Leo fica em guarda e fala

-Não resista, eu não quero ter que machucá-lo, mas o farei se necessário.

Sapere caminha nervoso na direção do Leo.

-Humpf! Você me pede para que eu vá calmamente para minha execução? E ainda levando a minha neta junto para a morte?!

Leo

-Eu não queria que chegasse a esse ponto, mas eu tenho certeza que podemos barganhar pelo seu perdão para o rei.

Sapere

-Nós dois sabemos que é tarde demais para isso.

Leo

-Se pelo menos ela nunca tivesse nascido…

Sapere dá um soco de direita no Leo.

-Pare de culpar uma criança pela nossa própria fraqueza!

Leo bloqueia o soco com o braço.

-Se ela não tivesse nascido o meu irmão ainda estaria aqui!

Sapere acerta um soco de esquerda no rosto do Leo.

-Esse pensamento não leva a lugar nenhum!

Sapere acerta uma sequência de socos contra Leo.

-Se não fosse pelas leis deste império! Se não fosse pelos inferiores!

Leo começa a cair para trás com o impacto dos golpes.

Sapere

-Se não fosse por aquele assassino desprezível! Se não fosse por aqueles inferiores!

Sapere fala ao dar um último soco já quase sem ar.

-Ficar pensando "e se" não adianta de nada.

Leo tende para trás mas consegue se manter de pé apesar dos impactos.

Sapere tenta recuar para recuperar o seu fôlego, mas Leo joga o seu corpo para frente e acerta uma cabeçada contra Sapere.

Leo agarra Sapere e berra.

-Eu sei! É por isso que eu segui em frente e trabalhei para recuperar a honra da família! O título que perdemos!

Sapere

-Por isso você sacrifica sua família?! Por um mero título?!

Leo

-Se não fosse por mim, você e aquela maldita criança que você tanto protege estariam vivendo no inferno agora!

Sapere berra enquanto acerta uma cabeça esmagando o nariz do Leo.

-AQUI É O VERDADEIRO INFERNO!

Leo acaba soltando Sapere e recua alguns passos para trás tentando não cair. Após se equilibrar ele abre suas asas.

Leo fala com o rosto escorrendo sangue.

-Vamos resolver isso de uma vez.

Sapere em seguida também abre as asas e começa a voar com uma certa dificuldade.

Leo

-Então elas ainda funcionam.

Sapere

-Heh…

Leo fica em silêncio.

(Flashback)

Mostra o Leo jovem e seu irmão ao lado.

Eles brincam enquanto voam pelo céu.

Sapere

-Foco! Estamos no meio do treino!

O irmão de Leo responde enquanto voa com as mãos atrás da cabeça em uma pose desleixada.

-Precisamos treinar mesmo?

Leo

-O que você está dizendo?! Agora é a nossa chance de derrotar ele!

O Leo jovem avança contra o Sapere.

Leo

-Hoje eu te venço, velhote!

Mostra o Leo jovem avançando para acertar um soco no Sapere.

Mostra o Leo adulto repetindo o movimento.

Mostra o Sapere no flashback bloqueando facilmente o soco de Leo com o braço.

O Leo jovem recua com um bater de asas.

Sapere

-Quantas vezes eu preciso dizer?!

O Sapere jovem agarra a ponta das asas do Leo.

Sapere

-As asas são a parte mais frágil do seu corpo, então…

Sapere puxa o Leo jovem para perto pelas asas e acerta um chute no queixo do mesmo.

Sapere

-Então todos vão mirar nelas idiota!

(De volta)

Mostra o Sapere velho desviando do soco do Leo enquanto bate suas asas.

Leo então agarra a asa de seu pai e a quebra com as próprias mãos.

Sapere urra de dor.

Leo então finaliza com um forte soco contra a mandíbula de Sapere que começa a cair.

(Flashback)

Mostra o Leo jovem sendo arremessado pelo chute.

Leo dá um sorriso com os dentes cerrados.

Mostra o irmão do Leo bem atrás do Sapere.

Sapere é pego de surpresa, ele se vira rapidamente mas não consegue reagir a tempo e acaba recebendo um chute no peito.

Os dois começam a comemorar.

Irmão do Leo

-Conseguimos!

Leo

-Derrotamos o velhote!

(De volta).

Mostra o Sapere caído no chão com a asa quebrada

Leo o encara por cima com um olhar triste enquanto se aproxima, pousando lentamente.

(Flashback)

Mostra Sapere acertando um soco na cabeça dos dois.

