Ela rosna para você e os outros como um lobo faminto rosnaria para a sua próxima refeição. Lord Édouard alcança por um novo cartucho de balas dentro do bolso do seu sobretudo, cuidadosamente dizendo:
– Escutem-me. Ao meu sinal, vocês dois correm parra a vila o mais rápido o possível, sem olhar para trás. Entendido?
Você está prestes a responder mas a Besta olha para o Sigmundo e late furiosamente, causando-o a entrar em pânico e sair correndo gritando em desespero.
– Aaaaaaaaa!!!!!
A Besta dispara em direção a ele, dando a você e ao Lord Édouard opção nenhuma exceto correr também. Simultaneamente recarregando o rifle e avançando, O Lord grita após ver o Sigmundo virar à direita após ultrapassar a porteira:
– SIGMUNDO! A vila é para o outro lado!
Porém, por causa do seu pânico, o Sigmundo corre ainda mais rápido deixando você e o Lord para trás em questão de segundos. A Besta acelera também – agora – perseguindo vocês dois, deixando-os sem outra opção exceto seguir a mesma direção que o Sigmundo. Ela se aproxima mais e mais enquanto a estrada os guia para entre a floresta, o lado do teu abdômen doe exponencialmente com cada passo que dá mas só quando o terrível gosto de sangue volta a subir à tua boca que a tua vista embaça de novo. Subitamente, Sigmundo – a apenas um ou dois metros à tua frente – faz uma curva inesperada à direita quase que escorregando devido a neve. Você por outro lado, não consegue reagir a tempo e continua correndo em linha reta até não mais sentir a estrada sob os teus é então cai em uma corredeira.
O imediato aumento de adrenalina que a água fria te proporciona permite que a tua vista desembace revelando que a correnteza te arrasta para a direção oposta à qual o Sigmundo corre. Você começa a gritar por ajuda enquanto sendo arrastado rio a baixo enquanto da floresta, um pouco mais à frente, tiros ecoam e o Lord Édouard aparece dentre as árvores para agarrar o teu braço em uma tentativa de evitar que você se afogue ou que continue sendo arrastado pela correnteza. Mas assim que ele agarra o teu braço um tronco de árvore te acerta com tanto momento que acaba puxando o Lord para dentro da água também, uma fração de segundo antes da Besta saltar em sua direção.
Felizmente – ou infelizmente – enquanto a Besta aterriza onde ele estava antes, você e o Lord continuam sendo arrastados rio abaixo, sendo quase afogados pelo tronco de árvore por alguns metros até que, meros momentos após se libertarem, o Lord Édouard agarra uma raiz de árvore que se estendia na margem direita da corredeira e te puxa em direção a ela falando:
– RÁPIDO, saia da água logo!
Com muito esforço, vocês dois conseguem subir à terra firme de novo e enquanto você está ajoelhado, ainda lutando para respirar, o Lord Édouard já se levanta e tira o seu casaco dizendo apressadamente:
– Levante-se e tire o teu casaco, não temos muito tempo até que a hipotermia comece... Precisamos voltar para a vila rápido!
Fazendo como dito e depois seguindo o Lord para dentro da floresta, vocês alcançam uma estrada em menos de dois minutos.
– Esta estrada leva ao portão noroeste da vila, allez!
Ele começa a correr e você tenta acompanhá-lo mas por causa do quão fraco ainda está – de toda a água que engoliu quando afogando – uma agonizante dor expande dentro do teus pulmões e você cai ao chão quase desmaiando uma vez que alcançam uma bifurcação na estrada.
– Espere! Eu… Eu não con-consigo… Re-Respirar!
Logo após terminar as tuas palavras, você olha abatidamente para a outra estrada que se estende desta e vê o que parece ser um cadáver de – devido às roupas e a mochila – um courier, em frente uma ponte queimada. Você tenta então avisar o Lord Édouard:
– AH! Te-Tem um cadáver A-... Ali!
Ele volta para a tua localização e ao olhar para o que você aponta, leva um tempo para reagir, mas ao reconhecer a cena pragueja em frustração, aparentemente ainda mais apressado:
– De Dieu de Dieu!
