A expressão sorridente de um homem com barba, cabelo grisalho e sem um de seus braços, com uma grande sombra em seu rosto, olha para Saki quando era uma criança, segurando um passarinho que estava com a perna machucada.
“ZAHAHAHAHAHAHA. Saki minha garotinha, você se tornou uma menina admirável, é o meu orgulho!” (Pai da Saki)
Em um quarto escuro, Saki está encolhida no canto chorando enquanto uma voz fala em sua mente.
“Você não é nada! Você e esse seu cabelo ridículo! Tão diferente, tão... IRRITANTE! Isso só afasta as pessoas ao seu redor. Por isso você está sozinha HAHAHAHAAH!” (Voz Maligna)
A mesma expressão sorridente de antes aparece na porta com a luz do sol batendo e seu corpo fica inteiramente sombreado. Saki só conseguia enxergar seus olhos com brilho e seu sorriso reconfortante.
“Minha pequena, por que está chorando? Seu cabelo é maravilhoso! As pessoas tem medo de algo diferente..., mas isso não significa nada! Eu conheço muita gente e nenhuma é tão incrível como você ZAHAHAHAHAAH!” (Pai da Saki)
Vários flashbacks passam pelos sonhos de Saki. Ela está no caminho para o beco em que o portal para a floresta se abriu, mas dessa vez, em um bar próximo, havia uma figura encapuzada com um sorriso maléfico.
Agora ela está com Noelle em seu colo desmaiada, enquanto olha para as nuvens com os olhos de alguém que está insegura sobre seu destino.
Mais uma vez, Saki aparece em uma cratera de uma cidade devastada. Ela está com uma foice preta com adornos violeta em suas costas e um brilho roxo saindo de seus punhos. Seus olhos estão completamente roxos e há vinhas negras entrelaçando seus braços. Ela caminha em direção a uma mulher de vestido longo e preto, com luvas pretas e um guarda sol, ela tem um cabelo de cor roxo e em sua pupila direita há uma lua e na esquerda há uma cruz. Ela ri e provoca.
“Da última vez que nos encontramos assim, você não conseguia nem se manter de pé. É impressionante como uma pessoa pode evoluir tanto. Pode vir, te mandarei para o mesmo lugar que mandei aquele velho maldito!” (Mulher de Vestido)
Os símbolos em seus olhos brilham e Saki começa a ouvir vozes ao fundo.
“Será que ela tá bem? (Noelle)
“Deve tá, deixa ela descansar.” (Monku)
“Ugh!... O que tá acontecendo aqui?” (Saki)
“SAKI! Que bom que acordou.” (Noelle)
“Noelle? Mas... Você não tinha...” (Saki)
Saki começa a chorar sem nem perceber. Monku olha para Saki com uma expressão aliviada e começa a explicar tudo que aconteceu depois dela ter perdido a consciência.
“Você não só matou o Gorila Mestre como também reviveu a Noelle...” (Monku)
“Você tem certeza que é a Noelle mesmo?” (Saki)
“Sou eu mesmo, eu tenho certeza que morri ali. Quando eu abri os olhos eu estava em um lugar todo preto e uma névoa densa, eu andei procurando uma saída, antes mesmo de perceber eu estava sendo carregada por Monku.” (Noelle)
Saki com a mão na cabeça e trêmula olha para o chão indignada.
“Não... Por que comigo? Eu me tornei o que eu mais temia... Eu virei... Uma protagonista de shonen...” (Saki)
Em todos os mangás que a Saki havia leu, ela nunca foi muito fã do “protagonismo no jutsu”, ela odiava cenas como em um momento de fúria, o personagem se torna totalmente apelão e desperta poderes que ninguém sabia que ele tinha (NT: Eu sinceramente tembém não gosto disso, mas é importante pra história, garanto que isso não vai se repetir tão cedo)
“De qualquer forma, eu voltei lá pra pegar a caixa, mas ainda não consegui abrir...” (Monku)
Saki tira a mão da cabeça e olha pra caixa que estava ao lado de Monku.
“Deixa eu ver isso aê” (Saki)
Ela tenta abrir a caixa de todas as formas possíveis, mas nada funciona, ela pergunta para Monku se não havia nada no Enchiridion sobre como abre a caixa
“Não, não tem nada sobre.” (Monku)
“Na sua mochila não tem nada que possa ajudar:” (Noelle)
“Eu só tenho um abridor de garrafa que coloquei por engano.” (Saki)
“Deixa eu tentar uma coisinha.” (Monku)
Monku pega o bastão em suas costas e bate várias vezes na caixa na tentativa de abri-la.
“Tem certeza que essa é a caixa e não só um bloco preto?” (Noelle)
“Tenho. Se você encostar o ouvido e balançar, dá pra escutar algo se mexendo” (Monku)
Logo após a pergunta de Noelle, o bastão de Monku se parte, deixando-o com uma expressão de gol contra.
