Na manhã seguinte Joana acordou com o cabelo bagunçado e se levantou devagar para não acordar Azel, quando Azel acordou Joana estava sentada em uma cadeira em frente ao espelho com os cabelos penteados. Seus cabelo dourados como ouro e seus olhos azuis com seu semblante calmo ficavam ainda mais belos com a luz do sol que refletia nela.
— Todas as santas são lindas assim?
— O-O que? Você já acordou?
— Hahaha não fique envergonhada. — disse Azel se levantando da cama. — Foi apenas um elogio.
— Desculpe, não estou acostumada com elogios...
Azel se espreguiçou, caminhou até a porta e ao abrir a porta se virou para Joana com um sorriso no rosto.
— Vamos descer LINDA santa.
— Certo. — respondeu Joana com um pequeno sorriso.
Ao descerem as escada escutaram passos rápido pela casa com leves risadas de fundo, era Gilia, Rilia e Lilia brincando de pega-pega, Joana achava errado correr em casas alheias mas elas estavam tão felizes que acabou fazendo vista grossa. Quando chegaram na cozinha viram Garen sentada em uma das cadeiras do balcão tomando café e comendo algo que cheirava muito bem.
— Ohoho Garen, me da um pedacinho. — disse Azel passando o braço pelo ombro de Garen.
— Aqui esfomeada. — respondeu Garen colocando a colher na boca de Azel.
— Hummmmmmmmm, que delícia... qual o nome disso?
— Se chama pudim senhorita Azel. — respondeu Holmes.
Diferente da noite passada, essa manhã Holmes estava com uma camisa social, uma calça marrom e um avental branco em frente ao fogão que ficava ao lado da pia. Devido a seu chapéu deerstalker não podia se ver antes mas um cabelo preto longo com mechas roxas presos em um rabo de cavalo.
— Então esse é o doce preferido que o Lyle me disse uma vez. — disse Azel colocando a mão no queixo. — Vou acordar ele.
Azel correu para o quarto de Lyle mas enquanto isso na cozinha.
— Pensei que a morte seria alguém mais fria. — disse Garen.
— Ela é uma mulher de coração enorme. — respondeu Joana se sentando ao lado de Garen. — Mas admito que ao pensar na morte imaginei alguém ruim.
— Vocês tem ótimos companheiros. — disse Holmes servindo Joana.
Garen e Joana se olharam e soltaram um leve sorriso. Nesse meio tempo Azel chegou no quarto de Lyle mas ao chegar lá ouviu vozes e mesmo assim decidiu chamar.
— Lyle? Você está ai?
Lyle abriu a porta com o cabelo desarrumado e o cachorrinho nos braços mas algo estava estranho, o rosto de Gabriel estava saindo em um holograma das costas do cachorro.
— Olá senhorita Azel — disse Gabriel.
— Olá? — respondeu Azel confusa. — Você é o cachorro?
— Na verdade eu ainda estou no céu, isto é apenas uma das tecnologias que desenvolvemos aqui.
— Entre Azel, é uma conversa importante. — disse Lyle.
Azel entrou e se sentou na cama com Lyle para ouvir o que Gabriel tinha para falar.
— Pode começar Gabriel. — disse Lyle.
— Bom descobrimos que a Gula está agindo com um humano nessa época. — respondeu Gabriel. — Não sabemos quem é mas tome cuidado.
— Certo, mas e as pequenas? — disse Lyle.
— Rilia, Lilia e Gilia estão aqui.
— O QUÊ? — disse Miguel empurrando Gabriel.
— Ei, saia da frente, não cabe nós dois na câmera. — disse Gabriel empurrando Miguel de volta.
Lyle e Azel se olharam segurando o riso.
— O que faremos? — disse Lyle.
— Veremos com Rafael um meio de trazê-las mas não as leve a lugar nenhum. — disse Gabriel coçando a cabeça. — As virtudes estão sendo caçadas não se esqueçam.
Lyle olhou com um olhar de canto para Azel que estava sem entender nada.
— Não se preocupe Gabriel, elas jamais sairão dessa casa.
— Certo, vou continuar procurando pistas, até mais.
— Até. — respondeu Lyle e Azel em coro.
Lyle se jogou de costas na cama com os braços abertos olhando para o teto observando o teto que havia o mesmo símbolo da carta que Holmes estava em mãos.
— Aaaah, isso é cansativo Azel.
— Apesar de dizer isso você parece feliz.
— Por algum motiv, acordei bem hoje.
