Em um quarto emprestado por Galliard, Saki não consegue dormir. Está sentada na cama em um monólogo com sigo mesma.
Eu... Sempre fui uma criança medrosa. Nunca tive muitos amigos... E tinha medo de nunca ter. Sempre tive vergonha da cor do meu cabelo... E tinha medo de não ser aceita pelos outros. Eu nunca soube o que queria para a minha vida. Nunca soube o porquê de eu não ter uma mãe. O motivo pelo qual meu pai sempre esteve fazendo pesquisas quando não estava cuidando de mim. A única coisa que eu sabia... É que eu não aguentava mais ser fraca, medrosa e indecisa. Uma criança solitária... Com vergonha de si mesma... " (Saki)
Noelle acorda no meio da noite e vê Saki sentada em sua cama.
"Uh? Saki? Não está conseguindo dormir?" (Noelle)
"Não. Eu tô bem, só não tô com muito sono. Não se preocupe. Pode voltar a dormir." (Saki)
"Se você diz... Então boa noite." (Noelle)
"Talvez... Seja por isso que eu estou aqui. Eu podia ter desistido de tudo assim que eu não consegui achar o Palácio. Mas esses dois... Eles não se incomodaram com meu cabelo... Pelo contrário. Eles me seguiram apenas por que queriam ficar comigo... Eu acho que... Eu conheci... Boas pessoas... Noelle... Monku... Galliard... Pai... Até a doida da Elena não parecia ruim, só é um pouco obcecada por dinheiro...”. (Saki)
Saki finalmente dorme. E só é acordada no outro dia por Noelle e Monku.
"Saki! Saki!" (Monku e Noelle)
"Que é? Me deixa dormir." (Saki)
"Então que horas a gente vai ouvir o que Galliard descobriu sobre a chave?" (Monku)
"É mesmo... A CHAVE! Cara... Eu esqueci completamente dela depois que Elena apareceu." (Saki)
"Pois é... Galliard disse que acordou mais cedo só para trabalhar nela. Ele também disse que tem algo a falar pra gente" (Noelle)
"Deixa só eu vassourar os dentes." (Saki)
Saki vai para o banheiro lavar o rosto. Quando se olha no espelho, aparece algo como uma névoa negra atrás de seu reflexo. Assustada, ela lava o rosto mais uma vez e a névoa desaparece.
"Saki! Vem rápido!" (Noelle)
"Tô descendo!" (Saki)
Saki desce as escadas e dá de cara com os outros
"Finalmente... Criança." (Elena)
"Já disse que não sou criança." (Saki)
"Bom... Vou direto ao ponto. A chave tem um jeito específico de se ativar." (Galliard)
"Como assim?" (Monku)
"A pessoa que está segurando a chave... Ela deve estar com o coração aberto para recitar algumas palavras... Simples não?" (Galliard)
"É meio clichê... Quais são as palavras?"
"Porque tudo por aqui parece uma história genérica de mangá?" (Saki)
"É muito fácil. É só dizer "A chave do meu corpo revelará a minha alma." só repetir isso 3 vezes." (Galliard)
"Achei fácil." (Monku)
"É realmente bem simples." (Noelle)
"Acho que... Posso tentar?" (Saki)
Galliard dá a chave para Saki. Ela respira fundo e recita as palavras.
"A chave do meu corpo revelará a minha alma. A chave do meu corpo revelará a minha alma. A chave do meu corpo revelará a minha alma." (Saki)
A chave não reage. Saki não entende o que está acontecendo e pergunta.
"O que tá acontecendo? Porque não funcionou?" (Saki)
"E- Eu não sei... Nunca vi nada desse tipo." (Galliard)
"Deixa eu tentar." (Monku)
"A chave do meu corpo revelará a minha alma. A chave do meu corpo revelará a minha alma. A chave do meu corpo revelará a minha alma." (Monku)
Desta vez. A chave reage. Um brilho baixo, da mesma cor da chave é expelido. Uma neblina começa a de formar e uma voz começa a falar.
“Você... Você busca poder... Você quer ser forte para que ninguém passe pelo que você passou... A sua linhagem descende de alguém muito poderoso... Seu potencial é enorme... Boa sorte, em sua jornada.”
"O que? Porquê dessa vez funcionou? O que você fez?" (Saki)
"Eu não sei. Só aconteceu." (Monku)
"Deixa eu tentar também!" (Noelle)
Noelle recita as palavras e a mesma coisa acontece. A neblina diz.
“Você... Quer provar a todos que é forte e útil... Continue com sua convicção e seus objetivos serão alcançados. Boa sorte, em sua jornada."
