possuíam a habilidade de se comunicar por pensamentos através do envio de informações pela luz, mesmo não sendo da mesma raça.
"Em dois anos Karcharías... em dois anos eu vou poder ir a superfície, meu corpo já vai ter acostumado o suficiente para resistir a atmosfera rarefeita da superfície... e quando esse dia chegar... eu vou vingar meu filho..."
Karcharías fechava os olhos em silêncio.
"Vamos buscar seus filhos", dizia Kôdraco indo em direção ao lago onde Karcharías estava a beira. Ambos mergulham.
...
Cúpula de Epanastatio 05:02 AM
"Certo, fiz o que podia, alguns humanos estão terminando de evacuar ainda, porém não posso ficar mais", o crocodilo que estava no meio da rua, com inúmeros soldados alienígenas se aproximando rapidamente, sumia assim como a salamandra, como raio e trovão. Uma onda de poeira afasta os soldados.
O crocodilo a cada aparição seguindo seu caminho, era uma cratera no chão pegando impulso, ele fazia isso para chegar rapidamente ao mar, onde sua velocidade era o dobro em vantagem.
...
BASE MÓVEL DE SAGNARA (CORP. YOLLIVSTER) EM DIREÇÃO A ALGUMA BASE MILITAR —05:34 AM
— Jhonnie, me atualize a respeito das aparições dos Aquópodes e do Flamêpode, nas três Cúpulas. — Pedia o Mago sentado em uma cadeira, numa mesa de frente com Lácia. Acabava de colocar uma pulseira nova. — E você Lácia, me atualize sobre tudo, meu resgate foi danoso para você ou para meus homens?
— Brastos morreu, Levi. — Dizia Lácia de maneira direta e seca com semblante baixo. O Mago arregalava um pouco os olhos.
— Então, ele não seguiu o protocolo... priorizou a mim nessa crise... droga... — O Mago afiava os olhos, ia chorar, mas limpa os olhos com a mão. — Eu fui arremessado ao mar quando o portal eclodiu, eu acredito...
— Exatamente, e aí, alguns minutos depois, Thálita, meu genro e minha equipe juntamente com Brastos e sua equipe, chegaram no local... só foi possível te salvar porque Brastos agiu rapidamente. E depois disso foi só ladeira, eu desesperada com tudo aqui na Cúpula, ativando bases de segurança, solicitando apoio das autoridades locais, bombeiros, policiais, soldados do seu quartel, coordenando uma fuga, e mesmo assim morreram pessoas. Nesse momento tem pessoas sendo mort...
— Lácia... você agiu bem, ponto. Não tem culpa em nada. Pense nas vidas que salvou. — Cortava Levi ao ouvir o desabafo de Lácia.
Lácia fazia um "sim" franzindo o rosto.
— Bem, assim que te tiraram na água, antes mesmo de embarcarem no Jato, saiu um alienígena do portal, e de algum jeito lançou vocês todos para a costa.
— Calma, ele lançou a gente por mil e quatrocentos quilômetros até a costa de Sagnara? — Mago estava incrédulo.
— Sim, só ficaram vivos graças as bolhas de proteção dos soldados, que inclusive, Brastos deu a dele para salvar minha equipe e então foi dilacerado seja lá pelo que aquele alienígena usou para lançar vocês, junto com os pilotos e o Super Jato.
— Meu Deus, com o que estamos lidando?... — O Mago estava um pouco assustado com aquilo tudo. — E não temos nem tempo de ficar de luto...
— Pois é... na minha equipe morreu uma garota, Jackes, de vinte e quatro anos, Levi, era como minha filha... — Contava Lácia com os olhos marejados. — Por um momento eu achei que tinha perdido a Thálita... eu... é muita pressão, é muita coisa, isso tá me deixando louca!
O Mago pegava na mão de Lácia, apertava.
— Lácia, você é a mulher mais forte que eu já conheci, você vai lidar com isso de bo...
— Eu não sou mais, Levi... — Cortava Lácia. — O tempo muda as pessoas, situações também, eu nunca fiquei tão vulnerável quanto eu fiquei quando você me deixou, mas claro, eu tô muito bem agora, só não sou a mesma de antes... — Lácia secava os olhos, soltava a mão do Mago.
O Mago fechava o rosto ficando em silêncio.
— Você não vai contar, não é? Mesmo que eu te pergunte, você não vai me dizer como você sabia dessa invasão ou até mesmo o que te levou a me abandonar... não é? — Lácia questionava determinada.
— Eu... não posso, Lácia.
— Mas contou...
— Como assim? — O Mago olhava surpreso pra Lácia.
