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O Espectro Da Morte

Capítulo 5 - O Julgamento

Capítulo 5 - O Julgamento

Jul 27, 2021

Lyle e Azel continuaram em silêncio por alguns segundos.


— Tudo bem, por onde começamos? — disse Lyle.

— Só tem uma coisa que me interessa. Você se culpa por aquele dia?

— Sim... Eu sinto que estou te prendendo a mim.

— Você sempre tira conclusões precipitadas. — disse Azel com seu tom sarcástico.

— Como assim? — respondeu Lyle confuso.


Nesse momento Azel olhou no fundo dos olhos de Lyle.


— Naquele dia puxei o gatilho para te proteger e não tenho arrependimentos quanto a isso.

— Mas...

— Não tem mas Lyle, eu estou aqui por que quero estar, é bom que você saiba disso. — disse Azel com um tom sério.

— Entendo... Obrigado Azel, me sinto mais leve. — respondeu Lyle a abraçando.

— Então, sua postura de durão está sumindo aos poucos. — disse Azel com seu tom sarcástico.

— As vezes que me mostrei gentil... perdi aqueles que eram importantes pra mim.


Azel se levantou da cama indo em direção a porta.


— Bom não pense muito sobre isso, lembre-se Lyle, não deixe de ser bom por que o mundo é ruim. — disse Azel sorridente.

— Não quer passar a noite aqui? – disse Lyle.

— É uma proposta tentadora mas hoje não seu pervertido.

— Ei não era nesse senti...


Mas antes que Lyle pudesse terminar a frase.


— Até amanhã Lyle. — disse Azel com um sorriso no rosto.

— Boa noite senhorita morte — respondeu Lyle retribuindo o sorriso.


Ao sair do quarto e andar um pouco Azel se encostou em uma das paredes dos corredores com lagrimas em seu rosto.


— Como eu poderia te achar um fardo idiota... Nesses mil anos você foi o único que me aceitou — sussurrou Azel.


Assim a noite seguiu silenciosa... Pelo menos até a manhã seguinte.


— Azel! Acorde Azel!

— Hum?


Azel abriu a porta descabelada.


— Por que essa gritaria tão cedo Joana?

— Azel... O Lyle foi preso!

— O quê? — exclamou Azel.


As duas foram correndo até o salão principal.


— Ei ei Joana aqui não é o céu?  como isso pode acontecer?

— Não me pergunte, eu também nunca tinha visto algo assim.


No centro do salão havia um anjo assassinado, um dos guardas que protegiam o portão.

Naquele salão a única coisa que se ouvia eram anjos sussurrando assustados. — Como o Lyle pôde fazer isso?


— Do que eles estão falando Joana? — disse Azel confusa.

— Encontraram resquícios de magia no corpo desse anjo. — respondeu Joana de cabeça baixa.

— M-mas isso não quer dizer nada, anjos também sabem usar magia. — disse Azel nervosa.

— Azel... Essa magia é especial, é a mesma magia das armas do Lyle.

— Eu preciso vê-lo, para aonde o levaram?

— Ele está na masmorra Leste.

— Vamos para lá.


Joana e Azel correram para a masmorra. E ao chegarem lá viram uma ponte em um penhasco que se conectava a um túnel com dois guardas e um portão de grades com diversas cabeças esculpidas nas parede.


— Então vocês tem um pedacinho do inferno no céu em Joana. — disse Azel impressionada.

— Olha boca! Se eles te ouvirem vai ser impossível ver o Lyle.

— Ok ok.


As duas atravessaram a ponte abraçadas pelo medo de altura.


— Aaah, finalmente atravessamos. — disse Joana aliviada.

— Por que vocês tem um lugar assim no céu? — respondeu Azel ofegante.

— É para prender um homem, o...


Antes que Joana terminasse a frase foi interrompida pelos guardas.


— Alto lá, quem são vocês?

— Sou eu, vim ver o Lyle.

— O-olá senhorita Joana. — disse o guarda nervoso. — Infelizmente será impossível, o senhor Cytuz nos ordenou a não deixar ninguém passar.

— Podemos bater neles e passar Joana. — sussurrou Azel

— Ai nós vamos ser presas também idiota. — respondeu Joana. — Certo guardas, iremos voltar então.


Azel seguiu Joana por todo o caminho com um rosto emburrado.


— E agora loirinha o que vamos fazer?

— Esperar. — disse joana com um tom sério. — O julgamento será a tarde, só nos resta esperar.