Imediatamente, ele te ajuda a se levantar e retorna a correr em direção à vila, notavelmente mais preocupado do que antes. Você suspeita que ele talvez conhecesse o courier ou que a ponte queimada seja algo muito problemático, mas todos os teus esforços são concentrados em conseguir acompanhá-lo e a tua mente logo se dispersa.
Após mais três minutos correndo, os portões da vila finalmente tornam-se visíveis. Antes mesmo de chegar à nem cinco metros dos portões, o Lord já grita aos guardas:
– Abram os portões, rápido!
Eles fazem como ordenados, permitindo que vocês dois corram para dentro da vila ininterruptamente, no que você sente ser uma velocidade sobre-humana. Passando por prédios e ruas que você nem sabia que existiam antes, mas completamente ignorando-os e às pessoas no caminho, vocês seguem em direção à taverna e, ao entrarem, direto à lareira.
– O que aconteceu?!
Maebh pergunta preocupada ao ver o Lord Édouard e você encharcados e tremendo.
– Eu preciso que você encontre o Commandant Lötschental e o avise para enviar um grupo de resgate imediatamente para as colinas para procurar o Sigmundo. Avise-os que a Besta está por perto também.
O Lord responde – de forma impaciente até – e enquanto a Maebh deixa a taverna ele fala para o Jorge:
– Jorge! Pegue dois cobertores de inverno, rápido. Sem mesmo esperar por uma resposta, ele então te instrui enquanto tira as suas roupas:
– Tire as roupas molhas.
O que imediatamente faz com que a Thaís comece a dispersar as poucas pessoas que se sentavam às mesas e ao bar:
– Ok povo, hora de ir embora, estamos fechando a taverna... Reabriremos a noite.
Enquanto ela os direciona para a saída, Jorge retorna com os cobertores e os entrega para você e o Lord Édouard. Vocês se cobrem e sentam-se extremamente próximos à lareira.
– Então, o que aconteceu? Cadê o Sigmundo?
Ele pergunta em pesado tom de preocupação e, enquanto estendendo as suas mãos perigosamente próximo ao fogo – como se estivesse com pressa para se aquecer – o Lord Édouard responde:
– A Besta nos atacou e acabamos caindo em uma corredeira enquanto correndo, mas o Sigmundo ainda está lá fora, ele correu em direção às colinas antes de o alcançarmos.
Ao mesmo tempo que a face do Jorge é tomada por uma expressão de pavor, o Lord se levanta – já reaquecido o bastante para parar de tremer muito – e segue em direção a saída, mas não sem antes ser parado pela Thaís:
– Onde você vai? Você ainda está tremendo.
– A mansão, há algo que eu preciso resolver agora.
Ele responde apressado e deixa a taverna. Thaís olha para você com uma expressão inquisitiva como se algo mais aconteceu e vocês não falaram sobre, causando-te a lembrar:
– … A! Quando estávamos voltando, nós encontramos um courier morto em frente à uma ponte queimada… Sudeste daqui.
– Meu Deus… Ela fala com surpresa tomando a sua face enquanto cobrindo a sua boca com as suas mãos e tomando um passo para trás.
– O que está acontecendo?
Você pergunta, inquisitivo – sob a impressão de que estão escondendo algo de você – mas ela e o Jorge simplesmente olham um para o outro como se também apenas tivessem suspeitas mas não provas de algo que possa estar acontecendo. Porém, nenhum dos dois parece querer revelar as suas preocupações já que a Thaís rapidamente tenta mudar o assunto:
– Eu vou preparar algo quente para você tomar, é rapidinho.
– Hmm, Jorge, você me ajuda?
– A! Sim sim.
Eles então seguem para a cozinha antes mesmo que você possa protestar, quase como se fossem discutir – em particular – se te contam ou não as suas suspeitas. Sozinho, em frente ao fogo e ainda tremendo um pouco, você começa a se perguntar o que está acontecendo, o que será que estão escondendo e se realmente você pode confiar em alguém, porém antes que possa até mesmo pensar em responder essas perguntas, náusea te acerta intensamente junto com um alto “zunido” nos teus ouvidos. Você se levanta para pedir ajuda mas assim que abre a boca, a tua visão embaça severamente e a consciência te escapa... Você cai desmaiado no piso de madeira.
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