Sapere

-Não comemorem por terem acertado o seu pai moleques!

(De volta)

Ao pousar, Leo se ajoelha no chão próximo a Sapere.

Leo

-Desculpe, pai…

Subitamente, Leo é acertado por um forte chute no rosto.

Leo cai para trás.

Mostra a Caelum toda machucada berrando.

-Sapere! Sapere!

Apesar dos gritos, Sapere continua inconsciente caído no chão.

Caelum então ergue o corpo de Sapere e o prende a um pegasus.

Caelum monta no Libertatem enquanto segura uma longa corda amarrada ao outro pégaso, para guiá-lo e mantê-lo próximo.

Os pegasus abrem suas asas e começam a voar para fora da ilha 

Mostra o Leo no chão, quase desmaiando.

Leo então vê Caelum e Sapere fugindo, reunindo suas últimas energias ele pega uma arma de fogo rústica de sua cintura e mira neles.

Mostra diretamente a nuca da Caelum.

Leo estava prestes a atirar mas sua visão embaça, ele atira mesmo assim e depois desmaia.

A bala acerta a asa do Libertatem.

Caelum

-Que?!

Libertatem começa a voar com dificuldade devido a asa ferida.

Caelum segura a rédea e com outra mão a corda ligada ao outro pegasus que leva Sapere.

Caelum

-Aguente, só mais um pouco Sapere!

Libertatem começa a cair puxando o outro pegasus consigo.

Mostra Zarco dormindo em uma cama.

Zarco acorda.

Zarco

-Onde... Onde eu estou?

Uma voz feminina fala com um tom empolgado.

-Você finalmente acordou!

Zarco olha para o lado e vê um braço musculoso.

Zarco se espanta.

-Hã?!

Ele vê uma jovem musculosa o encarando gentilmente.

-Calma, calma, você está seguro.

Entra o assassino que havia salvado o Zarco, ele se escora na porta e fala. 

-Se não fosse pelo trabalho que eu tive salvando você, eu poderia ter matado mais anjos…

A mulher então fala em um tom irritado.

-O que nós já conversamos sobre essa história de matar anjos?!

Assassino

-Que não é legal me arriscar sozinho só pra ir matar aquela escória imunda…

Mulher

-Daí você vai e faz o que?!

Assassino

-Vou lá sozinho pra matar a escória imunda…

Mulher

-Sinceramente, você não tem jeito! Primeiro você começou a atacar patrulhas inteiras sozinho e agora vai ficar invadindo a capital arriscando um dos nossos únicos pegasus!

Assassino

-Foi a primeira vez que eu invadi a capital! 

O assassino então fala enquanto faz aspas no ar.

-E se eu não tivesse feito isso, você não teria esse seu precioso paciente para ficar aí gastando horas a fio “salvando” a vida dele.

Mulher

-Ele estava quase morrendo quando você trouxe ele aqui! E pra que as aspas? Ficou com ciúmes foi?

Assassino

-Sim! Era para esse verme estar morto!

Mulher

-Ei! Odiar anjos tudo bem, mas um dos nossos não! Entendeu Morie?

Zarco começa a rir

-Morie…

“Morie” o encara com ódio nos olhos

-Para você é Morietur Sanguine.

Zarco

-Uau, calma aí Morie.

Morietur avança para fincar a lâmina presa em seu pulso na cara do Zarco.

A mulher segura firmemente o braço do Morietur e o encara com um olhar assustador.

Morietur

-Me solte, eu vou matar ele!

Ela acerta um soco na boca do estômago do Morietur.

Morietur fica no chão com a mão no estômago gemendo de dor.

A mulher então se vira para o Zarco com um sorriso meigo e diz.

-Desculpe, às vezes o Morie se empolga um pouco.

Zarco

-Ah, percebi, "um pouco”.

Zarco começa a olhar seus arredores e questiona

-Agora, só por curiosidade, onde é que eu tô?

Mulher

-No solo da ilha inferior, dentro do território da nossa colônia.

Morietur

-Na cama de um quartel, ferido, incapacitado e sem nenhuma esperança de fuga.

Zarco

-Ok, acho que entendi… e quem são vocês?

Mulher

-A missão colonizadora do império, vinda para povoar a ilha e trazer recursos ao nosso império.

Morietur

-O exército imperial que veio tomar essas terras e exterminar a escória que a habita.

Os dois falam juntos

-Nós somos os demônios!

Zarco os encara confuso.

-Hã?

FIM DO DÉCIMO CAPÍTULO.