Monku e Noelle estão correndo com o homem que os salvou até a casa que estavam. Galliard abre a porta e se assusta com a situação de Saki. Ele a pega no colo e a leva para a cama. Coloca um pano molhado em sua testa e atadura com magia nas queimaduras.
"Ainda bem que você a trouxe logo. Poderia ter ficado bem pior. Qual é o seu nome, rapaz? " (Galliard)
"Meu nome Eliot. Fico feliz por ter ajudado." (Eliot)
"O que a Saki tem!?" (Noelle)
"É algo que eu temia... Saki... Ela te-" (Galliard)
A porta se abre lentamente e Saki entra na sala. Ela estava confusa sobre tudo que está acontecendo.
"O que tá rolando aqui?" (Saki)
"SAKI? O que está fazendo aqui? Você ainda tem que se recuperar." (Galliard)
"Eu tô bem. Mas antes... Monku... Noelle..." (Saki)
Com uma voz trêmula, Saki se curva.
"Me desculpem. Eu não estava completamente sã. Por favor... Me perdoem." (Saki)
"Sa-" (Monku)
Noelle anda até Saki com uma expressão séria. Saki olha para seu rosto e pensa que seria deixada sozinha mais uma vez.
"Você é uma pessoa bem difícil... Você é cabeça dura e não tem muita paciência. Eu sinceramente já me perguntei se deveria continuar nessa jornada com você..." (Noelle)
"E- Eu sint-" (Saki)
"Mas você ainda assim é gentil. Você me salvou 2 vezes lá na floresta, mesmo me conhecendo a tão pouco tempo. Você chorou por mim quando morri. Se não fosse você... Eu e Monku estaríamos mortos. E mesmo hoje... irritada... Você quis nos proteger. Você me fez prometer algo. E eu vou cumprir minha promessa para você não precisar mais nos proteger. Vamos cuidar das suas costas, enquanto você cuida das nossas." (Noelle)
Assim que Noelle termina de falar, Saki tem uma visão semelhante à de quando ela estava desmaiada após de matar o Gorila Rei.
Dessa vez, estava lutando contra uma horda de monstros, enquanto segura sua foice. Noelle e Monku estavam dando cobertura lutando contra os monstros. Monku estava com um bastão vermelho que tinha pontas douradas com pequenas chamas, e Noelle estava com garras afiadas formadas por raios matando todos os monstros.
“Bem... Desculpe interromper o momento, mas eu tenho algo a contar para vocês. Eu não queria acreditar que fosse isso, mas..." (Galliard)
"Então eu já vou indo. Não tenho direito de saber assuntos pessoais de pessoas que acabei de conhecer. Senhor Galliard, obrigado pela água. E Saki... Se cuida" (Eliot)
Eliot se curva e vai em direção a porta. Ao sair da casa todos ouvem um grito do lado de fora.
"O QUE O IRMÃO DA IMPERATRIZ TA FAZENDO AQUI?" (Elena)
"QUEEEEEEEEE?" (Todos)
Eliot e Elena entram em casa. Todos estão sentados em um clima estranho. Ninguém sabe como falar com Eliot agora.
"Então... Você é o irmão da Imperatriz?" (Saki)
"Sim. " (Eliot)
"E porque não disse antes?" (Monku)
"Ninguém perguntou." (Eliot)
"E por que você estava saindo da minha casa?" (Elena)
"Querida, olhe como fala." (Galliard)
"S- Sim" (Elena)
Eliot aponta para saki de forma educada e diz.
