No entanto no meio de todos esses acontecimentos um grupinho de garotas perdidas caminhavam sem rumo até que encontraram o que procuravam.
— Encontrei a casa do senhor Holmes! — gritou Gilia.
— Urf... Andamos por horas por que a Lilia queria pegar um gato. — disse Rilia ofegante.
— Me desculpem mas ele era tão branquinho e tão fofo.
— Nos perdemos da irmã Joana mas pelo menos achamos o caminho de volta. — respondeu Gilia.
As três caminharam da esquina até a casa de Holmes e ao abrirem a porta se deram de frente com Garen que estava com um baby doll branco quase transparente, um livro em uma mão e uma xícara de café na outra.
— Vocês saíram?
— Na verdade acabamos de chegar irmã Garen. — respondeu Gilia.
— Chegar?... Vocês estavam na rua até agora?!
— É que um certo alguém decidiu correr atrás de um gato. — disse Rilia olhando para Lilia que abaixou a cabeça.
Ao ver Lilia abaixar a cabeça, Rilia pensou que estava sendo dura demais e decidiu contornar a situação.
— Mas somos irmãs então está tudo bem, certo Lilia?
— Sim! — respondeu Lilia abraçando Rilia.
— Bom, eu estou lendo uma história muito interessante, querem ouvir?
— Queremos! — disse as três.
O sofá não era grande o bastante para as quatro se deitarem então Garen apoiou suas costas no sofá para manter a postura reta e as três se deitaram de bruços no carpete perto da lareira, Garen começou a contar a história de Rapunzel mas na metade as três já haviam caído no sono. Garen olhou para o lado e viu Azel sentada na escada com o cotovelo apoiado nos joelhos e o rosto em suas mãos.
— Você é um ótima trovadora.
— Trovadora?
— É, tem algo haver com contar histórias, vi isso em um livro uma vez. — disse Azel se levantando e caminhando até a porta.
— Aonde você vai?
Garen se levantou, caminhou até Azel e segurou sua mão que estava na maçaneta.
— Apesar da diversão você deve se lembrar que as noites dessa cidade não são seguras para mulheres.
— Não se preocupe, sou vou procurar o verdadeiro Lyle. — Azel afastou gentilmente a mão de Garen.
— Acho que não tem jeito, vou com você.
Azel colocou o rosto de Garen e sussurrou baixinho.
— Não sabemos quantos em quem são nosso inimigo aqui, fiquei aqui e proteja os outros, Joana não acordara tão cedo.
— Não se preocupe Morte também ficarei de guarda até que você retorne. — disse Tomoe descendo as escadas.
Apesar de querer ir com Azel, Garen não parecia ter muita escolha naquele momento.
— Urf... Apenas volte em segurança.
— Não se preocupe azulzinha. — disse Azel sorridente
— Ei quem você...
PAH
Antes que Garen pudesse dizer algo, Azel fechou a porta e começou a correr pelas ruas de Londres.
— Que audaciosa, fechou a porta na minha cara!
— Ele realmente junta pessoas maravilhosas. — disse Tomoe soltando um leve sorriso.
Azel tinha uma velocidade muito acima a de um humano porém correndo por alguns minutos sentiu que algo começou a segui-la, olhou ao redor mas não via nada então decidiu fazer uma curva para a direita onde havia uma vitrine com chapéus, no momento que fez a curva Azel ouviu telhas caírem do prédio no outro lado da rua, e lá estava um homem vestido com um terno preto e uma mascara de teatro triste. Pensou que seria inútil tentar fugir de alguém que pudesse acompanha-la, então parou no meio da rua e materializou sua foice, o homem pulou do prédio e ficou frente a frente com Azel.
— Você corre bastante, já pensou em participar de corridas? — disse Azel com tom sarcástico.
— Peço que se abstenha de piadas senhorita. — respondeu o Homem se curvando.
— Hm, educado, então por que não deixa essa bela dama passar sem lutas?
— Me desculpe mas você morrerá aqui. — disse o Homem tirando um faca do seu terno.
— Tente a sorte maldi...
Antes que pudesse terminar a frase o Homem já havia se aproximado e a unica opção de Azel foi bloquear o ataque, mas era pesado demais.
— Q-Que força é essa?
Azel foi arremessada longe e entrou voando em um estabelecimento, se chocando com a parede dentro do estabelecimento, uma cortina de fumaça se formou.
— Ai! Isso doeu, esse cara ao menos é humano?
— Cof cof... Essa voz, Azel?
Azel olhou para o lado e viu Lyle com Hari debruçada sobre ele.
— Pelo visto me preocupei com você por nada.
— Nem vem, eu pensei que fosse uma taverna.
— Sim, sim e eu sou a Joana. — disse Azel se levantando e batendo no vestido empoeirado. — Enfim, parece que o maldito da faca fugiu.
Azel caminhou até Lyle, o puxou pelo braço até e foi em direção a porta.