"Funcionou... Saki... Você por acaso... Tem alguma motivação para usar a chave?" (Noelle)
"Que? Como assim? Claro que tenho! De onde tirou isso?" (Saki)
"Acho que... Tem que haver alguma motivação certa para funcionar." (Noelle)
"Tanto faz. Essa porcaria tá quebrada." (Saki)
"Talvez não funcione com pirralhos birrentos. (Elena)
"Eles têm a mesma idade que eu, sua veia." (Saki)
"Tá folgada não é criança? Quer pagar com a vida?" (Elena)
"Se acalmem meninas. Saki, deixa que eu pesquiso alguma coisa a mais sobre a chave. Vão para o castelo. A solicitação tem que ser dada o mais cedo possível." (Galliard)
"Arg! Tá bom. Vamo logo então..." (Saki)
"Vamo!" (Monku)
Saki, Noelle e Monku vão para o castelo. No meio do caminho eles avistam Ecarin. Ele ainda estava procurando alguém para ajuda-lo e avista o trio.
"Ei! Vocês! Me ajud-" (Ecarin)
"Agora não dá tamo com pressa!" (Saki)
Saki se recusa a ajudar. Ela continua desconfiada sobre ele e vai direto para o castelo.
"Saki. Tem certeza que ele não é alguém que só precisa de ajuda?" (Noelle)
"Não. Mas só sinto que se ajudarmos ele, vai dar ruim." (Saki)
Eles chegam no castelo e lá havia um homem de cabelo vermelho e olhos azuis. Ele vestia uma roupa branca com uma espada dourada na cintura.
"Com licença. É aqui que faz a solicitação pra falar com a rainha? (Saki)
O rapaz responde com uma expressão tranquila. É como se cada palavra que saísse de sua boca reconfortasse o coração das pessoas e trouxesse confiança para todos.
"Olá. É aqui mesmo, só falar com essa moça que ela vai dar a vocês as instruções do que fazer."
Saki fica corada por um momento, mas logo e recompõe;
"Ah. Valeu aí." (Saki)
"Sem problemas."
O homem vai embora andando normalmente em direção à uma pessoa que estava com alguns bonecos de madeira e umas caixas em volta.
"Elena e Galliard disseram que não era tão fácil conseguir falar com a rainha, mas parece tão simples." (Monku)
"Se pá eles só estavam fazendo drama." (Saki)
Saki se vira, fala com a moça que estava atrás da janela de vidro e pergunta.
"Boa tarde! Como que faz pra falar com a rainha por aqui?" (Saki)
A moça responde de forma tediosa e cansada. Como se ela já estivesse ali há muito tempo.
"Boa tarde, meu nome é Ana. Tem algum cartão?" (Ana)
"Eu tenho esse aqui." (Saki)
Saki mostra o cartão de turista que havia recebido quando entrou na cidade.
"Sobe a direita. No 10° andar vai ter uma porta beeeeem grande. A rainha vai estar atrás dela. Só assina aqui antes. " (Ana)
Saki assina o documento e se vira para a entrada do castelo.
"Tô falando que era só drama." (Saki)
"Algum problema, senhorita?" (Ana)
“Não. Nenhum. Obrigada." (Saki)
"Parece que agora eu vou participar de uma dungeon. Naaaaaaada parecido com os mangás de que copiam "Solo Leveling".
Saki volta para os dois e fala para eles o que devem fazer e entram no castelo. Dentro do castelo era enorme. Era como uma catedral, mas estranhamente não havia nada no térreo.
"Subir até o 10° andar né... Não tem nenhum elevador não?" (Monku)
"A gente realmente tem que subir esses andares todos a pé?" (Noelle)
"Não reclamem. É o que dá pra fazer." (Saki)
Eles sobem as primeiras escadas e chegam ao primeiro andar. Havia um homem que estava virado para um quadro branco, sentado em uma cadeira giratória. Em um tom meio sério ele fala.
"Boa tarde... Viajantes. Querem falar com a rainha. Certo?"
"E o senhor é...?" (Saki)
"Eu sou o Professor." (Professor)
"Professor?" (Saki)
"Isso mesmo. Pulando as outras apresentações... Senhorita Saki. Meu trabalho é alertar pessoas, como vocês, os perigos de tentar chegar até a rainha. Sentem se por favor." (Professor)
O professor “spawna” 3 cadeiras e uma mesa na frente do trio.
"Como é que cê sabe meu nome?" (Saki)
"Eu conheço todos aqueles que entram no castelo." (Professor)
"Ok... Que estranho." (Saki)
"Depois deste andar... Cada um terá algum ou alguns inimigos que vocês terão que derrotar. Mas recomendo que treinem antes. A cada andar que você sobe, tudo fica mais difícil. Também, algumas salas terão condições especiais para combate." (Professor)
"Até agora tá tudo muito simples. Vocês não acham?" (Monku)
"Também tô achando." (Noelle)
"Bom... Isso é tudo?" (Saki)
"Sim! Meu único alerta é que... Não é qualquer um que consegue falar com a rainha." (Professor)
"Relaxa. Eu não sou qualquer uma." (Saki)
“É o que veremos...” (Professor)
"Saki... Não acha que tá subestimando muito esse lugar." (Noelle)
"Talvez um pouco..." (Saki)
Eles sobem as outras escadas enquanto o Professor se vira novamente e diz.
