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Guerreiros

Capítulo 5 – Vazio. (parte2)

Capítulo 5 – Vazio. (parte2)

Oct 08, 2021

This content is intended for mature audiences for the following reasons.

  • •  Abuse - Physical and/or Emotional
  • •  Mental Health Topics
  • •  Physical violence
  • •  Cursing/Profanity
  • •  Sexual Content and/or Nudity
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Os dois rapazes foram colocados no chiqueiro da viatura, uma velha Parati que tremia mais que batedeira velha quando acelerava e batia como se fosse uma britadeira nos buracos dado o péssimo estado dos amortecedores fazendo a viagem ser a mais desconfortável possível, enquanto a jovemfoi no banco de trás da viatura. Todos em absoluto silêncio até a chegada na delegacia do centro.

A delegacia era uma verdadeira zona, havia uma fila enorme de pessoas para serem atendidas, mas um dos policiais se adiantoua falar com o atendente que em seguida deixou a recepção retornando alguns minutos depois.

                 - O delegado vai falar com vocês, pode entrar pra sala de depoimento.

Os demais munícipes e membros que estavam aguardando sua vez para registrarem suas ocorrências ficaram notavelmente irritados com a preferencial dada à guarnição que estavam trazendo três crianças, mas nada falaram ao menos em tom audível.

O grupo se dirigiu guiado pelos policiais pelos corredores da delegacia, até a sala de depoimento, porém ao entrarem nela a mesma já contava com a presença de várias pessoas.

                 - Maman?- Gritou Carol surpresa ao ver sua mãe naquele local.

                 - Que pensez - vous que vous faites, Carol? Avez - vous perdu votre raison?

                 - Mais je n'ai rien fait!

                 - Ehhhrrr... Alguém pode traduzir? – Questionou Daniel em tom sarcástico – Ao menos a parte da Carol? Porque a da mãe eu já imagino o que foi só pelo tom de voz!

                 - Quem são esses moleques? – A mulher fulminou Daniel com o olhar afiado.

 - Eles... bem...– Balbuciou o delegado.

 - Esses dois estavam com ela quando a encontramos. – Disse a policial.                          - Segundo informações de testemunhas eles a arrastaram após agredirem um rapaz que foi encaminhado para o pronto-socorro, sabemos que são dois mauricinhos arruaceiros, minha guarnição já havia encontrado com eles alguns minutos antes de sequestrarem a filha da secretária consular

 - SEQUESTRAR? CẼS TÃO MALUCO!  - Gritou Fábio.   – Ela tava sendo atacada por um monte de lixo a gente ajudou ela e arredou pé de perto.

 - Então você seria um caso de legitima defesa seguido por omissão de socorro? – Disse o delegado.

 - COMO É?

 - Cala boca Fábio. – Disse Daniel com uma cara séria.

Fábio já havia visto o primo com aquela expressão, e em geral quando isso acontecia significa que o “caldo havia entornado”.

Carol olhava para situação totalmente perdida, ela realmente não havia feito nada demais ela só queria conhecer um pouco a cidade, ninguém tinha dado nenhuma orientação a respeito. Ela olhava para todos, os dois policiais com um sorriso sádico, o olhar frio e furioso da mãe e a cara de buldogue do delegado e ao seu lado os dois jovens cada qual transpirando uma energia diferente, Daniel visivelmente assustado, mas Fábio, ele transmitia uma expressão de ódio no rosto como se quisesse esganar alguém e isso a assustava.

                 - S - Senhor... Posso falar?  - Falou a jovem se levantando da cadeira.

                 - Fique quieta mocinha, disse Emma fazendo a filha se encolher novamente.

                 - É que eles realmente me salvaram daquele homem.

                 - Eu já falei para ficar quieta Caroline Torres Caron! Aliás, senhor delegado, fico feliz que o senhor pode resolver essa situação do desaparecimento da minha filha sem termos que levar a situação a Polícia Federal. Eu não me importo nenhum pouco com esses dois moleques, o mais importante é que a minha pequena inconsequente já está comigo novamente, gostaria de ir embora.

                 - Bem senhora, eu adoraria liberá-las, mas ao que tudo indica sua filha está envolvida em uma situação criminal de agressão e omissão de socorro, eu preciso tomar o depoimento da sua filha ao menos para descartar a possibilidade de uma tentativa de sequestro relâmpago.

                 - Bem, faça seu trabalho eu só quero que esse dia acabe logo.

                 - Eu compreendo senhora, mas peço que aguarde, começaremos a partir do momento em que os pais dos dois menores estiverem presentes.

 

Nesse momento um frio na espinha passou por Daniel e Fábio, eles teriam que encarar os pais deDaniel e pior, a irmã de Fábio.

                 - Doutor, um dos moleques tem como contato a comandante geral da PM.

                 - Qual deles?

                 - O de cabelo escuro.