"Cabrunco! Meu bastão!" (Monku)
“Não é como se fizesse diferença, não é? Você podia ter usado ele contra o gorila pra pelo menos tentar alguma coisa.” (Saki)
“Me deixa em paz, eu não tava conseguindo pensar direito.” (Monku)
“Deu pra ver, você tava todo cagado de medo. Hehe.” (Saki)
Saki debocha da cara de Monku enquanto Noelle começa a olhar para lua com uma expressão de alivio por ter cruzado caminho com esses dois.
"De qualquer forma, é melhor a gente descansar agora, amanhã a gente vai em direção a Shryne. Eu fico vigiando, já descansei o suficiente." (Saki)
"Tem certeza? A gente pode revezar" (Noelle)
“Tá tranquilo, qualquer coisa eu vou acordar vocês.” (Saki)
"Finalmente, ta na hora de eu tirar uma pestana." (Monku)
Enquanto Monku e Noelle dormem, Saki fica de vigia na floresta. Ela olha o horário no mapa, são 2:32 da manhã, está frio e ainda falta algumas horas para eles partirem.
"Ainda bem que eu trouxe um casaco, ta muito frio aqui." (Saki)
"SaAaAkiIii" (Voz estranha)
Saki escuta um sussurro, mas não sabia de onde vinha. O sussurro continuava a chamar seu nome, cada vez mais alto. Ela sente um calafrio na espinha e algo tocando seu braço esquerdo. Se vira rapidamente, mas não há nada por perto.
"O que é isso, quem ta me chamando?" (Saki)
Os sussurros param subitamente e Saki fica atenta o resto da noite sem conseguir dormir. 6 horas da manhã, Saki acorda os dois que estavam dormindo.
"Acorda aí vei, ta na hora." (Saki)
“Quem é vei?" (Monku)
"Tá na hora da gente sair." (Saki)
"Que sair o que vei, deixa disso." (Monku)
"Oh man..." (Saki)
"SAI DESGRAÇA, EU QUERO DORMIR PORRA" (Monku)
Saki dá um murro na cabeça de Monku e ele fica quieto e bem acordado. Noelle acordou com toda a gritaria, então todos já estavam de pé.
"Já ta todo mundo pronto? Eu tô levando água e alguns remédios pra todo mundo, na cidade a gente procura algo pra comer" (Saki)
“Certo!" (Monku e Noelle)
Andando para fora da floresta, Monku tentando diminuir o galo que Saki deixou em sua cabeça enquanto começam a conversar entre si.
"Ei Saki, você acha que esse tal de Galliard vai realmente ajudar a gente?" (Monku)
"Eu não faço ideia, mas espero que sim...”
“...O que que eu preciso falar com ele mesmo?..."
"... Ele é ferreiro então eu devia pedir uma arma pra ele? Meu pai também disse que ele sabia magia... Afinal... o que é essa cidade?" (Saki)
"Pode ser uma cidade comercial, tem um Ferreiro lá, então é capaz de ter outros tipos de vendas" (Noelle)
"Seria bom. Se for isso mesmo, podemos almoçar lá..."
"... Será que eu trouxe dinheiro suficiente?" (Saki)
Eles continuam andando até que avistam uma cidade gigantesca, cercada por uma muralha. Essa cidade poderia ser facilmente considerada um país inteiro. A cidade é repleta de prédios tecnológicos e construções antigas, parece uma mistura de épocas.
“Caraca, essa cidade é enorme!"(Monku)
"Isso é mesmo considerado uma cidade? O que é um país aqui?" (Saki)
"Com certeza tem um restaurante aí dentro." (Noelle)
Todos olham pra Noelle e consentem, afinal, os três estão famintos. Eles avistam de longe uma moto indo na direção deles, quando se aproxima, tem um guarda com armadura e um rifle de assalto na cintura.
"Bem vindos a Shryne! Turistas?" (Guarda)
"Acho que pode se dizer que sim." (Saki)
"Me acompanhem." (Guarda)
O guarda aperta um dos botões em sua moto e ela se estende criando 3 assentos. Eles se olham e concordam em subir na moto. Então são levados para o portão da cidade, onde ganham um cartão amarelo escrito “Turista”, que permite que eles consigam transitar livremente pela cidade.
"Obrigada pela carona. Tem algum lugar aonde a gente possa comer?" (Saki)
"Claro! Seguindo essa rua e virando à esquerda tem um restaurante comum. A comida de lá é muito boa." (Guarda)
"Valeu, obrigada de novo pela carona." (Saki)
Saki, Noelle e Monku seguem o caminho dito pelo guarda. Ao redor havia algumas casas e lojas bem diferentes umas das outras. Chegando no lugar, eles avistam o que seria o restaurante, com uma placa dizendo: " Promoção, 25% de desconto todos os pratos.”
" MIGUÉ! 25% de desconto vei, vamo logo." (Monku)
"E- Espera, A gente nem sabe se o dinheiro que a gente tem dá pra alguma coisa." (Noelle)
"Você tem razão. Eu tô lisin." (Monku)
"Quem você esperava que pagasse sua comida então? Folgado do carai." (Saki)
Monku fica constrangido e entra no restaurante junto com meninas. Lá dentro, o restaurante parecia bem maior do que se parece por fora. Eles sentam em uma das mesas esperando o atendimento.
