Há muito tempo enfrento esses demônios que me empurram pra fora de mim mesmo, me deixando dormente em relação ao que seria eu. Desde os 14 eu queria que meu cérebro parasse. Queria parar de pensar demais no que viria a seguir, no que fazer. Queria parar de me colocar em objetivos e querer ser grande em tudo. Desde que me entendo por gente queria parar de ter medo de situações incomuns. Queria parar de ter medo da atenção que nunca recebi. Desde os 16, me perguntava porque me sentia tão sozinho, mesmo cercado de gente. Me perguntava porquê passei a me importar tanto com a opinião dos outros. Me perguntava porquê eu sentia tanto ódio o tempo todo e porque não conseguia me identificar com ninguém. Me perguntava porquê tentava me encaixar em padrões que não foram feitos pra mim em primeiro plano. Me perguntava porquê o vazio no meu peito se preenchia e porquê a vontade de quebrar o hábito nunca ia embora.
Vinha pra cá escrever sempre que algo me incomodava ou me tocava de alguma forma. Há muito perdi esse hábito que considerei um alívio durante longo tempo. Me desconectei dessa minha parte e fingi que ela nunca existiu, achando que se fugisse de mim mesmo as coisas melhorariam. Me fiz acreditar que era alguém que nunca fui e acabei me perdendo dentro dessas personas. Apesar de tudo, sou todas elas e mais o pouco que vim escondendo desde então.
Sou horrível em conclusões, mas elas são um mal necessário. Talvez essa seja a última parte do que chamei de Dentro da Minha Mente e Além (ou DMMA) por mais de um ano. Depois de ler todos eles mais uma vez - depois de quase um ano sem qualquer tipo de contato - percebi muitos padrões na maneira que me sentia antes relacionada à maneira que me sinto agora. Durante muito tempo tive medo de ter perdido minha personalidade e não sabia quando isso tudo tinha começado, sem saber que procurei por todos os lados, menos dentro de mim mesmo.
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