A garota odiava usar talheres, ela achava que Les não faziam sentido e só difícultavam a tarefa de comer.
Mas aquela era o sétimo jantar que ela tinha junto ao duque e ele havia reclamado tanto da forma que a garota comia no último encontro que Estella simplesmente desabafou para sua professora e então se arrependeu.
Sua professora fez questão de lhe ensinar a usar talheres e agora sempre comia uma refeição com ela para lhe ensinar mais e mais.
- Edgar.
O Grã Duque cerrou as sobrancelhas e torceu a boca.
- O que eu já lhe disse sobre me chamar assim?
A garota escondeu o sorriso e continuou a comer.
Ela sabia que aquele homem gostava de impor respeito e apreciava o grande título que possuía.
Estella não negava que o Grã Duque sabia lutar, ela há ia o visto treinar com a espada e derrotar muitos cavaleiros.
Também havia o visto conversar com outros nobres, fazendo-os gaguejar e pedir desculpas.
Então ela sabia que ele era inteligente e forte, mas ele ainda era alguém que ela não conhecia apropriadamente, por isso devia ser cautelosa.
- Grã Duque Ector. - Ela disse, dessa vez com um sorriso aparente.
O Grã Duque torceu o rosto novamente.
Quem estava ensinando aquela criança a ser tão insolente?
- Você tem alguma pergunta?
- Sim.
O Grã Duque suspirou.
- Então prossiga.
A garota olhou para a sombra no canto do cômodo e tentou formular bem a questão que iria fazer.
- Por quê você me trouxe pra cá?
O Grã Duque deu outro suspiro pesado.
Não havia razão em esconder suas emoções em frente aquela garota.
- Pensei que já teria imaginado o porquê, Estella.
Ele a encarou.
- Quando a encontrei você estava acorrentada atrás de uma carruagem. Estava sem comer a dias e já havia andado mais do que qualquer pessoa na sua idade, mas... Ainda assim seus olhos brilhavam em carmesim, queimando em um rosto sem expressão. E seus cabelo prateado, ainda que mal cuidado e totalmente embaraçado, ainda tinha o brilho do luar refletido nele. Não é difícil sabe o que isso significa.
O Grã Duque a olhou, esperando que a garota respondesse a questão que ele não havia feito. Mas a garota só o encarava de volta, sem intenção alguma de dizer algo.
- Quando você olha para mim, Estella, o que é a primeira coisa que vê?
- Seus olhos.
Ela cerrou as sobrancelhas.
- Eles são vermelhos e dão medo.
O Grã Duque deu um pequeno sorriso.
"Então ela tinha medo." - Ele pensou.
- E depois deles?
- Seu cabelo. Ele brilha e parece macio.
O Grã Duque sorriu e encostou na cadeira.
- Como os meus.
- Exatamente.
A garota tremeu, sem saber o que aquilo queria dizer.
- Você... Você é minha família?
O Grão Duque fechou os olhos por alguns instantes.
- O cabelo prateado e olhos carmesim não são heranças de meu lado paterno. Eles são traços único de minha família materna, no qual eu sou o único descendente vivo desde de muitos anos antes de seu nascimento.
A garota arregalou os olhos.
Ela abaixou a cabeça e tentou fazer seu cérebro funcionar.
Estella não se considerava alguém inteligente, mas ele sempre conseguiu sobreviver porque era esperta e conseguia juntar as pistas rapidamente, mas...
Aqueles pistas eram...
Se ele realmente o pai dela, que tratamento era aquele?
- Você é meu pai?
O Grã Duque fez um sinal com a mão, como se aquilo não fosse de tanta importância.
Ela cerrou as sobrancelhas.
Que aceno havia sido aquele?
O que ele queria dizer?
Por quê ele agia daquela maneira?
Por quê ele tratava tudo de forma leviana?
Por quê...
- Então por quê você me trata tão mal? - Ela perguntou batendo seus pinhão na mesa e o encarando furiosamente.
- Então por quê você me trata tão mal? - Ela perguntou batendo seus punhos na mesa e o encarando furiosamente.
O Grã Duque torceu o rosto.
Aquela garotinha havia gritado com ele?
- Por quê?
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