— Eu não havia chegado a te perguntar sobre isso ainda, sobre seu instinto que parecia que sabia do futuro, como você sabia o que fazer e onde, mas você negou como se eu houvesse chegado, e você nunca confirmou se foi um motivo externo que te fez tomar a decisão de me cortar da sua vida. — Lácia argumentava com uma ótima dicção, como se tivesse treinado para esse momento.
— É... você me pegou... — O Mago ria. — Eu vou te contar tudo, Lácia, é o que eu mais quero, porém, ainda não, eu ainda não posso.
— Sei... Levi, na verdade... eu quero aproveitar essa conversa para acabar com isso, pois fica parecendo que eu ainda estou afim de você e você age muito íntimo de mim, eu não acho isso legal, eu sou casada e tenho uma filha... você é passado, não quero mais saber da sua vida, não guardo rancor nem nada, só quero que... sejamos amigos, sem essa intimidade, sem passado voltando a tona, só... amigos.
O Mago abaixava a cabeça para trás. Ele ria.
— Sim... é, me desculpe... eu devia ter parado com isso há muito tempo, é só que, perto de você eu volto a me sentir jovem de novo.
— Os Aquópodes e o Flamêpode vieram do mar, região do Triângulo das Bermudas, se espalharam depois que deixaram a água. O local vem apresentando abalos sísmicos de baixos níveis e aumentando gradativamente há alguns dias. Chegaram pela madrugada em cada Cúpula, os Aquópodes chegaram primeiro obviamente, mas o Flamêpode chegou mais rápido do que esperado em Sagnara. Por agora ao nascer do sol, pelas câmeras da cidade foi possível ver o Flamêpode caído na avenida principal, sem vida. Os Aquópodes deixaram as Cúpulas há pelo menos vinte minutos. — Contava Jhonnie, após preparar o relatório.
— Cara, então lá é mesmo uma passagem. — O Mago pensava alto ao ouvir o relatório.
— Então, senhor Mago Moderno, das criaturas de Neo Kosmo, eu preciso saber. — Dizia Lácia num tom provocativo.
— Sim, sim, escuta. — O Mago se virava para ficar frente a frente com Lácia, ele estava com a cadeira virada. — Eu tenho investigado o conselho tem um bom tempo já, de alguma forma, algum membro fundador deles trouxe o dna de algumas criaturas de Neo Kosmo, eu tinha descoberto sobre o Flamêpode mas não sobre os Aquópodes, estava bem limitado. Eles queriam uma espécie de garantia ao poder, como se quisessem impor um governo mais restritivo e focado neles, pelo que entendi.
— Levi, você pode ser preso... — Dizia Lácia surpresa.
— Eu sei, mas não se eu tomar o poder antes...
Lácia arregalava os olhos. Ela ficava surpresa com a resposta extrema de Levi.
— Enfim, o motivo de terem trazido essas criaturas, foi porque nossas armas não faziam dano a elas, e que quando Neo Kosmo foi atacada, elas levaram a melhor contra os alienígenas, o que deu tempo para nós fugirmos, então estava mais que estabelecido que elas eram criaturas poderosíssimas. Mas obviamente não conseguiriam sobreviver na nossa atmosfera, então recentemente descobri um ecossistema subterrâneo, Lácia, um ecossistema. — O Mago estava determinado.
— Você tá me dizendo que existe um um mundo abaixo do nosso, onde as criaturas de Neo Kosmo conseguiram sobreviver?
— Sim, e o Triângulo das Bermudas é a "passagem". — O Mago fazia aspas com os dedos. — Aparentemente lá é um precipício profundo que liga os dois mundos. Eu não tinha conseguido informações sobre os Aquópodes, mas vieram do mesmo local.
— Mas ainda não faz sentido, se elas não eram resistentes a nossa atmosfera porque conseguiram ficar tanto tempo nas Cúpulas? — Lácia estava duvidosa.
— Mas não mais que isso, assim que o sol nasceu, elas se foram, bem, pelo menos as que viveram. Elas não iriam parar só porque o sol apareceu se suportassem mais, entende?
— Entendo...
— O que me indaga, é de que maneira o conselho pretende usá-las, o histórico dessas espécies com a nossa raça é de amizade, foi conflituoso no começo, mas, nos dois milênios que vivemos lá, foi amigável, mais que o próprio cachorro, isso foi para o dna delas, eu creio que elas não possam fazer mal a nós, mas claro, não podemos contar com isso. — Se questionava o Mago.
— Cara, que loucura, Levi... eu espero que o conselho não faça nenhuma bobagem no meio dessa crise...
— Eu não vou deixar, eles podem me caçar, aqueles malditos acham que são donos do mundo. Não vou deixar eles se apossarem dessas criaturas puras. — O Mago dizia determinado.
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