"Eu vim trazê-la. Ela e seus amigos estavam caindo de cima da torre, mas só ela estava com queimaduras por todo o corpo e foi a única que desmaiou." (Eliot)
"Essa garota só dá trabalho." (Elena)
"Não enche. Eu não sabia que aquela mulher seria tão forte." (Saki)
"Que mulher?!" (Elena, Galliard e Eliot)
"Uma tal de Rosa. Eu não lembro direito como ela era. Pra mim estava tudo borrado." (Saki)
“Então vocês a enfrentaram... (Elliot)
"De qualquer forma... Você é o irmão da imperatriz... Não tem alguma outra forma de falar com ela?" (Noelle)
"Eu gostaria de ajudar..., mas não tem como. Nem eu consigo falar com ela direito... Ela não fala com ninguém há anos..." (Eliot)
"Que? Porquê?" (Monku)
"Assim que ela se tornou a imperatriz, houve uma tentativa de assassinato. Minha irmã perdeu um dedo e foi envenenada. Por sorte alguém a salvou e a curou com uma magia poderosa, mas não há registros dele. Desde então, ela ficou traumatizada e criou uma lei que ninguém chegaria perto dela outra vez." (Eliot)
"Por isso que ela colocou todas aquelas coisas no castelo... " (Saki)
"Atualmente, eu sou o único que conseguiu chegar ao final do castelo. Mas ainda assim ela pouco fala comigo. Por isso sempre vou ao castelo para entregar cartas." (Eliot)
"Por acaso... Ela sabe algo sobre o Sangue de Lilith?" (Saki)
"Acho que sim, quando uma mulher se torna imperatriz, ela recebe aulas exclusivas com a antiga imperatriz sobre o mundo antigo. Como nossa mãe morreu um pouco depois de suas aulas acabarem... Acredito que ela saberá alguma coisa.” (Eliot)
"É tipo um telefone sem fio..., mas é lá mesmo que eu tenho que ir..." (Saki)
"Vai com calma. Não é fácil chegar, se vocês perderam para Rosa... Acho difícil que consigam passar pelos próximos andares." (Eliot)
O trio fica inquieto. Para Saki, a voz de todos está abafada. Ela está se concentrando apenas em seus pensamentos.
"Eu tenho que ficar mais forte..., mas como? Será que se eu ficar matando os slimes no castelo é como se eu estivesse upando de level?... E a área de “status” no menu? Quando vi da primeira vez dizia que era um sistema indisponível... E agora?" (Saki)
Saki abre o menu na frente de todos e abre a opção “status”.
" Saki... Desde quando seu colar faz isso? "(Galliard)
"Desde o dia em que meu pai falou para eu vir até aqui." (Saki)
"E porque você não disse isso antes?" (Elena)
"Ninguém perguntou..." (Saki)
A função ainda estava indisponível. Saki guarda seu colar e enquanto vai para fora da sala, Galliard a interrompe.
“Espere. Seu pai não me disse por que queria este colar, mas... Julgando toda a situação... Talvez eu consiga resolver isso. E ainda tenho algo a contar." (Galliard)
"Gente... Agora eu vou indo, de verdade. Tenho compromissos ainda hoje." (Elliot)
"Até mais." (Todos)
Eliot sai da casa, mas o som de seus passos desaparece assim que fecha a porta
"Enfim... Saki, o que eu queria te contar antes... É que... Desde que chegou aqui, eu senti algo estranho vindo de você. O que estou tentando te dizer pode parecer meio assustador..., mas não se desespere." (Galliard)
"Fala logo. Eu já tô desesperada aqui..." (Saki)
Em um tom sério e calmo, com um clima assustador, Galliard diz.
“Em resumo... Dentro de você... Há uma força obscura... Em você... Reside um demônio.” (Galliard)
"É O QUEEEEEEEEE?" (Todos)
Saki se lembra de momentos chaves que a levaram a acreditar nisso. O suposto "bicho" que Monku havia visto em seu ombro e as vozes na sua cabeça.
“Não pode ser!” (Noelle)
"Calma... O que ele tá falando provavelmente é verdade." (Saki)
"Quer dizer que você acredita nisso? Isso é maluquice." (Monku)
"Eu não tenho motivos para não acreditar... Recentemente... Tenho escutado uma voz na minha cabeça. Por favor, acreditem." (Saki)
"Por favor, não criem pânico... Eu conheço um selo mágico que pode deixar o demônio preso." (Galliard)
"Mas isso por acaso é seguro?" (Monku)
"Isso não vai machucar a Saki, certo?" (Noelle)
"Pode ser que doa um pouco no processo, mas nada com o que se preocupar." (Galliard)
"Me deixem sozinha um pouco... Eu... quero pensar nisso sozinha." (Saki)
Saki sobe as escadas para o quarto que Galliard emprestou. Fora da casa, Eliot estava escutando tudo. Ele entendeu a situação e foi embora.
Sozinha no quarto, Saki tenta algo novo.
"Alô... Senhor... Demônio?... É, foi o que pensei. Porque isso tudo tá acontecendo comigo? Eu só queria respostas..." (Saki)
"Pare de mentir para se mesma, criança tola. Se você realmente só quer respostas... Então por que protege aqueles dois?"
