Mostra o cômodo onde o Zarco estava junto de Morietur e a mulher musculosa.
Zarco fica os encarando com uma expressão confusa.
Mostra o Zarco com uma expressão de quem acabou de perceber algo, e logo em seguida ele começa a vasculhar suas roupas e bolsos.
Morietur
-Procurando seu cristal?
Zarco o encara surpreso e irritado.
Morietur
-Eu fiquei pensando, como alguém que eu nunca havia sequer visto nesta ilha conseguiu chegar até Utopia.
Morietur
-Mas aquela pequena maravilha explica tudo.
Zarco o encara com sangue nos olhos.
Mulher
-Ei, acalme-se, se irritar assim não vai fazer bem para a sua saúde.
Zarco
-Como que eu vou me acalmar depois de saber que fui roubado?!
Morietur
-Não foi um roubo, considere como um pagamento por ter salvo a sua vida.
Zarco
-Devolva!
Morietur
-Hã? Você não entende a situação em que está?
Morietur fala enquanto aponta o dedo para a cara do Zarco.
-Neste exato momento você está ocupando uma cama que podia ser usada por um dos nossos, nós gastamos tempo e recursos muito preciosos para você sobreviver, e que poderiam ter sido muito melhor gastos por falar nisso.
Morietur
-E tudo isso só porque NÓS sentimos pena e decidimos salvar sua vida patética, nos entregar aquela joia é o mínimo que você podia fazer.
Mulher
-Na verdade não foi NÓS, eu fiz todo o trabalho.
Morietur fica em silêncio e a encara, como um "leve" sinal de que não era a hora de falar aquilo.
A mulher ignora o sinal e fala.
-Você só trouxe ele aqui para saquear o corpo.
Morietur arregala os seus olhos e gesticula com o corpo inteiro mandando o mesmo sinal de maneira ainda mais óbvia.
Zarco pensamento
-Ótimo, fui roubado por um idiota.
Morietur olha para Zarco e recupera a compostura.
Morietur
-Enfim, eu não vim aqui por nada, sou uma pessoa ocupada e tenho assuntos a tratar com você.
Zarco
-Ah, então não veio aqui só pra esfregar na minha cara que me roubou.
Morietur
-Exatamente… digo! Eu já disse que não foi um roubo!
Zarco
-Aham, mija em mim e depois diz que tá chovendo.
Mulher
-Você tá perdendo o foco Morie.
Morietur
-Potentia, não me chame de Morie na frente dos outros…
Potentia
-Mas é tão fofo e bom de dizer, Morie.
Zarco dá uma enorme gargalhada.
Morietur
-Está rindo do que?!
Zarco
-De você.
Morietur
-O que?!
Zarco
-Ei não me interrompa, essa é a minha hora de parecer inteligente, me dê um tempo.
Morietur fala irritado
-Seu tempo acabou! Eu vou te matar aqui e agora!
Zarco
-Nah, não vai, afinal, você precisa de mim.
Morietur
-Pra quê?!
Zarco
-Para te explicar como o cristal funciona ue! Foi por isso que vocês gastaram os negócios preciosos cuidando de mim, né?
Potentia e Morietur ficam em silêncio.
Potentia suspira e fala.
-Você descobriu bem rápido heim.
Zarco
-Eu sou menos burro do que pareço.
Potentia
-De fato nós precisamos de suas informações, saber exatamente o que esse cristal faz e como ativá-lo pode dar a nós a vantagem que precisamos para vencer essa guerra.
Zarco
-Uhau, vocês realmente querem saber hein, o problema é que eu não quero falar sobre nada disso.
Potentia
-Era isso que eu temia, mas já que não tem outro jeito.
Morietur coloca a lâmina em seu pulso próxima ao olho do Zarco.
Zarco se espanta e tenta segurar os braços de Morietur enquanto tira o seu rosto da frente.
Potentia interrompe segurando os dois braços dele.
Antes que Zarco pudesse fazer qualquer outra coisa, Morietur usa seu outro braço para colocar mais uma lâmina contra ele, dessa vez, no seu pescoço, a ponta da lâmina encosta contra a sua garganta, uma gota de sangue escorre.
Morietur
-É melhor se acalmar e falar, ou você não vai perder só um olho.
Zarco fica assustado, e para de reagir.
Morietur afasta a lâmina do olho de Zarco mas mantém a próxima de seu pescoço.
-Melhor, agora fale.
Zarco
-Ok, ok… eu gostava mais de você quando tava matando meus inimigos e agindo como um idiota.
Morietur fala enquanto ergue a lâmina próxima do pescoço de Zarco.
-Essa não era a resposta que eu queria.
Zarco
-Ta! Um cara lá me deu esse cristal! Pronto, era isso que você queria ouvir?
Morietur
-Humpf, você acha que eu acreditaria em uma mentira dessas? Esses cristais possuem poderes inimagináveis, guerras foram travadas por eles, muito sangue derramado e incontáveis vidas perdidas… E você me diz que alguém simplesmente o entregaria como se fosse algo sem valor?!
Zarco
-Tá, ele não me entregou tecnicamente, eu meio que o tomei como minha posse.
Morietur
-Então você roubou?
Zarco
-Eh...
Morietur
-E depois eu sou o ladrão.
Zarco
-Você é.
Morietur
-Suas tentativas de me irritar são patéticas.
Zarco
-Então por que tu tá brabo?
Morietur
-Você vai me dizer como usar o cristal ou não?
Zarco
-Ou não.
Morietur
-Entrem.
Dois guardas entram na sala.
Morietur
-Levem ele até a prisão, vamos ver se ele vai estar mais disposto a dizer a verdade depois de um tempo lá.
Potentia solta os braços do Zarco.
Os guardas erguem o Zarco da cama e o levam, Zarco tenta se debater para se soltar, mas não tem força o suficiente e seus machucados o impedem de se mover direito.
Zarco
-ARGH! Me soltem! Eu não gosto de prisão!
Zarco sai da sala acompanhado dos guardas.
Morietur e Potentia ficam olhando enquanto o Zarco se esperneia tentando resistir.
Depois que ele sai, Morietur se vira para Potentia e diz.
-Bom trabalho segurando ele.
Potentia
-Não precisa agradecer, mas quando você vai interrogá-lo?
Morietur
-Hum… eu não sei ao certo, não posso deixar com o resto porque eles podem acabar estragando tudo, mas por outro lado vai ser um saco fazer ele falar.
Potentia
-Ele não parece do tipo que aguenta a dor.
Morietur
-Verdade, mas ele não é um anjo, logo não vai ser divertido ver ele sofrer.
Potentia
-E os outros dois?
Morietur
-Eu já terminei com o velho, mas…
Potentia
-Ainda não decidiu o que fazer com ela.
Morietur
-Um anjo sem asas ainda é um anjo, mas mesmo sabendo disso...
Potentia coloca os braços em volta de Morietur gentilmente.
-Leve todo o tempo que precisar.
Morietur fala olhando Potentia diretamente nos olhos.
-Não sei o que eu faria sem você.
Potentia o abraça, fortemente, e fala.
-Nem eu.
Morietur deixa escapar um leve gemido de dor.
Potentia
-Hum? O que foi?
Morietur sem ar, se segurando para aguentar a dor do abraço.
-N-nada…
FIM DO DÉCIMO PRIMEIRO CAPÍTULO
Comments (0)
See all