                 - Hmmmm... Quem é você moleque?

                 - Ninguém.

                 - Ok garoto, alguém chama o conselho tutelar e os pais deles. Deixem a comandante de lado por hora, ela deve ter mais o que fazer do que cuidar de um moleque que eu duvido que seja filho dela.

Algumas horas se passaram até que Marcos chegou na delegacia visivelmente puto.

                 - Posso ajudá-lo senhor?  - Disse o atendente ao ver

 - Sou pai e tio de dois menores que estão sob custódia, aqui está meus documentos e minha carteira da OAB.

                 - O senhor irá representá-los? O conselho tutelar veio com um defensor público.

                 - Ainda não sei. Posso entrar?

                 - Pode sim, tem dois PMs na porta da sala que eles estão, só seguir por esse corredor. – disse o atendente apontando para uma passagem.

                - Obrigado.

O dia não estava sendo fácil, trabalho corrido, contas apertadas, a situação da Janaina e agora ter que buscar as crianças em uma delegacia, ele andava pelo corredor com passos duros pensando nisso quando escutou a voz de Ligia.

                - TIO? É aqui!

                - Ué? O que você est...Dane-se. Obrigado.

O Homem entra na sala e se depara com a sobrinha totalmente fardada e equipada e com uma expressão facial ameaçadora em meio a uma sala com diversas pessoas.

                - Oi Ligia, eu achei que não poderia vir.

                - Eu não podia, mas me mandaram vir. –           Disse a jovem olhando para o irmão que seguia com um olhar raivoso.

                - O senhor é o pai de um dos jovens? – Perguntou o Delegado enquanto.

                - Desculpe-me Doutor, Dr. Marcos Sólon, sou pai do Daniel, o jovem louro ali e responsável legal por Fábio D’Angelus, meu sobrinho. Sou advogado então se quiser ser direto pode falar o que meu filho aprontou, aliás, quem é o advogado que veio com o conselho tutelar?

                - Bem doutor, eu sou o advogado. – Respondeu um rapaz alto com menos da metade da idade de Marcos.

                - Ok, posso pedir pra você e o conselho tutelar se retirarem um instante? Eu prefiro lidar minhas situações familiares em privado.

                - Ehhhr... O jovem ficou meio confuso.

                - Sem problemas, já fizemos o acompanhamento junto ao corpo de delito e bem aguardaremos na recepção para conversarmos assim que vocês terminarem. – Disse uma conselheira antes de sair com o advogado.

Ficaram na sala somente os dois jovens, o delegado, o escrivão o qual parecia ser somente uma máquina de transcrição uma vez que nada falara desde o início do depoimento, Ligia e Marcos.

                - Caro Doutor Marcos, seu filho está liberado só assine a documentação, mas seu sobrinho envolvido em uma situação de agressão e omissão de socorro que resultaram em homicídio, doloso ou culposo ainda caberá análise e ao juiz decidir. – Disse o delegado enquanto Marcos ficava visivelmente abalado.

                - Espera, como assim? Como? Quando?

                - Eu já falei pra eles que não foi nada de propósito, eles não estão querendo escutar.

                - Já tomaram o depoimento deles? – Perguntou Marcos ignorando o filho.

                - A princípio já pegamos tudo o que tínhamos para pegar.

                - Então...

                - A situação é a seguinte, como o senhor pediu serei direto. Os dois jovens alegam que agrediram um rapaz para defender e impedir uma jovem de ser assaltada.

                - Eu estou tentando entender. Onde está essa jovem? É um caso de legitima defesa de outrem.

                - A vítima já prestou depoimento e foi liberada junto com a mãe.

                - Tá então...

                - Os depoimentos dos três se enquadram em grande parte com os coletados por testemunhas da agressão e do estabelecimento em que eles utilizaram o cartão da jovem para pagarem uma série de alimentos e bebidas, o que por si fez levantar a suspeita dela estar sofrendo coação por parte dos dois.

                - Coação? Estou confuso.

                - Bem, acontece que localizamos a jovem através do uso do cartão de crédito, sabe, uma conta mesada que informa ao pai via SMS onde e no que foi gasto o dinheiro do filho.

                - Sei.

                - A princípio o caso tava sendo tratado como uma situação de sequestro relâmpago, seu filho e sobrinho foram vistos por testemunhas puxando rudemente uma jovem estrangeira e fazendo-a comprar diversas coisas. Porém os depoimentos dos três deixam claro que ela não foi coagida, embora eu pessoalmente tenha dúvidas a esse respeito dado o grau de violência que a jovem havia sido exposta minutos antes, ainda assim a mãe da primeira vítima que não iria prestar queixa do caso do uso do cartão a pedido da filha e desde que os jovens não se aproximassem mais da jovem, mas daí recebemos a informação do falecimento de um homem na mesma área.

                - O assaltante da jovem?

