Eu pensei né? Eu não podia ser burra suficiente para ter falado algo assim em voz alta, né?

Falei?

Ele suspirou, alto.

- Eu não estava nem perto dela quando a Lady desmaiou, o que você acha que aconteceria se eu tivesse me aproximando mais?

Ela teria morrido?

- Você tem um bom ponto, admito.

Pera, eu falei em voz alta de novo? Argh!

Luana, controle a sua língua!

- E quanto a suas amigas... Lady Dania se sentiu um tanto sufocada, então caminhamos pelo jardim. Com uma distância satisfatória nós dividindo.

Isso era um movimento esperto.

Dania não estava para brincadeiras. Ela realmente havia achado uma forma de passar tempo com o príncipe sem se forçar muito.

- E Lady Ariane pareceu bastante interessada no jardim enquanto eu tomava meu chá sozinho.

Eu ri.

Aquilo era a cara da Ariane!

- É tão engraçado assim?

- Um pouco. - Admiti.

Ele deu de ombros.

- Não espero muito, então não me importo.

Ahn? 

- Por quê? - Perguntei sem pensar. - Digo, como assim não se importa?

Ele me encarou com uma expressão que dizia claramente: "Você tá brincando, né?"

- Eu nasci com essa habilidade, Lady Ana, então não é algo que esteja acontecendo agora só porque estou a procura de uma parceira.

Fazia sentido.

Por algum motivo, achei que o Mana da Deusa só aparecia depois que a pessoa crescesse, mas isso não fazia sentido, não e?

Só que não há como imaginar um bebêzinho fazendo um monte de gente desmaiar só com seu choro.

Tão estranho!

- Faz sentido. - Admiti. - Meu cérebro estava tendo um pouco de dificuldade para processar isso.

Eu devia tentar ver o ponto de vista dele?

- Às vezes é preciso colocar seu cérebro para funcionar, Milady.

Nesse momento, uma música da minha antiga infância veio rapidamente a minha mente. Era uma linda música chamada: VAI TOMAR NO C*.

Era a segunda vez que eu via essa bosta de Príncipe e ele havia conseguido me chamar de burra nesses dois ocasiões!

- Acredite, só o que esse cérebro faz é funcionar. - Resmunguei, esquecendo totalmente de como deveria medir minhas palavras.

- Hum? Eu não havia percebido.

...

...

Canalha.

- Com uma sensibilidade dessa, meu Príncipe, eu não esperava o contrário

Ele riu.

- Nunca havia esperado ser elogiado por minha sensibilidade. - Ele disse com um sorrisinho, apoiando seu rosto nas suas mãos.

Hahahahah.

Para. De. Me. Seduzir. Desgraça.

Eu lhe odeio, porra!

- Eu tenho quase certeza que até hoje não lhe teci nenhum elogio, meu Príncipe.

Ele ainda sorria.

- "Meu" Príncipe?

Hahahahahahahaha.

Tomar no c*! 

Não me faz corar!

- É uma forma de falar, Príncipe. Por um momento pensei que apenas meu cérebro não funcionava as vezes.

Ele sorriu.

- Então você admite?

...

- Admiti que você consegue ser bem incoveniente com suas palavras. 

- Então é assim que você se refere ao futuro Imperador? - Ele arqueou uma das sobrancelhas. - Como alguém que é "incoveniente"?

- Eu não disse isso!

- Então estou deixando de escutar bem?

OH PORR*!

Levantei no impulso.

- EU NÃO DISSE ISSO! Eu só disse que você sabe ser desagradável com alguém que está tentando manter uma conversa agradável com Vossa Graça!

Pera...

Eu gritei?

Ah merda, eu não só gritei como também levantei e apontei o dedo para ele!