— Entendi, provavelmente aquele maldito Doppelgänger é o culpado.

— Doppelgänger? — indagou Joana.


Azel contou o que havia acontecido na noite passada para Joana até que as virtudes chegaram.


— Olá senhorita Azel e irmã Joana — disse Lilia.

— Como está irmã Joana? — disse Gilia.

— Desculpe-nos por acordar tão tarde irmã Joana. — disse Rilia.

— Estou ótima Gilia — respondeu Joana com um sorriso. — Não se preocupe Rilia temos um problema maior no momento.

— Olá pequenas. — disse Azel.


As três colocaram um semblante confuso no rosto.


— Aconteceu algo irmã Joana? — indagou Rilia

— O Lyle foi preso por assassinato, encontraram uma magia muito semelhante a dele no local. — respondeu Joana.

— Agora precisamos achar algo que prove que ele é inocente. — disse Azel

— Nós iremos encontrar irmã Azel! Salvaremos ele! — exclamou Lilia

— Sim! — gritou Gilia e Rilia


As três saíram correndo para procurar pistas.


— Irmã Azel hum? Não é um titulo ruim. — disse Azel com um sorriso no rosto

— Vamos Azel, o julgamento começara em 15 minutos.

— Já? O tempo passou e eu nem vi. Vamos!


Subindo as escadas do salão principal havia um grande corredor mas esse era muito mais belos que os outros, havia pinturas de anjos nas paredes brancas como o mais puro marfim e as luzes eram os mais belos feixes de luz solar. No fundo daquele corredor havia um portão com adornos de ouro e diamante.


— Depois dessa porta temos que dar nosso melhor Azel. — disse Joana nervosa.

— Por que tanto nervosismo? — disse Azel sorridente. — Aquele cara não vai morrer aqui.


O portão se abriu e lá estava o tribunal e dois arcanjos Gabriel e Rafael ao lado do juiz que era ninguém menos que Miguel o defensor da justiça. Varias pessoas ilustres da história humana também estavam lá para observar.


— Vamos nos sentar na frente, assim podemos ver o Lyle de perto. — disse Joana.

— Certo. — respondeu Azel.


Mas para surpresa delas ao se aproximarem ouviram Lyle gritar.


— Ei Miguel por que você é o juiz? Aonde está o velho?

— Calado Lyle, isto é um tribunal! — exclamou Miguel. — Vamos começar.

— Quando isso acabar eu quero resposta. — respondeu Lyle.

— Terá todas que quiser se for inocente. — disse Miguel. — Apresente as provas Gabriel.


Gabriel desceu até o centro do tribunal e suspirou antes de falar.


— Desculpe Lyle.

— Não se preocupe, é o seu trabalho informar.


Gabriel então se virou para Miguel com determinação nos olhos.


— Irmão Miguel a única prova que temos é a magia das armas do Lyle no corpo do anjo assassinado. — disse Gabriel.

— Então foi realmente você Lyle? — indagou Miguel.

— Não! Mas você acreditaria em mim apenas com isso? — respondeu Lyle.


O silêncio tomou conta do tribunal por alguns segundo até que Cytuz que estava na plateia se levantou.


— Senhor Miguel se me permite, eu trouxe a armas do crime.


Miguel olhou assustado mas manteve sua postura.


— As traga aqui Cytuz.


Enquanto Cytuz caminhava até o centro do tribunal Lyle olhou aquelas armas e realmente se pareciam muito com as suas.


— Aqui está. — disse Cytuz as entregando.

— Realmente são as suas Lyle, eu não me esqueceria delas.


Enquanto isso alguns ilustres gênios da humanidade na plateia.


— O único humanos a entrar no céu e purgatório ainda vivo sendo julgado pelos assassinato de um anjo, o que acha disso senhor Machado de Assis?

— Daria um dos mais belos livros senhor Shakespeare.

— Lyle sempre foi um garoto bom, certamente seria incapaz de algo assim. — disse Shakespeare.

— Certamente Lyle não trairia o céu, ou será que traiu? — respondeu Machado de Assis.

— Aguardemos a verdade meu caro companheiro de trágicas historias. — respondeu Shakespeare.


Lyle já se via sem esperanças e Miguel pronto para dar seu veredito de culpado, até que Lyle reparou bem nas armas.


— Me desculpe Lyle mas o declaro culpa...

— Espera! Miguel me deixa ver essas armas! — exclamou Lyle.