"Majestade... Eu presumo que eles não estão prontos ainda. A senhora não fala nem com o seu irmão... Tem certeza disso?" (Professor)
“Tenho. Essa garota... há algo nela.” (Rainha)
Chegando ao segundo andar. Havia vários monstros. Elas pareciam slimes rosas.
"Eu não tô acreditando nisso... Pra mim já deu. Não vou questionar mais nada. Eu odeio isekai e parece que eu tô em um. Aonde foi que eu pequei pra merecer isso?" (Saki)
Monku sussurra para Noelle.
"Ela tá de novo com esse papo de isekai. O que é isso?" (Monku)
"Como é que eu vou saber? Eu também não sei nada." (Noelle)
"Eu explico pra vocês depois. Podiam aprender a sussurrar também, eu tô escutando tudo." (Saki)
"Perdemo." (Monku)
"Vamo terminar logo com isso." (Saki)
Eles começam a acertar os slimes com golpes simples. Apenas socos e chutes eram suficientes. O 3° e 4° andar foram a mesma coisa. No 5° andar eles já estavam bem cansados, mas conseguiram derrotar os slimes.
"Que saco! Só tem slime aqui? Já tô ficando cheia de ódio." (Saki)
"Relaxa. Já tá acabando." (Monku)
"Saki... Você tá estranha ultimamente. Aconteceu alguma coisa?" (Noelle)
"Estranha? Eu tô perfeitamente bem." (Saki)
"Você parece meio estressada." (Noelle)
"NÃO ESTOU!" (Saki)
Noelle se assusta com o grito. Saki volta a subir as escadas, mas Monku e Noelle hesitam em continuar. No 6° andar, numa sala que parecia uma selva, tem uma mulher com um vestido verde e vinhas pelos seus braços.
"Olá, crianças... Como foi a vinda de vocês até aqui? Foi fácil, não? Fico até desacreditada que a rainha colocou uns bichinhos desses para parar as pessoas que querem ir até ela. Mas aqui é diferente. Agora sou eu quem vocês têm que derrotar."
"Finalmente alguém que parece forte! Me diga seu nome!" (Saki)
"Meu nome é Rosa, pirralha" (Rosa)
Os olhos de Saki escurecem e ela abre um sorriso maligno em seu rosto. Ela corre pra cima de Rosa tentando um soco em seu rosto.
Rosa defende com uma parede de vinhas e e com um simples balançar do braço Saki é atingida por um cipó bem em seu estômago, empurrando-a para longe.
Saki se levanta rapidamente e tenta uma sequência de chutes em Rosa, mas nenhum acerta. Novamente, Rosa a ataca com suas vinhas, empurrando Saki para o outro lado da sala. Após vomitar por conta do golpe em sua barriga, Saki se levante enquanto Rosa a provoca
"Você é muito fraca criança. E esses seus amiguinhos? Não vão fazer nada?" (Rosa)
"DEIXA ELES FORA DISSO." (Saki)
"Saki! Deixa a gente te ajudar." (Monku)
"Não! É muito perigoso!" (Saki)
"A gente lutou contra todos aqueles slimes juntos esse tempo todo se ajudando. Lembra? Quando um dos slimes derrubou uma estante em cima de mim, foi você que me salvou. E quando uma horda se juntou em você, fomos nós que te ajudamos. É assim que funciona um grupo." (Noelle)
Os olhos de Saki voltam ao normal. Como se ela tivesse acabado de acordar.
"Noelle..." (Saki)
"Já chega disso. Esse tipo de conversa me deixa até enjoada. Voltem aqui quando ficarem realmente fortes." (Rosa)
Rosa os agarra com suas vinhas mandando os 3 pela janela. Enquanto caiam desesperados. Um raio amarelo passa por eles e chegam ao chão em instantes.
"Vocês deveriam ter mais cuidado. O fariam se eu não estivesse por perto?"
"Você... Você é o..." (Saki)
Saki desmaia no meio da rua. Em seu corpo havia algumas marcas de queimado. Monku e Noelle ficam desesperados. A pessoa que os salvou a segura no colo e pergunta.
"Aonde vocês estão ficando? Ela precisa de um lugar pra descansar."
"A gente tá ficando na casa de um amigo. Vem com a gente." (Monku)
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