— Então era aqui que estava escondido todo esse tempo. — disse Joana
— Vamos descer! — exclamou Azel.
Lyle, Joana e Azel desceram as escadas porém não conseguiam enxergar nada.
— Ei vocês não tem nenhuma luz ai. — disse Azel tropeçando.
— Tente pisar com mais cuidado. — respondeu Lyle.
Joana então usou sua magia para iluminar o lugar.
— Ohoho eu não sabia que você podia fazer isso. — disse Azel.
— Todos no céu usam magia de luz, isso é apenas o básico. — respondeu Joana.
— Então você é como uma grande lâmpada? — disse Azel.
— Mais o menos isso. — respondeu Joana.
Lyle então sentiu algo estranho naquele lugar.
— Xiu vocês duas. — disse Lyle olhando algo. — Joana ilumine aqui.
— Certo.
Joana iluminou mas o que estava lá era...
— U-Um anjo gigante! — gritou Azel.
— Calada. — disse Lyle tampando a boca de Azel. — Ele parece estar dormindo.
— Mas como pode ter algo assim aqui? — indagou Joana
— Olhem ao redor. — respondeu Lyle
Azel e Joana olharam para os lados mas o que viram seria melhor não ter visto. Órgãos e corpos jogados no chão de celas, sangue nas paredes e maquinas de tortura com sangue escorrendo. Joana se segurou para não vomitar.
— É um cativeiro. — disse Azel com voz séria.
— Cof cof... Aqui não deveria ser o paraíso? — indagou Joana.
— Quem fez isso sabe que Deus desapareceu. — respondeu Lyle. — Sem Deus sem consequências.
Enquanto isso Azel caminhava pelo lugar procurando algo.
— Lyle achei uma porta! — exclamou Azel.
— Então vamos. — respondeu Lyle.
A porta se ligava a um corredor escuro. Lyle, Azel e Joana seguiram pelo corredor mas tinha algo que incomodava Joana.
— Azel, você não sentiu nada quando viu aquilo.
— Nem um pouquinho. — respondeu Azel. — Já estou acostumada.
— Acostumada?
— Eu sou a morte, as pessoas passam por mim antes de morrer.
— Não entendi. — respondeu Joana confusa.
— Depois que as pessoas morrem elas demonstram sua verdadeira face. — disse Azel séria. — Você ficaria enojada com o que os humanos são.
— Desculpe tocar no assunto. — respondeu Joana.
— Não se preocupe, somos amigas e faz tempo que não vejo mais isso. — respondeu Azel sorrindo.
— Chegamos! — exclamou Lyle.
Havia mais uma porta, com luzes e se ouvia algo vindo de dentro daquela sala.
AAAAAAAAAAAH
— Essa voz... Lilia! — disse Lyle abrindo a porta.
Ao abrir a porta Lyle viu um anjo em uma cama sendo eletrocutado, seus olhos não viam mais nada, ódio tomou conta de sua mente e suas emoções não o deixavam raciocinar.
— Você como descobriu esse...
Lyle pulou em cima de Cytuz pressionando sua arma contra a testa de Cytuz.
— E-Ei Lyle espere...
Antes que Azel pudesse terminar a frase um grito de Lyle ecoou por aquela sala.
— EU VOU TE MATAR SEU DESGRAÇADO!
— HAHAHAHA ISSO MESMO LYLE ME MATE! — gritou Cytuz. — MOSTRE A VERDADEIRA NATUREZA HUMANA.
Os olhos de Lyle transpassavam ódio o bastante para fazer Joana se preocupar.
— Não faz isso Lyle, você não é um assassino! — disse Joana tentando puxar Lyle pela camisa.
— Não a escute maldito humano, me mostre o único erro de Deus. —sussurrou Cytuz no ouvido de Lyle.
Lyle respirou fundo e pressionou a cabeça de Cytuz contra o chão.
— Cytuz... Vou esmagar sua cabeça lentamente enquanto vejo seus miolos explodirem. — disse Lyle com um sorriso psicótico no rosto.
Cytuz sentiu um frio na espinha vendo aquele sorriso. A unica coisa que Joana conseguia ver era as costas de Lyle mas suas mãos não paravam de tremer.
— E-Eu já aprendi m-minha lição. — disse Cytuz perdendo a consciência.
— Chore seus lamentos para satã... Maldito anjo. — respondeu Lyle.
— LYLEEE!