— Não fara diferença, Gabriel leva-as até ele. — disse Miguel.

— Sim. — disse Gabriel pegando as armas. — É a sua ultima chance Lyle.

— Apenas observe.


Lyle pegou as duas pistolas na mão mas puxou o gatilho de apenas uma.


— Ei seu idiota não aconteceu nada! — gritou Azel na plateia.


Boooom

A pistola havia explodido, todos na sala estavam confusos e não sabiam o que estava acontecendo.


— O que foi isso? O que você fez Lyle? — Gritou Joana.

— Não fiz nada, venham aqui vocês duas.


Azel e Joana rapidamente vão ao centro do tribunal.


— Agora que estamos aqui o que fazemos?

— Puxem o gatilho da que sobrou.

— Mas e se explodir? — indagou Joana.

— Confiem em mim.


Joana puxou o gatilho mas a pistola apenas brilhou um pouco.


— Ué não fez nada. — disse Joana.

— Agora você Azel. —disse Lyle.

— Ok ok, mas depois quero algo para comer.

— Esfomeada. — disse Joana.


Azel puxou o gatilho mas a pistola apenas disparou um pequeno feixe de luz causando um buraco no chão. Cytuz parecia nervoso mas manteve sua postura.


— Mas isso não quer dizer nada, isso não prova que ele não é o assassino Miguel! — gritou Cytuz.

— Ele está certo Lyle o que isso quer dizer? — indagou Miguel.

— Bom...


Antes que Lyle pudesse falar havia começado uma confusão no portão.


— Vocês não podem entrar aqui, por favor voltem. — disse o guarda.

— Nos deixe passar! — gritou Gilia.

— Saiam da frente nós temos provas! — gritou Rilia.

— Nós viemos provar a inocência do Lyle. — gritou Lilia.

— As deixe entrar! — exclamou Miguel.


As três caminhavam até Lyle com algo em mãos e todos os olhares voltados para elas, se sentiam pressionadas mas tinham algo a fazer.


— Lyle nós trouxemos isso. — disse as três.

— Minhas armas! Obrigado garotas, vou terminar isso logo.


Lá estavam todos os companheiros de Lyle no centro do tribunal esperando sua explicação.


— Miguel olhe isso. — disse Lyle mostrando um símbolo em sua arma.

— Uma foice? — indagou Miguel. — O que isso quer dizer?

— Azel levante sua blusa. — disse Lyle.

— C-como assim?

— Apenas a parte das costas.

— Entendi aonde você quer chegar. — respondeu Azel com um sorriso.


Lyle e Azel levantaram suas camisas e lá estava uma enorme tatuagem de foice nas costas de ambos. O tribunal ficou em silêncio imediatamente.


— Poucos aqui sabiam mas eu me tornei o espectro da morte.


Em poucos segundos todos na sala estavam confusos e conversando entre si.


— Silêncio todos! — Exclamou Miguel. — Isso ainda não prova nada Lyle.

— Eu ganhei esse símbolo na arma e a tatuagem nas costas quando matei a morte. — disse Lyle. — Minha magia não é mais apenas luz, eu agora também tenho magia das trevas.

— Entendi tudo! — Gritou Joana.

— Eu ainda não entendi. — disse Miguel.

— Quem me deu essas armas foi o velho. — disse Lyle. — Algo que explode com meu poder não é meu.


Miguel ficou em silêncio por alguns segundos e Cytuz estava com semblante preocupado.


— Eu declaro Lyle... Inocente! — exclamou Miguel.

— Mas isso não prova que a magia no local não era dele. — disse Cytuz.

— Calado Cytuz! Você não o ouviu? Sua magia não é mais apenas luz isso é o bastante. — disse Gabriel.


Todos abraçaram Lyle até mesmo os que estavam na plateia.


— Ei ei saiam de cima você estão me matando. — disse Lyle sufocado.

— Fiquei preocupada. — disse Joana com lagrimas nos olhos.

— Nunca mais me assuste assim. — disse Azel sorridente.

— Você é inocente! — gritou Gilia,Rilia e Lilia.


Todos saíram de cima de Lyle que já estava sem ar.


— Cof cof, vocês quase me matam. — disse Lyle ofegante. — Mas Miguel tenho uma pergunta para você.

— Promessas são promessas, responderei qualquer duvida quer tiver.

— Então me diga... Onde está Deus?



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#guerreiro_historicos #Fantasia #anjos #Suspense #drama #sobrenatural #Magia #demonios

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