“É VOCÊ?” (Saki)
"HAHAHAHAHAHA. Permita me apresentar... Como posso dizer... Eu sou... VOCÊ. Porém, apenas a parte maligna que habita em você. O seu mais puro ódio e tristeza... Venha... Vamos nos conhecer pessoalmente..."
Saki aparece em uma sala. A sala é completamente preta, há apenas uma mesa e duas cadeiras, com uma luz por cima. Ela está com as duas mãos amarradas na cadeira. Na sua frente... É como se estivesse olhando em um espelho, com apenas algumas diferenças.
"Porque está fazendo isso?" (Saki)
O demônio sai da escuridão. Ele possui a mesma aparência que Saki, mas sua pele é completamente branca, seus olhos pretos e dentes afiados. (NT: Irei me referir a ele como "Ikas". Lê-se "Aicas")
"Porque estou fazendo isso? Simples. Eu quero. EU POSSO." (Ikas)
"Me solta, seu fudido. Essa é a minha mente. Saí daqui." (Saki)
"Tsc, Tsc. Você está certa. Esta é sua mente, mas digamos que esse é o meu cantinho... Quando cheguei aqui, estava uma bagunça, cheio de inseguranças e tristezas. Eu me aproveitei disso e consertei tudo neste lugar. Você deveria ser grata a mim. Eu não só arrumei tudo isso, como também revivi sua amiguinha." (Ikas)
"Quer dizer que... Arg! Eu realmente sou grata por isso..., MAS EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER O QUE BEM ENTENDE NA MINHA MENTE E NO MEU CORPO." (Saki)
"Ui que medinho... Deixe-me te explicar uma coisinha. Quando suas emoções chegam à flor da pele... Esta sala começa a "vazar" para todos os lados, então todo o caos do seu corpo é expelido. Você fica mais agressiva e eu fico cada vez mais perto de dominar o seu corpo. E saiba... Eu não entrei no seu corpo por nada... Assim que eu te dominar... Eu vou matar todos ao seu redor e farei questão de mostrar toda a cena e depois... Depois eu mato o resto das pessoas deste mundo miserável e matarei aquele que me fez sofrer por tantos anos... Tchauzinho... Saki Nakamura." (Ikas)
O chão começa a se quebrar e Saki cai em um buraco sem fundo. No mundo real, ela acorda suando e com a respiração pesada. Depois de conversar com sua versão demoníaca, Saki corre até Galliard.
"Galliard, faça o selo... Agora." (Saki)
Galliard e os outros olham para Saki, vendo sua expressão de fúria, entendem rapidamente que nada que falarem vai adiantar. Ele se levanta e prepara o selo.
"Saki... Este selo não vai acabar com o demônio, só vai impedir que te domine. O selo que colocarei em você vai apenas suprimir a energia demoníaca em seu corpo. Essa energia demoníaca é-" (Galliard)
"É o poder do demônio. Eu sei disso. Só quero garantir que ele não fará mal a ninguém" (Saki)
Galliard vai para a frente de Saki, puxa a gola de sua camisa no lado esquerdo. Com um pincel ele desenha o selo. Uma meia lua com traços de uma ponta a outra.
"Aaarg! Isso queima." (Saki)
"Eu avisei que podia doer" (Galliard)
Noelle corre desesperada em direção a Saki.
"SAKI. Você tá bem? Doeu muito?" (Noelle)
"Não. Não foi nada, tá tranquileba." (Saki)
Noelle se sente aliviada, enquanto Monku está mais quieto que o de costume. Algo parece estar incomodando.
"Errr... Monku? Tá tudo bem?" (Saki)
"Hum? Ah sim, tá tudo certo. Que bom que deu tudo certo aí também." (Monku)
"É, deu sim..." (Saki)
"Aí criança... Espero que pague por isso" (Elena)
"Tá bom. Eu vou pagar" (Saki)
"Querido, o jantar tá pronto." (Elena)
"Ah, obrigado, sem você não sei o que eu seria." (Galliard)
"Nada!" (Elena)
"Que casamento mais estranho." (Saki, Monku e Noelle)
"Venham, vamos comer!" (Galliard)
Todos se reúnem em uma mesa redonda. Eles comem e depois vão para a cama.