Ao ouvir aquela voz Lyle recobrou sua consciência.
— Irmão Lyle olhe eu estou bem. — respondeu Lilia sorrindo.
Lilia estava com marcas de queimadura em todo o corpo devido aos choques e a dor distorcia seu sorriso. Ao ver aquilo o coração de Lyle quebrou e ao olhar suas mãos com sangue se sentiu um monstro.
— N-Não se preocupe irmão Lyle... Eu... Te protegi. — disse Lilia sorrindo mas devido a dor lagrimas escorriam em seu rosto.
Lyle rapidamente abraçou Lilia. Azel que salvou Lilia seguia calada até o momento.
— Azel... porque... PORQUÊ? — gritou Lyle.
— E-Eu... não sei. — respondeu Azel segurando o choro.
— Joana use sua magia para diminuir a dor de Lilia. — sussurrou Lyle.
— Sniff Sniff... C-Certo. — respondeu Joana chorando.
— Você está bem irmão Lyle. — indagou Lilia.
— Estou ótimo pequena. — respondeu Lyle com um sorriso triste.
Joana deitou Lilia em seu colo para tratar seus ferimentos mas Lyle seguiu calado por alguns segundos. Lyle se sentia novamente incapaz de proteger aquilo que ele ama, mais uma vez o que era importante para ele havia sido ferido e ele não pôde fazer. Esses sentimentos fizeram sua mente transbordar.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. — gritou Lyle chorando.
Todos naquela sala ficaram em silêncio enquanto Lyle chorava, elas sabiam que a dor que ele sentia não feria seu corpo mas sim... Sua alma. Após horas Lyle estava em silêncio encostado na parede com a cabeça entre as pernas.
— Se levante nós temos que ir. — disse Azel.
— Certo. — respondeu Lyle enxugando o rosto.
— Como ela está? — indagou Azel.
— As queimaduras já curaram e assim que a dor passou ela dormiu. — respondeu Joana.
— Eu a carrego pelo caminho. — disse Lyle.
O clima estava tenso e eles seguiram em silêncio por todo o caminho as manchas de sangue pelo caminho já não importavam, mas ao chegarem no salão principal se deparam com Rafael e cinco anjos armados com lanças.
— Que escada é essa? E por que você está com Lilia, Lyle. — disse Rafael com seu tom de arrogância.
Lyle e Joana passou por Rafael em silêncio.
— Me responda você Joana. — disse Rafael puxando Joana pelo braço.
— Me solte...
— Você me deve explicações!
— Eu tenho uma irmã menor para cuidar! — respondeu Joana com o rosto preocupado.
Neste momento Azel puxou Rafael pela gola da túnica.
— Deixe a loirinha em paz arcanjo inútil. — sussurrou Azel. — E vocês cinco!
— Sim senhora! — respondeu os anjos em coro
— As respostas que procuram estão no fim dessa escada, vão agora.
— Sim!
— Ei quem você pensa que é...
Rafael olhou Azel nos olhos e percebeu que mais uma palavra seria suícidio.
— Estou indo dormir.
Azel seguiu até o quarto de Lyle.
Toc toc
Lyle abriu a porta bocejando.
— Eu não tenho comida. — disse Lyle
— Idiota, não vim por isso. — respondeu Azel com a cabeça baixa. — Posso dormir aqui hoje?
— Entre.
Azel se deitou na cama e Lyle fez uma cama improvisada no chão com alguns cobertores e um travesseiro.
— Não foi sua culpa... —sussurrou Azel.
— Não se preocupe com isso, eu já estou melhor.
— Você sempre diz isso... mas quantas vezes você já chorou sozinho a noite? — disse Azel.
— Já perdi as contas, mas e você Azel...
— Eu?
— Por que está segurando o choro até agora?
— Isso não vale... — respondeu Azel colocando o rosto no travesseiro.
Lyle se levantou e se deitou na cama com Azel a abraçando e fazendo carinho em seu cabelo.
— Sniff sniff... O que você está fazendo?
— Você já cuidou demais de mim, pode chorar a vontade, eu não vou contar para ninguém. — respondeu Lyle a olhando nos olhos com um sorriso
Azel chorou até dormir naquela noite e Lyle caiu no sono logo após, mas na manhã seguinte um guarda havia um comunicado importante.
Toc Toc
— Mestre Lyle?
— Hunf... O que aconteceu tão cedo? — respondeu Lyle
— Cytuz quer falar com você.
— O QUE?
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