Lyle olhou fixamente para Azel como se estivesse vendo algo estranho.
— O que é isso no canto da sua boca?
— É algo muito bom, na verdade é algo divino! — disse Azel lambendo os lábios.
Lyle se levantou rapidamente e ficou frente a frente com Azel.
— É de comer? — disse Lyle com desconfiado.
— Vem comigo! — exclamou Azel puxando Lyle pelo braço.
Azel puxou Lyle pelo corredor e desceu as escadas correndo porém ao chegar na sala...
— Ai! — gritou Azel se abaixando.
— O que aconteceu? — respondeu Lyle confuso.
— Bati o dedinho nessa maldita cadeira de novo.
Azel se levantou devagar e caminhou até a cozinha ainda com dor e Lyle a seguindo tentando segurar o riso.
Ao chegar na cozinha Lyle viu Garen sentada com uma xícara de café na mão, Rilia, Gilia e Lilia estavam bebendo água ofegantes, não via Holmes mas era nítido que a mulher de cabelos dourados ao lado de Garen com a boca toda suja de pudim era Joana.
— Finalmente acordou, o senhor Holmes deixou esse pedaço para você. — disse Garen apontando para um prato de pudim em cima do balcão.
— Obrigado Garen, seu cabelo está lindo hoje. — respondeu Lyle se sentando.
Azel, Joana e Garen se olharam e sentiram o mesmo sentimento de que havia algo muito estranho com Lyle naquela manhã.
— Lyle você está bem? — indagou Joana.
— Estou ótimo. — respondeu Lyle com um sorriso
Lyle ao colocar o pudim na boca fez um rosto estranho de quem não gostou. Joana e Azel estavam desconfiadas de algo mas precisavam ter certeza.
— Lyle vamos procurar pistas sobre a Gula enquanto ainda está de dia. — disse Azel com tom sério.
— Sim, devemos aproveitar que tem muitas pessoas na rua para perguntar. — disse Joana.
— Não!
— Como assim, não? — respondeu Joana indignada.
— Isso pode ficar para depois, vamos fazer compras hoje. — respondeu Lyle sorridente. — E Gilia, Rilia e Lilia também irão.
— Mas Gabriel disse...
— Ele não precisa saber, afinal são apenas compras.
O clima seguiu calado. Azel claramente estava extremamente irritada então apenas ficou em silêncio e voltou para o seu quarto. Alguns segundos depois Joana limpou a boca e se levantou em silêncio seguindo Azel. Garen por estar a pouco tempo no grupo não quis se meter e continuou tomando seu café, mas era nítido em seu rosto que estava incomodada com a situação. E assim algumas horas se passaram e já era de tarde quando Lyle reuniu todas na sala.
— Vamos as compras meninas! — exclamou Lyle abrindo a porta.
— Do que você nos chamou? — disse Azel colocando sua foice no pescoço de Lyle.
— E-Ei Azel não é para tanto! — gritou Joana.
Rilia Gilia e Lilia que estavam brincando com o cachorro se esconderam atrás de Garen.
— Irmã Garen eles vão brigar? — Disse Lilia.
— Não se preocupem é apenas uma discussão.
Lyle respirou fundo antes de falar.
— Me desculpe Azel, não vou chama-las assim de novo. — disse Lyle sorrindo.
Azel tentou encontrar algo falso naquele sorriso como na fez em que Cytuz se transformou em Lyle mas acabou não encontrando nada, até mesmo os olhos tristes eram o mesmos de sempre. Azel desmaterializou sua foice e ficou em silêncio.
— B-Bom vamos? — indagou Joana.
— Vamos! — exclamou Lyle.
Enquanto em algum lugar de Londres...
— Parece que pegamos um peixe grande.
— Hihihi será que o céu o mandou?
Acordei ouvindo essas vozes misteriosas. Estava em um lugar escuro tentei olhar ao redor mas não conseguia ver quase nada, tudo que conseguia ouvir era um alto tic e tac e ver duas silhuetas naquela escuridão.
— Parece que acordou espectro da morte. — disse a voz misteriosa
Respirei fundo, já sabia qual era a situação, tentei me levantar mas meus braços e pernas pareciam amarrados em alguma uma cadeira. Não podia os ver mas já imaginava quem eles eram.
— Vocês são a Gula e seu espectro?
— Hihihi você é esperto mas infelizmente você errou em algo.
— E o que seria? — respondeu Lyle com tom sério.
— Hihihi meu espectro neste momento está... Com suas companheiras.
Comments (0)
See all