Me movendo um pouco percebi que as cordas estavam mal amarradas e folgadas, consegui desamarrar minhas pernas mas tentei tirar algumas informações deles enquanto desatava o nó dos meus braços.
— O que vocês querem com as virtudes?
— Não ache que será tão fácil me fazer falar garoto. — disse Gula com tom sério.
— Entendo, mas me manter preso aqui não vai mudar muito. — disse Lyle com tom despreocupado. — Azel e Joana vão ver a diferença entre eu e o seu espectro.
— Se eu fosse você não teria tanta certeza, meu espectro faz uma cópia perfeita da pessoa.
Nesse momento algo me veio a mente, algo que havia ocorrido a pouco tempo.
— Então naquela noite... Seu espectro era Azel?
— Hihihi Naquela noite meu espectro apenas fez o trabalho sujo de colocar as virtude para dormir.
— Então quem era Azel naquele momento?
— Cytuz. — disse Gula com tom sério. — Sabe Lyle, diferente de você eu não matei meu espectro, eu o controlo pela força.
A silhueta da Gula caminhava de um lado para o outro naquele escuro mas o que me incomodava era o outro que estava calado e imóvel todo o tempo.
— Controlando pela força consigo fazer meu espectro emprestar o poder para mais pessoas além de mim. — disse a Gula se aproximando de Lyle. — E assim foi com Cytuz.
— O que quer dizer com emprestar poder?
— HIHIHI então o homem que matou a morte não saber usar seu poder. — disse a gula colocando sua enorme unha no queixo de Lyle. — Uma das maiores armas que Deus ja criou e você não sabe usar, que desperdício.
Ele estava muito próximo do meu rosto, apesar do escuro conseguia ver aqueles enorme olhos brancos e sua boca parecia grande o bastante para engolir metade de mim facilmente. Apesar das pernas desamarradas era melhor não fazer movimentos bruscos.
— Hihihi não se preocupe, você não morrera agora... não aqui.
A Gula se afastou no momento exato em que consegui desatar o nó das minhas mãos e nesse momento percebi que um pequeno feixe de luz vinha de trás de mim não sei se é uma janela mas é minha unica saída.
— Tenho uma ultima pergunta. — disse Lyle com tom sério. — Seu espectro faz coisas ruins apenas por que você o obriga?
A Gula parou de costas para mim e soltou um leve estralo de lingua
Tch
— Hihihi obvio, aquele garoto fraco jamais machucaria alguém.
— Entendo. — disse Lyle se levantando.
Gula ao ouvir as cordas caírem no chão se virou rapidamente.
— C-Como você se soltou?
— Adeus Gula, nos veremos em breve.
Corri em direção ao feixe de luz e pulei, felizmente era realmente uma janela mas infelizmente estávamos em um prédio. A altura não era tão grande mas com certeza não sairia ileso da queda, fechei os olhos e me preparei para o impacto, no entanto... Senti algo fofo.
— Ué... Não doeu?
Ao abrir os olhos estava em cima de uma nuvem luminosa e três pessoas desconhecidas na minha frente.
— Venha conosco. — disse uma mulher com uma katana na cintura.
— E-Espere...
Antes que pudesse falar fui levado naquela para um dos becos da cidade. Quando paramos um garoto estava olhando na esquina do beco e logo após veio em minha direção.
— Olá espectro da morte morte. — disse o garoto sorridente.
— Você deve estar confuso. — disse a mulher de katana. — Vamos nos apresentar.
— Eu sou Sancho Pança. — disse o garoto loiro sorridente se curvando.
— Eu sou Júlio César. — disse um garoto sério que estava calado de canto.
Nesse momento a mulher com katana que estava encostada na parede soltou um leve suspiro e veio a minha direção, seus cabelos eram negros como a noite e sua pele tão branca quanto a neve, seus olhos eram puxados mas o que mais me chamou atenção foi sua cicatriz no olho esquerdo.
— E eu sou a líder desse grupo... Tomoe Gozen.
— Bom, eu conheço todos vocês mas... Vocês não deveriam ser mais velhos? — respondeu Tomoe
— Um certo homem no disse que nos reviveria na mesma idade que você.
— 20 anos?
— Exatamente. — disse Tomoe retirando um pouco sua katana da bainha. — Nossas habilidades são tão boas quanto em vida.
Ao terminar de falar Tomoe colocou sua katana de volta na bainha, não entendi o que aquilo queria dizer mas Júlio César soltou um sorriso de canto e o sorriso de Sancho parecia um pouco sarcástico, até que ouvi um enorme barulho atrás de mim.
GRRRRR
E ao olhar para trás Tomoe havia feito um enorme corte em uma das paredes do corredor.
— Você realmente merece o título que tem Tomoe. — disse Lyle nervoso com algumas gotas de suor descendo pelo rosto.
— Não se preocupe senhor espectro, não somos inimigos. — disse Sancho.
— Um amigo seu nos mandou aqui para ajuda-lo contra a Gula. — disse Julio César
— Entendo, mas algo me deixou curioso, quem é esse amigo?
Tomoe olhou para o céu por um breve momento antes de responder.
— O arcanjo Gabriel.
— Entendo, me desculpem por atrapalhar o descanso de vocês.
Nesse momento senti o clima ficar tenso e uma pressão enorme como se o mundo a minha volta congelasse. Ao olhar bem para tomoe que estava na minha frente e para Sancho que estava encostado na parede a minha direita atrás de Tomoe e Júlio a esquerda com a cabeça baixa e um sorriso no rosto notei algo estanho, eles pareciam felizes.
— HAHA senhor espectro nós devemos agradecê-lo. — disse Sancho
— Novamente sinto sangue em minha veias. — disse César
Tomoe antes de dizer algo estava com um sorriso no rosto e uma sede de sangue que congelaria qualquer guerreiro.
— Finalmente voltarei ao campo de batalha! — exclamou Tomoe.
Respirei fundo para amenizar a pressão da vontade de lutar daqueles três e tentei conter meu medo do instinto assassino de Tomoe antes de falar mas apesar de tudo entendia seu espírito.
— Estão dispostos a morrer por mim?
— Enquanto nos oferecer oponentes fortes seremos seus subordinados. — respondeu Tomoe.
Lyle soltou um leve sorriso e olhou fixamente com seriedade nos olhos de Tomoe.
— Então vamos... Temos que matar um maldito pecado!
Comments (0)
See all