Todos acabaram caindo no sono rápido naquela noite, Rilia, Gilia e Lilia dormiram no sofá logo após Holmes contar a história de A Tragédia de Hamlet, Joana pensou em como era bom ter amigos novamente até cair no sono, Garen foi a ultima a dormir preocupada com a atual situação e Lyle pensou em estrategias para pegar a Gula até dormir porém Azel estava inquieta sem sono.
— Aaaaah, eu não consigo dormir se não comer algo!
Azel jogou a coberta de lado se levantando rapidamente procurando onde acendia as luzes do quarto, ao acender as luzes Azel observou o quarto. As paredes eram brancas e Havia um guarda roupas perto da cama, de frente com a cama tinha uma pequena escrivaninha com algumas gavetas ao lado de um espelho.
— Deve ter algo para comer aqui!
Azel abriu todas as gavetas mas tudo o que encontrou foram documentos de casos solucionados e uma foto de uma mulher de cabelos loiro, a mulher parecia estar com um homem jovem na foto mas infelizmente o rosto do homem havia sido rasgado da foto.
— Será que tem aqui? — disse Azel abrindo o guarda roupa.
Tudo que Azel encontrou foi alguns vestidos mas uma muda de roupas chamou sua atenção. Azel decidiu colocar aquelas roupas e ir atrás de algo para comer.
— Hum, então é isso que os humanos chamam de pijama. — disse Azel se olhando no espelho. — Agora vou atrás de comida.
Azel tirou suas sandálias e andou na pontinha dos pés mas ao abrir a porta deu de cara com Joana sonolenta.
— Você poderia ir dormir por favor? — disse Joana emburrada.
— E você por que está acordada essa hora?
— Por que meu quarto é do lado seu e você não para de gritar!
— Ok ok, me desculpe. — disse Azel puxando Joana para descer as escadas. — Vamos comigo.
— P-Pra onde nós vamos?
Azel e Joana desceram as escadas na ponta do pé evitando o máximo fazer barulho, ao tudo estava escuro e não dava para ver quase nada, porém Azel estava continuava firme em sua missão até que...
— Ai!
— Fique quieta. — disse Joana tampando a boca de Azel. — O que aconteceu?
— Bati o dedinho em uma das cadeiras.
— Isso tudo por que você é esfomeada.
— Não é isso. — respondeu Azel com tom triste. — Vamos, depois dessa sala deve ser a cozinha.
Azel e Joana perceberam que ao lado da escada havia um corredor que iria até a cozinha e ao chegar lá, Joana usou magia solar para conseguir enxergar um pouco e achar o interruptor onde acendia a luz.
— Azel encontrei onde liga as luzes.
Ao acender, os olhos de Azel brilharam. Havia farinha em cima do balcão e algo vindo dos armários cheirava bem, bem o bastante para fazer sua boca salivar. Quando abriu o armário Azel encontrou tudo aquilo o que procurava.
— Joana.
Joana estava deslumbrada com aquela cozinha, a pia era feita de prata, o piso era xadrez em preto em branco e a janela acima da pia tinha uma vista privilegiada do enorme edifício que devido a neblina da noite só se podia ver a silhueta.
— Joana!
— O-Oi, desculpe, estava com a mente em outro lugar.
— Eu encontrei o paraíso. — disse Azel pegando pacotes de bolacha.
— Ei Azel não pegue tantas vai ficar muito na cara.
— Muito na cara? — disse Azel olhando desconfiada para Joana. — Você realmente sabe furtar Joana.
— N-Não diga besteiras, eu só... estou com fome também.
— Certo certo, vamos para o meu quarto.
Azel colocou algumas bolachas de volta e pegou apenas as que achou mais interessante. Na volta Azel e Joana seguiu o caminho todo na ponta do pé olhando para os lados para não bater em nada novamente, mas ao subirem as escadas deram de cara com Holmes que havia acordado para revisar o caso dos assassinatos.