— Volte amanhã também garoto, hoje foi maravilhoso! — gritou Hari
Azel deu uma leve pausa em seus passos e continuou a andar puxando Lyle pelo braço, enquanto caminhavam pelas ruas em silêncio a neblina aumentava mas Lyle acabou percebendo algo estranho.
— Azel... Você está de vestido?
— Sim! — disse Azel parando. — Ou pelo menos o que sobrou dele.
Eu não podia ver muita coisa devido a neblina mas senti tristeza nas palavras de Azel.
— Amanhã vamos em alguma loja para costura-lo de novo, quero ver como ficou em você.
Apesar de estar de costas para mim, percebi um leve sorriso no rosto de Azel.
— Certo senhor dos bordeis. — disse Azel se virando sorridente.
— Você não vai esquecer né? — respondeu Lyle abaixando a cabeça.
— Nem se eu tiver amnésia. — disse Azel levantando o rosto de Lyle com o dedo indicador.
Lyle soltou um leve suspiro e fez uma pequena pausa olhando nos olhos de Azel antes de falar.
— Então vamos voltar para casa.
— Sim!
Enquanto Lyle e Azel caminhavam de volta para casa, Garen e Tomoe que estavam sentadas no sofá da sala começaram a ouvir passos vindo em direção a porta.
— Abra a porta no três. — sussurrou Tomoe se posicionando em postura de ataque na frente da porta.
— Certo.
— Um... Dois... Três!
Garen abriu a porta e Tomoe rapidamente atacou o homem que entrou.
— Espera! — gritou Garen.
Tomoe parou a espada encostada no pescoço do homem que desceu uma gota de sangue até seu ombro.
— Este é o senhor Holmes! — exclamou Garen.
Holmes ouvia Garen mas seu corpo não se movia, a visão em sua frente congelou seu corpo, tudo que ele via naquele escuro era um olhar sanguinário, Tomoe para Holmes parecia um cão feroz onde qualquer movimento errado poderia fazer sua cabeça voar pela sala. Para surpresa de Holmes toda a aquele pressão sobre seu corpo e o medo desapareceram quando Tomoe guardou sua katana na bainha.
— Quem é esse Holmes?
— Ele é o detetive que está nos ajudando a encontrar a Gula.
— Entendo, me desculpe pelo ataque repentino senhor detetive. — disse Tomoe se curvando.
— S-Sem problemas. — respondeu Holmes engolindo seco. — Pelo menos estamos protegido com alguém como você aqui.
Holmes entrou na casa, acendeu uma das luzes da sala e se sentou no sofá com Garen, Tomoe decidiu se sentar no chão ao lado da porta com sua katana entre as pernas.
— Não o vejo desde de manhã, aconteceu mais algum caso?
— Sim, mais uma mulher assassinada na periferia de Whitechapel. — respondeu Holmes coçando a cabeça.
— Temos que achar a Gula rápido. — disse Garen com olhar triste.
A sala seguiu em silêncio por alguns minutos. Tomoe apesar do semblante sério algo a deixava inquieta um certo cheiro que vinha de Holmes era bastante conhecido por ela, Garen apoiou seu rosto no braço do sofá e acabou cochilando, Holmes se levantou e decidiu ir para seu quarto mas ao passar por Tomoe...
— Bom senhorita espadachim, estou indo dormir, cuide bem dela.
— Não se preocupe. — respondeu Tomoe olhando para Holmes em pé. — Mas me responda uma coisa.
— O que quiser.
— Por que você cheira a sangue? — Tomoe retirou uma pequena parte de sua katana da bainha.
— Eu estava em uma cena de crime. — respondeu Holmes sorrindo e coçando a cabeça. — Creio que seja natural.
Tomoe colocou sua katana de volta na bainha e ficou em silêncio, Holmes arrumou seu terno e subiu as escadas mas ao chegar no andar de cima soltou um leve riso com um sorriso demoníaco.
— Hehehe maldita onna bugeisha.
Tomoe já havia entendido tudo, sua experiencia em batalha era mais do que suficiente para reconhecer pessoas com instinto assassino, por mais que essas pessoas tentassem esconder Tomoe era capaz de sentir o cheiro de morte.
— Um lobo em pele de cordeiro hum? — disse Tomoe também colocando um sorriso demoníaco no rosto.
Mesmo separados por um andar de diferença eles sorriam ao mesmo tempo e disseram junto.
— Vai ser ótimo te abrir no meio!
Tomoe se levantou e Holmes caminhou pelo corredor em direção ao banheiro.
— Afinal eu sou. — sussurraram ao mesmo tempo
— Tomoe Gozen!
— Jack... O Estripador!
Off:
Bom eu tenho pensado em desistir da história mas tem um alguém que sempre acompanha os capítulos, então vou seguir escrevendo por você que sempre lê os capítulos novos.
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