                - Sim o suposto agressor da primeira vítima do qual seu filho e seu sobrinho teriam salvo, deixe-me ler o laudo que chegou a alguns minutos... Homem... 98kg... 32 an... ahhh aqui, segundo o perito ele sofreu uma concussão provocada por um objeto contundente que se fragmentou e provocou lacerações no rosto, seguido por um rompimento do baço provocado por diversos golpes na região abdominal.

                - Eles realmente mataram um homem? Dois adolescentes que juntos não dão o meu peso mataram na base da porrada um homem quase do meu tamanho. – Perguntou incrédulo o homem que embora não fosse alto pesava mais de 90kgs.

                - Não dois...

                - Fui eu.

                - A sala toda olhou para Fábio.

                - Eu estava irritado, eu joguei a garrafa e chutei aquele babaca quando ele estava caído.

                - Fica quieto Fábio. - Murmurou Daniel.

                - Não, Fábio! Pode falar. – Disse o Delegado.    - Claudio, por favor, anote.

                - Já está no depoimento Dr. Augusto. – Disse o escrivão.

                - Eu não pretendia matar aquele lixo, só queria que ele não viesse atrás da gente então eu chutei o mais forte que conseguia. –Falou Fábio com tom furioso.

                - Meu Deus!  - Falou Marcos colocando a mão no rosto.

                - Bem doutor Marcos, este é nosso problema, seu filho a princípio está liberado, por mais que ele estivesse envolvido em toda a situação todos os depoimentos coletados até o momento não depõem em nada a respeito de ter participado da agressão diretamente, no entanto seu sobrinho, que está sob sua guarda legal, parece ter envolvimento direto na agressão e consequente morte de um homem.

 

Marcos olhava impotente para o jovem, porém estava curioso.Em qualquer outro caso o jovem já teria sido jogado em uma cela da delegacia da infância e juventude com mais uma dezena de outros jovens que haviam sido presos por diversos delitos até serem transferidos para um reformatório e não estaria em uma sala com ar-condicionado.

                - Se bem conheço esse ramo, isso significa que ele está sendo preso.

                - Não.  – Disse Ligia, falando pela primeira vez desde que eles se cumprimentaram.  - Eu estou assumindo a guarda do meu irmão e vou evitar que ele volte a te dar problemas.

                - Como assim?

                - A situação é gravíssima, a sua sobrinha por fazer parte de uma força especial e dada a história pregressa da sua família foi conversado com o juiz da vara da infância e juventude e seu sobrinho responderá ao processo em liberdade.

                - E nessa situação eu decidi que o Fábio não é uma boa influência para o Daniel então vou afastá-los um pouco e já dei entrada na documentação a partir do momento que...

                - Mas, eu não acho que seja necessário.

                - Eu sei que você não pediu isso, mas olha o que meu irmão fez.

                - Mas e seu trabalho?

                - Eu estou assumindo uma função burocrática, vou poder acompanhar ele mais de perto.

                - Bem, esta é a situação. Iremos apresentar o caso a vara de infância e juventude, eu até entendo a fúria do jovem, mas ele precisa saber que as ações dele tem consequências e que ele não pode fazer o que bem entende.

               

                - Mãe, eu juro que eles não me obrigaram a nada.

                - Não me importa. – Respondeu a mulher enquanto dirigia o carro agressivamente.

                - Por que você está tão brava comigo?

                - Você sabe muito bem o motivo.

                - NÃO EU NÃO SEI!

                - O que você estava fazendo naquele bairro?

                - Ehhhh...

                - Você estava indo pra casa do seu pai, não é?

                - Sim.  – Respondeu a jovem se encolhendo no banco do carro.

                - Eu aceitei esse posto em São Miguel, pois facilitaria sim você ter contato com sua família paterna, mas isso não significa que é pra você ir pra casa dele sozinha e sem aviso, não estamos mais em Lille, essa cidade é perigosa, as pessoas são ruins, você viu o que aquele moleque fez mesmo tentando te ajudar? As pessoas daqui são violentas.

                - Ele não é um moleque!

                - Como?

                - Ele tem um nome, é Fábio e o que ele fez me salvou.

A mãe olhou com reprovação para Carol que por sua vez fitava o horizonte pela janela do carro com um olhar perdido. Nesse momento o semáforo ficou vermelho fazendo o carro parar.

                - Te salvou porque você se colocou em risco, se tivesse me obedecido e ficado em casa nada disso teria acontecido.

                - Tanto faz. – disse a jovem dando de ombros.

- Felizmente e com sorte, você nunca mais vai vê-lo.

A jovem fechou os olhos, uma tristeza tomou conta do seu coração.

                - Amanhã você começa suas aulas, quero que você chegue em casa, separe os materiais e vá dormir pois não quero você dando trabalho para sair da cama.

                - Tá bom mãe.

Segundos depois o sinal ficou verde e o carro partiu rumo à residência da Família Caron.

 

      

 

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