"Tããão geladinho. Aqui não é muito maior do que parece lá fora?" (Noelle)
"Eu acho que a gente nem devia ta aqui, os pratos parecem bem caros." (Saki)
"Que nada!" (Monku)
Monku chama um dos garçons que estavam passando e pergunta o preço dos pratos.
"O que??? 3 moedas de prata um único prato?" (Monku)
"Errrr... Quanto custa 3 moedas de prata?" (Saki)
"É mesmo, você não é daqui não é saki? 3 Moedas de prata é um salário mínimo por aqui." (Noelle)
"Então tem salário mínimo aqui... Pera aí, um único prato é papo de mil conto? Isso aqui não era pra ser um restaurante comum? Maldito seja o capitalismo..."
"... Vamo embora daqui. Eu não tenho todo esse dinheiro" (Saki)
Eles vão embora enquanto todas as pessoas que estão comendo olham para eles. Quando saem do restaurante, Saki vê um grupo de pessoas pedindo esmola e pensa em se juntar a eles.
"Ugh!... Vamo atrás do Galliard, eu não tô vendo nenhum outro lugar que pelo menos pareça barato. Eu só tenho 60 conto, depois a gente vê o que come." (Saki)
"Awwwww, eu tô morrendo de fome" (Noelle)
"Acho que vou morrer." (Monku)
"Tem gente pior do que isso, você não vai morrer." (Saki)
O trio caminha até o local marcado no mapa de Saki, enquanto suas barrigas roncam. Chegando lá, era uma casa medieval com uma chaminé no fundo, batem na porta e quem abre é um homem alto e careca, ele tem uma barba curta e usa roupas de ferreiro.
"Quem são vocês? Clientes?" (Galliard)
"Talvez sim. A gente pode entrar?" (Saki)
Saki mostra o cartão de turista para Galliard que deixa o grupo entrar.
"Então, quem são vocês e o que vocês querem? Eu ainda tô no meu horário de trabalho." (Galliard)
"Primeiro, eu sou Saki, esse cara feio é Monku e essa garota bonitinha é Noelle..."
"Antes de perguntar algumas coisas... Pode nos dar um pouco de água?"(Saki)
Saki pede água para Galliard enquanto suspira achando que está perdendo tempo.
"Eu não tenho o dia todo, falem o que querem logo, por favor." (Galliard)
Saki tira de sua mochila a caixa preta e mostra a Galliard. Enquanto Saki se vira para pegar a caixa, seu colar balança, Galliard o vê, se espanta e pergunta.
"Ga-Garota, esse seu colar... Por acaso alguém deu ele pra você?" (Galliard)
"Hã? Ah sim, foi presente do meu pai." (Saki)
"Quer dizer que você é filha dele??? Hahahaahaha. Aquele velho, ele podia ter me avisado antes, eu teria me preparado!" (Galliard)
"Você conhece meu pai?" (Saki)
"É claro que sim. Afinal, ele que me pediu para construir o modelo deste colar. Apesar de não me dizer o que faria com ele." (Galliard)
"Queeeeeeee?" (Monku)
"Você deve ser muito bom pra conseguir forjar isso" (Noelle)
"Quer dizer que, foi você que forjou isso? Mas é algo tão pequeno pra ser forjado por mãos grandes como as suas! Sem ofensa..." (Saki)
"Hehehehe. Não me subestime criança, eu posso parecer desajeitado, mas sou o melhor ferreiro de Shryne inteira..."
"Vamos, me diga com o que você precisa de ajuda!" (Galliard)
Saki entrega a caixa preta para Galliard que começa a analisa-la de todas as maneiras possíveis.
"Bom, acho que sei como abri isso..." (Galliard)
"Sério? A gente ta tentando abrir essa caixa há um bom tempo, mas nada funciona, meu pai disse que você poderia me ajudar se algo estiver relacionado a magia. Tem algo a ver com isso?" (Saki)
"Sim, sim... Essa caixa foi selada com uma magia bem complicada, pode demorar um pouco para conseguir arrumar isso, mas eu consigo." (Galliard)
"Ótimo, finalmente a gente vai ver o que tem dentro disso.”(Saki)
"Então... O que a gente faz nesse tempo?"(Monku)
"Por que vocês não vão comer ali na praça? Tem ótimos cachorros quentes por lá, deem uma olhada" (Galliard)
"O problema é que a gente não tem nenhum dinheiro..." (Saki)
"Só digam que eu os mandei lá, ele vai liberar pra vocês" (Galliard)
“Carai, o coroa tem os contatos!” (Monku)
Saki e os outros parecem empolgados, eles vão conseguir comer depois de tanto tempo e ainda de graça.
"Sério mesmo? Muito obrigada, Senhor Galliard" (Saki)
"Hehehee. Vão logo"
Eles saem correndo em direção a praça e deixam Galliard sozinho trabalhando na caixa.
"Hahhahaha. Essas crianças... Sua filha cresceu muito, Velho. Vou fazer o possível para retribuir o favor que fez por mim naquele dia, mas... eu sinto algo estranho vindo dela..."
"Parece que vou ter que observa-la por um tempinho" (Galliard)
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