— Detetive! — exclamou Azel escondendo as bolachas.
— Não se preocupe senhorita Azel, tudo que está na cozinha está a dispor de vocês.
— Desculpe. — respondeu Azel com a cabeça baixa.
— O que faz acordado a essa hora senhor Holmes? —indagou Joana.
— Vou revisar o caso dos assassinatos, se resolvermos cedo menos vitimas haverá.
— Compreendo.
— Bom, tenham uma boa refeição senhoritas. — disse Holmes passando por elas na escada
Joana e Azel se olharam e subiram rapidamente para o quarto de Azel, Azel rapidamente pulou na cama e Joana se sentou na cadeira perto da escrivaninha e começaram a abrir os pacotes de bolacha.
— Você é uma esfomeada Azel.
— Você não pode dizer isso, já é a segunda vez que você é minha cúmplice.
— M-Mas comer é uma necessidade básica, ainda mais com batalhas se aproximando.
O semblante de Azel ficou sério ao ouvir isso, a comida já não era seu foco principal.
— O que acha que Lyle fará Joana?
— Creio que resolvera tudo como sempre fez.
— Isso que me preocupa.
— O que quer dizer?
— Aquele cara destruiria a própria alma para ajudar alguém que ele ama.
— Eu sinto que ele guarda mágoas que o mata aos poucos. — respondeu Joana.
Joana ficou calada e abaixou sua cabeça, Azel ficou confusa ao ver aquilo de repente.
— Minha magia apenas pode curar e iluminar... Em combate sou apenas um peso morto. — disse Joana com tom triste.
Azel rapidamente se levantou da cama e apoiou uma das pernas entre as pernas de Joana na cadeira. Joana levantou sua cabeça assustada e se deparou com o rosto de Azel muito próximo do seu.
— Se alguém ousar te ferir... matarei essa pessoa. — disse Azel colocando o dedo no queixo de Joana.
— M-Mas... Ficarei forte Azel, forte o bastante para lutar lado a lado com você. — respondeu Joana com determinação no olhar.
— Assim que se fala garota. — disse Azel dando um tapa nas costas de Joana.
—Ai! Mas Azel... Você acha que ele se sente assim?
— Incapaz de proteger quem ama? — disse Azel pulando na cama novamente. — Não, creio que não, o que machuca ele dói bem mais.
— Entendo. Já está tarde demais vou voltar para o meu quarto.
Quando Joana fechou a boca começou a chover, Joana se levantou da cadeira e caminhou até a porta mas ao colocar a mão na maçaneta.
— Joana...
— Sim?
— Durma aqui essa noite... Por favor.
Joana não entendeu mas atendeu o pedido, Joana apagou a luz e se deitou na cama com Azel, até que um trovão fez um som extremamente alto e Azel abraçou Joana com força.
— Então a imponente morte tem medo de trovões. — disse Joana colocando a mão na cabeça de Azel
— Desculpe por isso. — respondeu Azel assustada.
— Não se preocupe, em momentos assim eu posso cuidar de você. — disse Joana fazendo carinho em Azel.
alguns minutos um segundo trovão surgiu ainda mais estrondoso. Lyle acordou com o barulho e rapidamente se levantou da cama indo em direção ao quarto de Azel. Lyle sabia do medo Azel com trovões mas ao chegar lá viu Joana e Azel abraçadas dormindo e vários pacotes e migalhas de bolacha no chão.
— Então vocês assaltaram a cozinha de novo.
Lyle abriu o guarda roupas e encontrou um cobertor em uma das gavetas.
— Vocês ficar resfriadas se não se cobrirem. — disse Lyle as cobrindo.
Lyle pegou os pacotes de bolacha do chão e os colocou em cima da escrivaninha.
— Boa noite. — disse Lyle beijando a testa das duas. — Prometo proteger vocês dessa vez.
Lyle saiu do quarto mas assim que ele fechou a porta.
— Boa noite Lyle... — disse Azel e Joana.
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