Uma cantoria começava em meio ao caos das ruas e das luzes fortes. Vinio cantava com uma voz errática, com notas sem tom ou inexistentes, abafadamente e torcida graças ao seu problema de respiração. Mas soava tão doce. Vick, o menor, cantava com dificuldade, graças a sua inexperiência. Algumas notas desafinavam e tremiam. Juntos, a música se tornava tão bela que fazia o caos, os erros e as luzes fortes, serem uma festa, dava a energia que todos precisavam para dançar, aplaudir e assoviar. Vinio cantava abaixou seu tom, dando à luz a Vick para cantar sua música errática. A combinação de sons e notas que ele produzia eram únicas, nunca se veria em outra pessoa além dele. Ele fez todos se arrepiarem com o controle de sua inexperiência evidente. Vick descia o tom de sua voz em quanto Vinio subia até onde podia, trazendo seus sons baixos e melancólicos, que puxava os ouvidos de todos a ele, fazendo sua voz ser o centro de todo o caos. Ele parava e respirava bastante, mas ao ritmo de Vick, que o guiava e subia a voz. Então, ao clímax da música, os dois cantaram juntos. Vinio descia um pouco sua voz, harmonizando os tons. Quem ouvia pulava do chão, e quem nem queria ouvir parava para ouvir a harmonia desta música, que juntava a melancolia com a felicidade. Os dois cantavam, e faziam a maior festa na cidade. Os casinos perderam seus focos, as luzes viraram luz de bailar e o público ajudava os irmãos com o necessário. Mas, infelizmente, tudo tem um fim, e os dois irmãos desceram cada vez mais a voz, fazendo um fim dramático e se calaram. Por fim, os dois irmãos se curvaram e agradeceram o público por os ouvirem, e todos começaram a gritar para mostrar suas alegrias aos dois irmãos, e então todos foram embora. Fazendo a festa só mais uma lembrança.