"Bom... O que vocês acham de começar a treinar a partir de amanhã? Sabe... Eu não acho que a gente deveria se aproveitar da casa do Galliard parecendo um bando de vagabundo. E... Eu também quero conseguir falar com a rainha... Desculpa por fazer um pedido meio egoísta. "(Saki)
"Não precisa de desculpar. A gente iria de qualquer jeito. Cada um aqui tem um motivo diferente para treinar." (Monku)
"É verdade... Se continuarmos desse jeito, não vamos a lugar algum." (Noelle)
"Hehe. Vocês estão certos. Amanhã vamos ter um dia longo. Durmam bastante, boa noite." (Saki)
"Boa noite." (Monku e Noelle)
Saki se vira para dormir, mas continua acordada por um tempo.
"Espero que o selo funcione... Finalmente vou conseguir dormir em paz de novo." (Saki)
Assim que Saki dorme. Monku se levanta. Ele pega suas coisas e deixa um bilhete em sua cama. Na manhã seguinte as meninas acordam e leem.
"Acho melhor treinarmos separados, balançar os punhos e um bastão não vão proteger ninguém. Quero melhorar minhas técnicas. Não vou deixar mais ninguém se machucar, nada vai se repetir. Vou estar na floresta, me sinto mais confortável lá. Apenas me chamem se for urgente."
"Ele podia ter falado com a gente antes..." (Saki)
"..." (Noelle)
"O que foi?" (Saki)
"Talvez ele esteja certo. Nós não sabemos lutar, eu nem uma arma tenho. Não sou forte o suficiente..." (Noelle)
"Certo... Então vamos fazer isso. Parece que não vamos nos ver por um tempo..." (Saki)
"Sim... A gente se conhece a tão pouco tempo, mas acho que vou sentir saudades..." (Noelle)
"Tem mais ou menos uma semana desde que minha vida mudou completamente, ainda bem que conheci pessoas como vocês." (Saki)
Noelle se joga para cima de Saki com um abraço e fala com uma voz trêmula.
"A gente vai se ver de novo?" (Noelle)
"Mas é claro! Só tá começando. A gente só tem que ficar cada vez mais forte." (Saki)
Elas saem do quarto e dão de cara com Galliard na cozinha.
"Galliard..." (Saki)
Por um curto período fica apenas o silêncio na cozinha e as duas se curvam como despedida.
"O que estão fazendo?" (Galliard)
"A gente precisa treinar. Cada um está indo para um lugar diferentes. Vamos nos encontrar em alguns meses." (Saki)
Galliard suspira e vai em direção a Saki.
"Eu não tinha feito isso antes porque não imaginava que iria tão longe em um único dia." (Galliard)
"O que foi?" (Saki)
Com uma magia do Mundo Antigo, Galliard transforma o colar de Saki em uma arma de verdade.
"Isso se chama expansão mágica. Com isso você pode transformar algo que possui seu sangue em uma arma de verdade de acordo com a vontade do indivíduo. Você aparentemente tem um grande afeto por esse colar, então a forma que a arma se manifestou foi a de uma foice." (Galliard)
"Eu não tenho onde guardar isso" (Saki)
"Isso é fácil. A forma que você imaginar vai se materializar no artefato." (Galliard)
"Isso é quebrado demais." (Saki)
Saki tenta pensar em uma forma para manter o artefato. A foice brilha e logo se transforma em um Bracelete.
"Entendi como funciona. É bem fácil. Obrigada de novo, qualquer dia eu pago." (Saki)
"Não se preocupe hahahahaha." (Galliard)
"Então... Vou indo nessa. Tchau... Noel." (Saki)
"Alguns meses não é... Até." (Noelle)
Noelle se despede com um sorriso no rosto vendo Saki sair. Assim que ela sai, se vira para Galliard.
"Senhor Galliard. O senhor sabe bastante sobre magia, não é? Por favor me ensine!" (Noelle)
"O que? Tem certeza?" (Galliard)
"Sim! Eu não sou boa em lutas corpo a corpo. Magia seria a melhor opção pra mim." (Noelle)
"Acho que vou ter que fechar a loja por um tempinho... Me siga." (Galliard)
"O que? Não tem problema fechar a loja?" (Galliard)
"Fica tranquila. Não tem com o que se preocupar." (Galliard)
Galliard fecha a loja e guia Noelle até o lugar onde treinariam esse tempo todo.
Por outro lado, na noite do dia anterior. Na saída da cidade, Monku está em direção a floresta. De longe, há uma pessoa com uma espada dourada na bainha e em um flash amarelo ela desaparece.
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