Lyle passou a tarde brincando com as garotas mas por algum motivo elas sumiam toda vez que ele as alcançava.
— Vocês aprenderam um belo truque. — disse Lyle ofegante.
Mesmo sem as ver Lyle ouvia suas vozes.
— Hahaha! o senhor Gabriel que nos ensinou. — respondeu.
— Por que ele ensinaria algo assim par vocês? - disse Lyle ainda ofegante
— Então você desiste? — respondeu Rilia
— Claro que não, vocês nunca me venceram no pega-pega!
Lyle sentou na grama e fechou os olhos.
— Não vale descansar Lyle. — disse Gilia
— Aqui! — Lyle pegou Gilia e Rilia pela camisa. — Eu ja sei que você está atrás de mim Lilia.
— Aaah, como você nos descobriu? — indagou Gilia emburrada
— Você podem sumir mas continuam com esse perfume doce.
— Assim não vale. — respondeu as três emburradas
Lyle e as três pequenas continuaram deitados na grama observando as nuvens e discutindo o que elas pareciam e quando se deram conta já estava anoitecendo, no caminho de volta para o quarto de Lyle eles se deparam com Azel e Joana.
— Azel? Joana? — disse Lyle com um rosto confuso
— O-olá Lyle — respondeu Joana
— Você ta todo suado, o que você tava fazendo? — indagou Azel
— Brincando com essas pequenas.
— Olá anjinhas, vamos todos juntos, os nossos quartos para o mesmo lado. — disse Azel com um sorriso no rosto.
Eles seguiram pelos corredores, as virtudes seguiam alegres correndo de um lado para o outro até sumirem de vista.
— Joana — disse Lyle
— Sim?
— Até quando vai fingir que não me conhece? — disse Lyle com um tom sério
Joana o olhou fixamente nos olhos
— Eu não estava fingindo, você que não tocou no assunto... Eu senti sua falta. — respondeu Joana com seu olhar triste.
— Elas cresceram fortes, você foi uma ótima irmã. — disse Lyle passando a mão no cabelo de Joana. — Não vou partir dessa vez.
— Por que ele não me trata assim? — sussurou Azel
— Disse algo Azel? — disse Joana
— Não não, chegamos no meu quarto, até depois pra vocês dois.
Azel entrou rapidamente no quarto pulando na cama.
— Maldito sentimento. — disse Azel com a voz abafada pelo travesseiro
Enquanto isso Joana e Lyle seguiam seu caminho.
— A Azel me parecia estranha. — disse Lyle colocando a mão no queixo
— Você se preocupa bastante com ela. — responde Joana
— Ela é muito importante para mim, estamos juntos a um ano.
— Entendo, vocês são bem próximos. — respondeu Joana com um sorriso no rosto
Porém o semblante de Lyle parecia triste por um momento, então os dois seguiram calados até chegar no quarto de Lyle.
— Chegamos! — exclamou Joana.
— Até amanhã Joana.
Joana continuou caminhando pelos corredores até que se encontrou com Cytuz a virtude da prudência.
— Olá senhor Cytuz, o que faz a essa hora? — É raro ver você fora da laboratório.
— Fiquei sabendo Lyle retornou e o estava procurando. — respondeu Cytuz com um semblante meigo.
— Ah sim, ele esta no quarto 33 e Azel está no 53. — disse Joana despreocupada
— Azel? — indagou Cytuz
Joana se sentiu hesitante em responder por algum motivo sentia tensão mas resolveu responder.
— B-bem é a morte, Lyle se tornou seu espectro.
— Interessante, então ele matou a morte.
— B-Bom senhor Cytuz estou indo para o meu quarto, o vejo depois.
— Sem problemas Joana, até uma próxima vez.
Joana saiu rapidamente mas por algum motivo sentia calafrios.
— Por que sinto tanto medo? Por que estou tremendo? — sussurrou Joana
Cytuz seguiu seu caminho mas por algum motivo ele passou direto do quarto de Lyle seguindo para o quarto de Azel.
— Isso vai ser interessante. — sussurrou Cytuz com um sorriso maléfico no rosto.
Mas naqueles corredores ainda havia três anjinhos perdidos.
— Parece que nos perdemos deles. — disse Gilia com um rosto tristonho
— Olhem é o senhor Cytuz, aonde será que ele vai? — disse Lilia. — Ele não costuma sair do laboratório.
— Vamos segui-lo. — respondeu Rilia
— Sim! — respondeu Gilia e Lilia
Elas o seguiram esgueirando pelos corredores até o quarto de Azel
— Ei o que é aquilo! — exclamo Gilia
— Fala baixo idiota. — respondeu Rilia
— M-mas ele... se transformou no Lyle. — disse Gilia
— Olá pequeninas, vocês não deveriam ter visto isso, por favor durmam um pouco. — disse uma voz misteriosa
uma névoa começou a surgir fazendo as três dormirem
— Essa magia vai fazê-las esquecer o que viram, agora está em suas mãos prudência.
Toc toc
— Quem é? — gritou Azel
— Sou eu, precisamos conversar.
— Lyle?
Azel abriu a porta rapidamente.
— O que você faz aqui? Pensei que estava no seu quarto. — disse Azel confusa
— Pensei melhor e decidi vir te ver.
Cytuz era o responsável no céu por discernir as ações boas e ruins mas seu verdadeiro poder era de enxergar os sentimentos das pessoas e naquele momento ele via inquietação no coração de Azel quando se tratava de Lyle.
— Então o que você queria conver...
Antes que pudesse terminar Cytuz a colocou contra a parede
— Acho que atitudes demonstram melhor que palavras. — disse Cytuz se aproximando para beija-la
Nesse momento Cytuz sentiu algo gelado tocar seu pescoço e um enorme instinto assassino. Quando abriu seus olhos viu Azel com um sorriso psicótico no rosto.
— AHAHAHAHA! Não existe alguém que consiga imitar os olhos frios daquele cara! — gritou Azel. — Vou arrancar sua cabeça como prêmio.
Azel puxou sua foice com força mas Cytuz havia conseguido fugir.
— Maldito Doppelgänger. — exclamou Azel
Enquanto isso um pouco distante dali.
— Maldita morte, essa foi por pouco mas nem tudo está perdido. — disse Cytuz com um sorriso maléfico
Cytuz se dirigiu ao quarto de Lyle e passou uma carta por de baixo da porta. Ao ver aquilo Lyle abriu a carta imediatamente e estava escrito
"Venha me ver no salão imediatamente."
Ass: Azel
— Deve ser algo sério, Azel não costuma ficar acordada tão tarde.
Chegando lá Lyle avistou Azel iluminada por um feixe de luz da lua refletido pelo lustre. Era cytuz mas infelizmente Lyle não sabia disso.
— Então por que me mandou aquela carta. — disse Lyle confuso
— Lyle... Eu te odeio. — disse sorrindo
Nesse momento Cytuz viu crescer um sentimento enorme de remorso dentro de Lyle.
— C-como assim? O que você quer dizer?
Lyle sentiu seu peito apertar e sua boca secar.
— Sabe Lyle, eu sempre te odiei, todos os dias eu o amaldiçoei, maldito dia em que você se tornou meu espectro. — disse Cytuz se aproximando
Cytuz então viu o sentimento de remorso tomar Lyle totalmente
— Você não consegue proteger as coisas importantes pra você... então as mata? — sussurou Cytuz no ouvido de Lyle tirando uma adaga de sua manga.
No momento em que Cytuz ia o apunhalar...
— Lyleeeeeeeee — gritou Azel
BUMMMMMMM
Azel pulou das escadas de encontro com Lyle.
— Maldito, fugiu de novo. — disse Azel
Lyle se levantou sem falar nada e seguiu em direção ao seu quarto.
— Ei seu idiota você quase foi morto sabia? — exclamou Azel
Lyle a ouvia mas Cytuz havia quebrado sua mente, ele já não conseguia raciocinar
— Te vejo amanhã Azel...
— Ei seu idiota você ta me ouvindo. — disse Azel puxando Lyle pelo braço.
— Te vejo amanhã. — disse Lyle se virando para Azel
Mas ao se virar Azel viu algo que a assustou genuinamente, o olhar que antes era triste se tornou... Vazio.
— Ei seu imbecil! Você vem comigo!
Azel carregou Lyle a força para o quarto e o observou até que ele dormisse.
— A que ponto você chegou? Quanta angustia você guarda? — disse Azel passando a mão no cabelo de Lyle.
Azel continuou o acariciando, até que de repente.
— Me desculpe. — Eu fui fraco. — disse Lyle.
— Não se preocupe, eu não vou deixar ninguém te matar.
— Eu sai daqui em busca de poder mas parece que não mudou muita coisa. — disse Lyle com semblante triste.
— Não fale essas coisas, você é o humano mais forte que eu já conheci.
— Quantos humanos você conheceu? — disse Lyle a olhando nos olhos.
— Só você. — respondeu Azel retribuindo o olhar.
Azel percebeu Lyle soltar um leve sorriso
— Que bom que ainda consegue sorrir.
— Obrigado por sempre cuidar de mim.
— Lyle não está na hora de conversamos sobre aquilo? — disse Azel com tom sério. — Já faz um ano.
— Sobre o que? — respondeu Lyle confuso
— Sobre o dia em que você me matou.
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